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FIL - Feira Internacional do Livro vence obstáculos em formatação multimídia e possibilita interação com leitores de 27 países

A 20ª edição da Feira, 100% on-line e gratuita, conectou pessoas de várias partes do mundo para discutir literatura, promovendo uma vasta agenda artística e cultural

Considerada a segunda maior feira do livro a céu aberto do Brasil e uma das maiores da América Latina, a FIL contou com uma cerimônia de encerramento com organizadores em Ribeirão Preto
Um canal de arte e conhecimento, com proposta multimídia e exibição ininterrupta durante sua programação diária, mesclando atividades ao vivo direto de um dos maiores teatros do Brasil – o Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto (SP); em alternância com uma agenda pré-produzida de alta qualidade, reunindo expoentes da literatura nacional e internacional. Com este formato tecnológico e inovador, a 20ª FIL – Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto permitiu a presença e a interatividade do público, mesmo durante a maior crise sanitária do país e conectou um público de 27 países. Foram aproximadamente 110 horas transmitidas ao vivo e on-line, no período de 20 a 29 de agosto, num total de mais de 60 atividades.

Pelas grandes telas instaladas no palco oficial do evento e também de forma presencial - em alguns casos -  desfilaram nomes como o autor homenageado Mia Couto; o cantor e compositor Fernando Anitelli; o sociólogo Sebastián Gaggero, o professor de Biologia Cultural, terapeuta e psicanalista Claudio Yusta, ambos chilenos e estudiosos da obra do neurobiólogo Humberto Maturana; o filósofo e escritor alemão Martin Puchner – professor da Universidade de Harvard; estudiosos da obra do antropólogo, sociólogo e filósofo francês, Edgar Morin; o sociólogo italiano Domenico de Masi; o físico brasileiro de renome internacional Marcelo Gleiser; entre muitos outros autores nacionais de projeção internacional, como Conceição Evaristo, Raphael Montes, Milton Hatoum, Jarid Arraes, Mel Duarte, Cidinha da Silva, Daniel Munduruku, Sérgio Vaz, Jessé Andarilho, Marcia Tiburi, Ailton Krenak, Owerá Kunumi MC e Heloisa Seixas. 

Além disso, a Feira promoveu amplo debate em homenagem ao geógrafo Milton Santos – outro brasileiro reconhecido mundialmente com carreira acadêmica internacional na França, Canadá e Venezuela. Os autores e entidades representativas locais também ganharam projeção e puderam ser conhecidos por participantes de todo o mundo.
Como em todas as edições, a FIL selecionou nomes da literatura para homenagear durante o evento. Nesta 20ª edição, Mia Couto foi o escritor homenageado e Conceição Evaristo, a escritora homenageada. O autor local foi Carlos Roberto Ferriani; a professora homenageada (local), Elaine Assolini e o patrono, Paulo Roberto Oliveira. Semíramis Paterno foi a autora infantojuvenil, Milton Santos, o autor educação e Edgar Morin também recebeu uma homenagem especial. 

Abrangência e números
Já consagrada como um dos maiores eventos culturais do país: com 20 anos de história e agora 20 edições realizadas, a FIL já reuniu mais de 3 mil escritores e artistas com 6 milhões de leitores visitantes. Neste ano, o evento literário foi preparado para unir todos os tipos de vozes e discursos literários, bem como atender a necessidades especiais dos leitores e suas singularidades. Por isso, foi oferecida pela internet, o que gerou cerca de 30 mil acessos até o último dia do evento (soma do público participante pela plataforma da Fundação do Livro e Leitura e no YouTube). Toda a programação contou com interpretação em Libras, além de legendas nas atividades internacionais cujos participantes não falam a Língua Portuguesa e autodescrição para facilitar a compreensão de pessoas com deficiência visual. 
Ao todo a Feira do Livro reuniu 12 salões de ideias, 9 mesas de debate, 8 conferências, 30 entrevistas com autores locais, 21 apresentações artísticas, 13 contações de histórias, 18 sessões do projeto Combinando Palavras e 1 encontro do Recortando Palavras.

Tema e proposta
O tema escolhido para nortear toda a agenda da 20ª FIL foi “Velhas e Novas Utopias”. A proposta foi levantar uma temática capaz de suprir a lacuna que ficou marcada no ano de 2020, quando a tradicional Feira anual que trazia o tema “20 anos depois e agora?” não pôde ser realizada por conta da pandemia do novo Coronavírus. “Como a Fundação não conseguiu fazer a celebração no tamanho e na profundidade desejada no ano passado, o tema “Velhas e Novas Utopias” veio dessa lógica: do não celebrado, da vontade de celebrar e das questões que a gente precisava dar conta de responder”, explica Adriana Silva, curadora da FIL e vice-presidente da Fundação do Livro e Leitura, instituição realizadora do evento. Para ela, a Feira Internacional do Livro foi um marco no mercado de feiras literárias e conseguiu garantir plateia digital com interação em todos dias do evento. “Essa foi uma edição histórica, que nos deu a oportunidade de conferir a força das gerações que vivenciam juntas esse momento da humanidade - marcado por uma crise sanitária mundial e consequente distanciamento social, com dificuldades para os eventos presenciais e para os encontros tão esperados”.

Na avaliação da equipe diretiva da Fundação do Livro e Leitura, a FIL abriu um campo imenso de oportunidades no meio virtual e na forma das pessoas se comunicarem, se relacionarem, se expressarem, o que gerou ainda mais engajamento na participação do evento. “Tal como ouvimos nosso autor homenageado, Mia Couto, em Conferência na FIL, resistimos à realidade e ousamos a fazer uma Feira nova, sem nos prendermos ao modelo antigo e sem dar valor ‘às paredes que a pandemia nos trouxe’ ... Não estamos presos, estamos livres em pensamentos e iniciativas num mundo realmente novo”, considera Adriana Silva.

Expertise digital
Para chegar a essa formatação multimídia, a Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto investiu na capacitação dos profissionais da equipe de produção do evento e na aquisição de novas tecnologias que propiciaram um visual moderno e muito atrativo para as transmissões digitais.

A instituição organizadora também investiu em plataforma própria de transmissão como uma reformulação em seu site e criou a plataforma Livro Vivo, que é um novo canal para aproximar professores, alunos e amantes da literatura às obras de escritores que compõem os projetos da entidade, entre eles, o Combinando Palavras e Recortando Palavras. O site, que é uma biblioteca virtual, oferece um rico acervo pedagógico que viabiliza o acesso à literatura, com materiais didáticos, desenvolvidos especialmente para cada autor. Informações bibliográficas, produções audiovisuais, literárias, sugestões de atividades educativas e lúdicas fazem parte do acervo, atualizado constantemente.  

Acesso do público
A presidente da Fundação do Livro e Leitura, Dulce Neves, diz que a participação do público durante os dias da Feira foi surpreendente e cresceu de forma gradativa durante exibição dos salões de ideias, conferências, debates do projeto Utopias, entrevistas, exibições de documentários, entre outras atividades oferecidas. “Os números contabilizados até o último dia do evento tendem a crescer diariamente mesmo depois do término da Feira, já que toda a programação ficará disponível pela internet”, destaca.

A quantidade de estudantes que participaram da programação também foi significativa - cerca de 5.400 alunos de 40 escolas das redes pública e privada de ensino no projeto Combinando Palavras. O Recortando Palavras envolveu aproximadamente 800 alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de 16 escolas estaduais de Ribeirão Preto e região. Ambos possibilitaram muita troca de conhecimento e criatividade na apresentação de trabalhos executados.

“O que presenciamos, mesmo por trás das telas, foram contatos para quem apenas queria dar um alô para equipe e outros para demonstrarem a saudade do evento presencial. Há quem se manifestou para complementar o debate proposto à distância o que enriqueceu muito a proposta; quem acessou nossa plataforma e canais para manifestar cumprimentos à equipe da Feira”, conta Dulce. Grande parte das manifestações vieram por meio da plateia virtual interativa e do chat do YouTube (ao vivo), bem como dos posicionamentos nas redes sociais da Fundação.

Países conectados
Foram participantes de 27 países: Brasil, Chile, Portugal, Estados Unidos, Alemanha, Argentina, Canadá, Colômbia, França, Paraguai, Moçambique, Índia, Reino Unido, Espanha, Itália, Austrália, Timor-Leste, Peru, Cabo Verde, Filipinas, Uruguai, México, Panamá, Irlanda, Bulgária, Suíça e Bélgica.

Protocolos de Saúde
Toda a equipe e convidados que participam presencialmente do evento seguiram a um rígido protocolo de saúde obrigatório. Para manter a operação completa do evento e de forma segura, todos envolvidos passaram por teste de Covid-19. Foram cerca de 50 profissionais, entre eles alguns convidados e autores.
Segundo a superintendente da Fundação do Livro e Leitura, Viviane Mendonça, a realização de um evento da proporção da Feira Internacional do Livro neste novo contexto de pandemia exigiu muita cautela e uma alta capacidade de adaptação - desde o planejamento à execução de todo evento.

Ela destaca que a equipe de produção seguiu a normas controladas para adoção de EPI (equipamento de proteção individual) com máscaras, uso de álcool gel e outros. “Também reforçamos as medidas de higienização do espaço, a sinalização em todo o ambiente com cartazes informativos alertando sobre o cumprimento do protocolo estabelecido e adotamos uma série de condutas como medição de temperatura na entrada do Theatro Pedro II, distanciamento entre os participantes no palco, bem como entre da equipe nos bastidores do evento, limpeza em equipamentos, microfones individuais, entre outros”, apresenta.

Encerramento
A Feira contou com uma cerimônia de fechamento que reuniu sua equipe diretiva e equipe de produção para uma avaliação geral e encerrou sua programação com a apresentação do show-leitura “Helio Flanders & As Folhas de Relva” - realizado em parceria com o Sesc. Conhecido pelo trabalho como vocalista da banda Vanguart, Helio Flanders é cantor, compositor, multi-instrumentista, tradutor e escritor.


O artista novamente colocou sua veia literária em cena, homenageando o bicentenário de Walt Whitman, poeta norte-americano considerado pai do verso livre e poeta da democracia. O show mesclou versos de Whitman às canções do disco “Uma Temporada Fora de Mim” (2015), primeiro trabalho solo de Flanders.

Pré-Lançamento da 21ª edição
Durante o encerramento, a organização da FIL anunciou a 21ª edição que terá o tema Monte Caburaí ao Chuí - a força da literatura brasileira e será realizada em agosto de 2022possivelmente já num formato híbrido (com atividades presenciais e on-line), mas tudo vai depender do controle da pandemia no Brasil. 

O ponto central da 21ª FIL será passear pelo Brasil impresso dialogando com as produções literárias de escritores de todos os cantos desse País, desde os mais consagrados como autores dessa geração. “Enaltecer cada estado brasileiro e revelar suas produções, permitirá passeios inimagináveis e encontros inusitados. Para essa edição, oportuno fazer homenagens que dialogam com essa brasilidade”, sinaliza a curadora do evento, Adriana Silva.

Sobre a 20ª FIL
Considerada a segunda maior feira do livro a céu aberto do Brasil e uma das maiores da América Latina.A programação completa está disponível, basta acessar os canais da Fundação do Livro e Leitura: 
www.fundacaodolivroeleiturarp.com e canal do YouTube (FeiraDoLivroRibeirao). 
O evento ofereceu também uma livraria virtual com obras de todos os autores participantes do evento, a preços acessíveis, que também pôde ser acessada pelo site da Fundação. 

Realização
Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto apresentam:

A 20ª Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto conta com Patrocínio Diamante: GS Inima Ambient.Patrocínio Ouro: Alta Mogiana - Açúcar, Etanol e Energia; GasBrasiliano e Grupo São Francisco/Hapvida.  Patrocínio Prata: Savegnago. Patrocínio Bronze: Passalacqua, Pedra Agroindustrial, Madeiranit e Riberfoods.  Patrocínio: ACIRP - Associação Comercial e Industrial de Ribeirão Preto, RibeirãoShopping e Usina São Martinho. Apoio: Baldocchi Assistência Familiar, Rápido D’Oeste LTDA., Ribeirão Preto|Região – Convention & Visitors Bureau, Santa Helena, SICOOB Cooperac, Grupo Utam, Grupo Via Brasil. Instituição Cultural: SESC. Apoio Cultural: ALMA – Academia Livre de Música e Artes, Biblioteca Lélia Abramo, Biblioteca Sinhá Junqueira, Centro Cultural Palace, Coderp, DE – Região de Ribeirão Preto, ETEC – José Martimiano da Silva/RP, Fundação Educandário, Fundação Dom Pedro II e Theatro Pedro II, Painew – Outdoor e Painéis, Secretaria Municipal da Educação, Secretaria Municipal da Cultura, Verbo Nostro Comunicação Planejada. 

Realização Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto.

Sobre a Fundação
A Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto é uma entidade de direito privado, sem fins lucrativos. Trata-se de uma evolução da antiga Fundação Feira do Livro, criada em 2004, especialmente para realizar a Feira Nacional do Livro da cidade. Hoje, é considerada a segunda maior feira a céu aberto do país. Em 2020, a Feira tornou-se internacional e entraria na 20ª edição. Por isso, recebeu recentemente nova identidade, apresentando-se como FIL (Feira Internacional do Livro de Ribeirão Preto), mas sua realização foi remarcada para agosto de 2021, devido à pandemia do novo Coronavírus.

Com uma trajetória sólida e projeção nacional e agora internacional, ao longo de seus 20 anos, a entidade ganhou experiência e, atualmente, além da Feira, realiza muitos outros projetos ligados ao universo do livro e da leitura, com calendário de atividades durante todo o ano. A Fundação se mantém com o apoio de mantenedores e patrocinadores, com recursos diretos e advindos das leis de incentivo, em especial do Pronac e do ProAc.

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