Bebês continuaram a nascer, e as necessidades precisaram ser supridas, apesar da pandemia
Por Leandro Bazello*
Hoje atuo como diretor-geral de uma das
mais importantes marcas de puericultura leve no mercado global. Para explicar
de uma maneira resumida, a puericultura leve abrange produtos utilizados para
facilitar o conforto e o desenvolvimento do ser humano nos primeiros anos de vida.
Normalmente, os produtos classificados na categoria são de uso pessoal e único,
como talheres, mordedores e copos.
Nosso desempenho após o início da
pandemia ficou acima do esperado. Em 2020, crescemos cerca de 20% em comparação
a 2019. E, até o momento, estamos aumentando as vendas em todos os canais em
que atuamos, inclusive nas Baby Shops, que experimentaram momentos difíceis
durante a pandemia, com diversas lojas fechadas.
De fato, podemos considerar que nossa
categoria não sofreu uma expressiva mudança durante a quarentena. Afinal, os
bebês continuaram a nascer, e as necessidades precisaram ser supridas. Assim, a
demanda de produtos se manteve inalterada.
O que mudou muito foi a forma de
aquisição, que passou a ser significativamente maior pelo comércio on-line.
Esse foi um impacto importante, pois, em se tratando dos itens que
comercializamos, muitas vezes os pais querem ver o produto, conhecer a
variedade e, principalmente, ter a certeza da qualidade e da tecnologia que há
por trás deles, para então se decidirem pela compra.
Durante 2020, no entanto, os
consumidores passaram a ser mais flexíveis com relação a essas demandas, e
também procuraram direcionar suas compras para marcas que já possuíssem
qualidade consolidada e estivessem há mais tempo estabelecidas no mercado, para
minimizar quaisquer possíveis impactos de uma compra remota.
Apesar da estabilidade nos negócios,
temos o orgulho de ter apoiado o comércio local com informações e casos de
sucesso, para que pudessem se adaptar às vendas on-line. Oferecemos materiais,
workshops e descontos em nossos parceiros, para viabilizar o acesso das
lojas de bebês ao comércio eletrônico.
Além disso, lançamos uma plataforma
on-line de vendas diretas ao varejo, que reduziu o valor de compra mínima e
possibilitou a compra dos itens em caixas fracionadas, para auxiliar o
varejista a manter o produto disponível para venda sem, necessariamente,
comprometer seu fluxo de caixa com mercadorias estocadas, no caso de incerteza
sobre lockdowns e restrições do comércio em suas cidades.
Em resumo, apesar da pandemia não ter
afetado drasticamente o retorno financeiro da nossa empresa, o período exigiu
diversas mudanças operacionais e, principalmente, um olhar mais atencioso aos
parceiros, que nos demandaram novas postura e visão de mercado, com
ensinamentos e construção de laços que irão além da pandemia.
*Leandro Bazello é diretor-geral da MAM
Baby no Brasil.
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