Crédito para importação: Vixtra anuncia aporte de R$ 35 milhões e mira ajudar até 39 mil empresas
Há apenas três meses no mercado, fintech atua
como meio de pagamento internacional e viabiliza o pagamento em reais (R$) no
momento da chegada do produto
Guilherme Rosenthal (esq.), Leonardo Baltieri (centro) e Caio Gelfi (dir.) são os fundadores da Vixtra
Existe um gap no mercado em conceder crédito para médias
empresas importarem produtos do exterior. Com um oceano azul a vista, a Vixtra,
uma fintech brasileira de comércio exterior, acaba de anunciar um aporte de R$ 35 milhões, liderado
pelos sócios da Sertrading, uma das maiores trading
companies do país. Essa primeira rodada também conta com a
participação de Mauro Negrete (ex-CTO Cetip, investidor do Mercado Bitcoin) e
Gustavo Jobim (fundador da GPS Investimentos, ex-sócio da Goldman Sachs, board member do FGC). A
empresa mira ajudar até 39 mil empresas, aquelas que importam até US$ 10
milhões por ano e que serão responsáveis por movimentar US$ 100 bilhões este
ano, de acordo com dados do Ministério da Economia.
Criada em julho de 2021, a ideia de
fundar a companhia surgiu a partir das experiências dos seus três fundadores: Caio Gelfi, Guilherme Rosenthal e Leonardo Baltieri, com
meios de pagamento B2B e comércio exterior. Com passagens pela Sertrading e
fintechs (Blu e Supplier), os administradores constataram que os grandes bancos
e as startups não fornecem crédito e serviços financeiros de qualidade para
médias empresas brasileiras e latino-americanas. “Nós criamos uma forma de
pagamento e financiamento em reais, com menor risco cambial, menos burocrática
e mais segura”, revela Gelfi.
Neste mercado ainda inexplorado pelas fintechs
e os grandes bancos, a empresa atua como um meio de pagamento internacional na
relação comercial entre importador e fornecedor. Ao fazer o pedido com o
fornecedor, o importador teria que pagar antecipadamente. Dessa forma, a
fintech faz o pagamento à vista, e cobra do importador o valor da importação em
reais (R$) no momento da chegada do produto no Brasil (acrescido de juros no
período).
“A taxa de intermediação das operações é
precificada com base no tempo de trânsito da mercadoria, o tipo de produto
importado, país de origem, rating
do exportador, possibilidade de venda da garantia, saúde financeira do
importador e com o número de serviços financeiros agregados que o cliente pode
contratar”, sintetiza Rosenthal.
Além de capital de giro (supply chain financing), a
fintech oferece acesso a outros serviços financeiros (hedge, seguro e câmbio),
para o cliente se proteger de flutuações de moedas, um software de visibilidade
para controlar os processos de importação, e uma base de dados nacionais e internacionais,
que oferecem informações ao importador brasileiro em relação à quem está
comprando. “Ao pagar via Vixtra, o importador no Brasil pode saber, por
exemplo, se aquele exportador cumpre regras de compliance internacional, consegue acompanhar
onde está o seu pedido em tempo real e consegue fazer negociações mais
competitivas”, exemplifica Baltieri.
Os fundadores aproveitarão o seed round, um dos maiores
já recebidos por empresas nesse estágio no Brasil, para investir em tecnologia
e ampliar a equipe. Atualmente, são 30 colaboradores, com a perspectiva de
dobrar o número em 6 meses. “Estamos investindo fortemente em tecnologia,
buscando proporcionar uma jornada simples, segura e amigável para os
nossos clientes, e também na contratação de pessoas para a construção do
produto”, reforçam.
Inicialmente, a atuação da Vixtra é no
Brasil, mas a startup pretende expandir os negócios e começar a operar na
América Latina. Segundo dados do Banco Mundial, o volume de importação no
Brasil tem muito espaço para crescer: o país importa somente 15% do PIB,
enquanto a América Latina (excluindo o Brasil) importa 26% e o mundo importa
29%. “Após a consolidação da operação brasileira, expandiremos para a América
Latina, visto que as dores nestes países são muito similares”, complementa
Gelfi.
Vixtra
A Vixtra é uma fintech de comércio exterior e atua como um meio de pagamento internacional na relação entre importador e fornecedor, com o objetivo de conceder limite de crédito para médias empresas importarem produtos do exterior. Fundada em julho de 2021 por Caio Gelfi, Guilherme Rosenthal e Leonardo Baltieri, os administradores criaram uma forma de pagamento e financiamento em reais (R$), com menor risco cambial, menos burocrática e mais segura, cujo importador terá capital de giro, confiança e dados em relação ao exportador, outros serviços financeiros (seguros, hedge e câmbio) e controle e visibilidade do processo de importação. A companhia recebeu um aporte de R$ 35 milhões, um dos maiores valores para uma startup em estágio inicial, pelos sócios da Sertrading e mais dois investidores (Mauro Negrete e Gustavo Jobim).
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