Especialista dá dicas de como ingressar na faculdade através do Enem, FIES, bolsas de estudos e até aplicações financeiras
Especialista destaca os caminhos que estudantes podem trilhar na busca por uma formação de qualidade
Professor da Faculdade Santa Marcelina dá dicas
de como ingressar no ensino superior
Istockphoto/Drazen Zigic
São Paulo,
outubro de 2021 - A conquista do diploma
universitário é um dos principais sonhos dos brasileiros. É através da
qualificação profissional que outros objetivos podem
ser realizados, como a casa própria, viagens e até o próprio negócio.
Pesquisa realizada no final de 2020 pelo Instituto Semesp (Sindicato
de Mantenedoras dos Estabelecimentos de Ensino Superior) e
pela Sumplicity mostrou que a renda dos universitários aumentou em
até 120% após a conclusão do curso superior. Mas, para ingressar em uma
faculdade, é preciso planejamento e estar atento às oportunidades oferecidas
pelo governo e também pelas instituições de ensino e financeiras. Gustavo
Oliveira, doutor em Políticas Públicas, docente e coordenador da Faculdade
Santa Marcelina, aponta os caminhos que os estudantes precisam trilhar para
concretizarem mais esse importante passo na vida pessoal e profissional.
A crise econômica que o Brasil enfrenta
aliada à pandemia da Covid-19 dificultou o ingresso dos estudantes nas
universidades. Os desafios são muitos, mas Gustavo destaca ações que os centros
universitários oferecem: “As parcerias, projetos e programas
celebrados com empresas são meios sempre válidos. E uma das maneiras
mais tradicionais de inclusão são os pré-vestibulares sociais que se
multiplicaram no país como uma forma de tentar reduzir as disparidades”.
Outro destaque é o conteúdo
online, que com o advento da pandemia de Covid-19 transformou-se numa
das formas mais plurais de alcançar o público em geral. “O EAD costuma
ter um valor mais acessível pela ausência de recursos necessários para as
aulas. Além de permitir que muitos estudantes seguissem aprendendo, ele
permitiu também novos públicos tivessem mais acesso à educação”, explica o docente.
Bolsa de Estudos
A redução na oferta de financiamento
públicos é destacada pelo especialista, que aponta outros
caminhos: “A iniciativa privada viu uma oportunidade - programas
estudantis privados -, e cada vez mais busca soluções por meio de
descontos, parcelamentos e benefícios que impactem na redução dos valores, além
de atribuir outras vantagens agregadas e que sejam incorporadas durante a
vigência do curso”.
Hoje, uma das práticas mais
comuns é a concessão das bolsas de estudo, com abordagem direta aos
candidatos oriundos do vestibular. “Existem também institutos, organizações
não governamentais e associações que fazem parcerias com objetivo
de impactar os alunos na oferta de descontos reais, muitas vezes
baseado na performance e pontuação do candidato, com base no ENEM e outros
critérios e parâmetros de aproveitamento baseados no desempenho do futuro
aluno”, completa Gustavo.
Mudanças no FIES
Criado para que os estudantes com renda
mensal familiar de até cinco salários mínimos pudessem obter financiamento para
cursar o ensino superior em instituições privadas, o P-FIES passou por
reformulações em seu processo. O programa deixa de se vincular ao FIES, o que,
na prática, significa que os alunos não precisarão mais fazer a prova do Enem
para concorrer ao financiamento nesta categoria. “A nova regra
começou a valer no segundo semestre de
2020. O programa agora passa a não ter limite de renda, ou
seja, quem ganha mais de cinco salários mínimos também poderá
concorrer ao financiamento e o candidato poderá entrar com solicitação de
financiamento durante todo o ano”,
explica o professor.
Prouni e
Crédito Estudantil
Por parte do governo, os estudantes
podem contar também com o Prouni, mas, como destaca Gustavo,
o programa, que é umas das principais portas de entrada no
ensino superior, vem reduzindo suas ofertas de vagas. “Houve redução
de 29,5% este ano, na comparação com o ano passado. Foram abertas, na soma
do primeiro e do segundo semestre deste ano, 296,3 mil vagas
para bolsas do ProUni, a menor quantidade desde 2013. No ano passado, o total
chegou a 420,3 mil. A redução reflete efeitos da crise econômica causado pela
pandemia”.
Empresas privadas de ensino e ligadas ao
sistema financeiro disponibilizam outros meios dos alunos obterem crédito para
financiar seus estudos como exemplifica o professor: “Os
empréstimos, ou créditos estudantis, são um caminho
interessante. Temos o Bolsa Universidade, o PEP e o PraValer. Cada um
tem as suas características e regras próprias, inclusive com contrapartidas,
como é o caso do financiamento vigente no Estado de São Paulo, em
que o pagamento é, em parte, realizado com prestação de serviços
na rede pública de educação”.
Educação
Financeira
Poupar dinheiro também é uma
das alternativas e, para atingir esse objetivo, vale definir
estratégias e buscar meios alternativos de gerar uma renda extra e economizar. O professor explica que, com base no estimulo
do lifelong learning (estudar e buscar conhecimento a vida
inteira), os alunos podem buscar meios efetivos de se aperfeiçoar e encontrar
habilidades, adquirindo novas competências. “A ideia é tentar investir ou
economizar em torno de 40% a 60%, pelo menos em meios conservadores, que não
impliquem em riscos e não gerem déficits - e
definir o maior dos objetivos, que é não gastar o recurso sem uma
finalidade clara e positiva, já que a meta, em curto, médio ou longo
prazo, é cursar o ensino superior”.
Investimentos
O mercado financeiro apresenta diversas
possibilidades para quem quer fazer o dinheiro render. A dica é agir
com cautela e buscar alternativas sem grandes riscos. “A opção mais
segura é a renda fixa, um título de dívida emitido por uma instituição
como o governo ou instituições financeiras. Eles arrecadam o dinheiro dos
investidores para financiar suas atividades. Em troca, oferecem uma taxa de
rentabilidade que pode ser prefixada ou pós-fixada” explica.
A taxa prefixada consiste em
um rendimento fixo, ou seja, o aluno investe e já sabe o quanto
vai receber na data do vencimento. “Um exemplo seria um título prefixado que
paga 10% ao ano. Independente das condições do mercado, os retornos serão os
mesmos”, ressalta Oliveira. “Já a taxa pós-fixada
é atrelada a um indexador da economia, como o CDI, IPCA e a taxa Selic., sendo
o rendimento, um percentual do indicador”.
Metas
Gustavo acredita que um bom planejamento
financeiro e familiar alinhado a uma lista com prioridades pessoais contribuem
muito para a realização de uma formação de qualidade: “O primeiro
passo é estabelecer primazias e objetivos, sem esquecer do foco, que é
cursar o ensino superior. O plano de estudos trará ao interessado uma visão do
caminho que deverá percorrer, inclusive adquirindo maturidade e vivência”. No entanto, o docente ressalta a importância de o aluno
aprimorar as pesquisas sobre a instituição, detalhes dos cursos, observar as
alternativas de mercado para o financiamento. “Em suma, poupar e se preparar.
Estabelecer uma estratégia baseada em bom senso, segurança e finalidades bem
estabelecidas”, finaliza
Gustavo.
Sobre a Faculdade Santa Marcelina
A Faculdade Santa Marcelina é uma instituição mantida pela Associação Santa Marcelina – ASM, fundada em 1º de janeiro de 1915 como entidade filantrópica. Desde o início, os princípios de orientação, formação e educação da juventude foram os alicerces do trabalho das Irmãs Marcelinas. Em São Paulo, as unidades de ensino superior iniciaram seus trabalhos nos bairros de Perdizes, em 1929, e Itaquera, em 1999. Para os estudantes é oferecida toda a infraestrutura necessária para o desenvolvimento intelectual e social, formando profissionais em cursos de Graduação e Pós-Graduação (Lato Sensu). Na unidade Perdizes os cursos oferecidos são: Música, Licenciatura em Música, Artes Visuais, Licenciatura em Artes Plásticas e Moda. Já na unidade Itaquera são oferecidas graduações em Administração, Ciências Contábeis, Enfermagem, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Tecnologia em Radiologia e Tecnologia em Estética e Cosmética.
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