Logística e Supply Chain: Principais desafios enfrentados no Brasil é tema de webinar
Encontro virtual contou com a participação do
diretor do Grupo IMAM e o CEO da Flash Courier
Com a participação de
especialistas em logística e supply chain para discutir os desafios enfrentados
no Brasil e como superá-los a fim de garantir a entrega do produto e o bom
funcionamento das operações das empresas em todas as etapas de produção, a
ABIMAQ (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) realizou
o webinar, com transmissão ao vivo pelo YouTube,
O evento teve como
mediadores André Abrami, presidente da Câmara Setorial de Máquinas e
Equipamentos de Movimentação e Armazenagem de Materiais (CSMAM) e fundador da
startup Automni Logística Robotizada, e Danielle Ugolini, gerente executiva da
CSMAM.
Cadeia de suprimentos
Eduardo Banzato,
Diretor do Grupo IMAM (Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais),
apresentou os principais desafios da logística e supply chain no Brasil.
Segundo ele, o IMAM
nasceu em 1979 como Instituto de Movimentação e Armazenagem de Materiais,
atuando na área de intralogística. Ao longo dos anos, o instituto foi
vivenciando uma evolução competitiva. “Hoje, falamos em um cenário de
transformação digital e, ao longo dos anos, temos sido influenciados por três
grandes pilares: um é o supply chain, logística e intralogística; o outro é
excelência operacional, que também impactou muito na competitividade das
empresas no Brasil, fazendo com que muitas delas virassem de fato referências
mundiais; e o terceiro grande pilar é o desenvolvimento de pessoas. Do ponto de
vista de educação corporativa, existem hoje escolas e academias no qual o
Brasil tem muitos exemplos que são referências mundiais”.
“Os investimentos no
supply chain ou cadeia de suprimentos aparecem como um grande desafio. Começa
desde um profundo entendimento das informações de dados até a organização e o
trabalho com essa infinidade de dados para o desenvolvimento de soluções”,
ressaltou Banzato.
Papel da automação nas
entregas
No evento, Guilherme
Juliani, CEO da Flash Courier, apresentou os equipamentos de roteirização com
foco em transformação digital.
Conforme conta Juliani,
a Flash Courier é uma empresa que foi fundada, em 1993, para a entrega de
vouchers de papel de vale-refeição, e evoluiu muito nos últimos anos.
Atualmente, fazemos cerca de oito a nove milhões de entregas residenciais por
mês, muito com foco no B2C. Por mês, geramos praticamente 350.000 entregas,
1.000 entregas por dia, são quase 12 entregas por segundo, distribuídas em 10
centros de distribuição. Isso faz com que tenhamos uma operação de roteirização
gigantesca, porque esses 8 milhões de entregas não chegam no espaço de 24 horas
dentro dos 30 dias do mês, mas sim concentrados nos últimos horários do dia, ou
seja, temos um tempo muito curto para fazer as entregas. Tudo é organizado para
despachar para nossas 350 filiais, espalhadas pelo Brasil inteiro. Nessas
filiais, temos pessoal especializado. São aproximadamente 5 mil entregadores”, detalha.
Toda essa roteirização
feita pelos robôs e esteiras é guiada por um software, que gera toda a
programação do dia seguinte. A partir das informações coletadas por meio dos 5
mil entregadores, das 350 mil entregas, o software vai aprendendo e gerando toda
a roteirização para o dia seguinte. “Somente nos últimos 18 meses foram
praticamente 30 milhões de reais investidos em automação”, afirma o CEO da
Flash Courier.
Guilherme Juliani
ressalta a importância de investir em equipamentos para ampliar a capacidade
produtiva. “Um caso interessante é que compramos um equipamento sucateado da
Luigi Bertolli e a restauramos. Um sorter com 200 saídas hoje é considerado uma
tecnologia um tanto antiga e nem existe mais, mas se você fôssemos comprar hoje
um sorter de 200 saídas, ele custaria na casa dos 7 milhões de reais. Nós
compramos um equipamento semelhante por 180 mil reais e gastamos 900 mil reais
na sua recuperação, que levou cerca de um ano, então foi um belíssimo
investimento. Nosso esforço foi relativamente pequeno e um ano para um
equipamento de roteirização desse porte é rápido”, assinala.
A pandemia impulsionou
a empresa a investir em uma solução acoplando AGVs e Cross Belt, de fabricação
chinesa. ”O dólar ainda estava em R$3,80 e conseguimos segurar o câmbio. Se
fosse atualmente, talvez não tivéssemos feito tal investimento”, conta o CEO da
Flash Courier.
Em relação aos projetos de logística para o futuro, Juliani acredita que, cada vez mais o machine learning vai ganhar espaço para controle de dados e gestão de todo o processo. Também há muitos recursos de inteligência artificial para acompanhar todo o processo em tempo real. “Vale a pena dizer que sem uma tecnologia de Big Data, sem machine learning, qualquer empresa nos próximos 10 anos está fadada ao insucesso”, salienta o executivo.
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