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Na crise, a oportunidade: pandemia ensinou brasileiros a empreender

 * Kawel Lotti é fundador e Presidente do Conselho dos Grupos Ceofood, aplicativo de delivery de tudo, Ceopag, fintech especializada em meios eletrônicos de pagamento, e CeopagBank, banco digital.

O número de desempregados no Brasil é realmente assustador: o patamar já alcança 14,8 milhões de pessoas, segundo dados do IBGE referentes ao primeiro semestre de 2021. Apesar disso, há uma parcela muito menos divulgada de corajosos que adotou o empreendedorismo como saída para a sobrevivência. Já são mais de 2,2 milhões de microempresas que surgiram entre janeiro e julho de 2021, o que representa 78% do número total de aberturas registrado em 2020, de acordo com os dados do Mapa de Empresas do Ministério da Economia.  

Arrisco dizer que, até o final do ano, bateremos um novo recorde. Principalmente porque o cenário indica um número muito maior de pessoas que trabalham por conta própria e na informalidade. Já são 34,7 milhões de brasileiros nesta situação, conforme levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. 

Empreender vai além da necessidade, é uma aptidão do brasileiro. Mas faltam iniciativas focadas em capacitar essas pessoas, pois assim como é alto o índice de novos negócios aparecendo, a pesquisa Global State of Small Business Report do Facebook, realizada em fevereiro de 2021 mostra que quase um quarto (24%) das PMEs do país fecharam, em comparação com uma média global de 16% em outubro de 2020 e de 29% em maio do mesmo ano.  

Ao se capacitar, o empreendedor entende que, tão importante quanto ganhar dinheiro para sustentar sua família, investir em conhecimento de mercado e educação financeira ajudam a tornar seu negócio sustentável e mais consolidado para aguentar eventuais baques das crises financeiras que atingem o Brasil. 

Quando temos mais empresas surgindo e sobrevivendo, o país também cresce. É então que surge a necessidade do apoio do poder público em desenvolver políticas acessíveis com incentivos fiscais e econômicos. 

Existe uma luz no fim do túnel para o Brasil e precisamos ir juntos, com cada vez menos espaço para o desemprego. 

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