Igualdade de gêneros em cargos de liderança nas empresas já é uma realidade
Muito embora ainda seja uma exceção, há casos
de empresas que possuem mais mulheres que homens em cargos de gestão.
São Paulo, 19 de novembro de 2021 – Pesquisa global realizada pela
plataforma LinkedIn mostra que muito ainda precisa ser batalhado para que se
atinja a almejada igualdade de gêneros. As mulheres ainda são minoria em todas
as faixas salariais e hierárquicas. Mas algumas empresas já mostram resultados
ao adotar uma presença massiva de mulheres em cargos de gestão. É o caso da
ADP, líder mundial em soluções de gestão de folha de pagamento. Na empresa,
mais de 50% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres.
“Não se trata de priorizar o sexo
feminino quando da contratação. Mas se reconhecer a excelência daqueles
currículos que nos chegam. Diversos levantamentos mostram que as mulheres
estudam e se capacitam mais. Assim, nada mais justo do que elas serem maioria
entre nossa alta gestão”, explica Mariane Guerra, vice-presidente de Recursos
Humanos da ADP na América Latina.
Mariane tem razão. De acordo com números
do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 23,5% das mulheres
com mais de 25 anos possuem ensino superior. Entre os homens o percentual é de
20,7%. Outro levantamento, da consultoria Expertise Educação, mostra que 56%
dos alunos de pós-graduação na área de administração e negócios são mulheres.
Um exemplo dessa dedicação é Michelle
Kaplan, que lidera um time de Gerentes Comerciais na ADP desde 2019 . Com
passagens anteriores por grandes empresas como o Grupo Michael Page, Adecco,
Agência Estado e Thomson Reuters, possui especialização em Gestão de Pessoas,
além de ter morado por sete meses em Londres, onde concluiu o curso de Business Management na LSBF
(London School of Business and
Finance). “Não acredito que tenha tido um único fator decisivo para
que eu me tornasse líder com apenas 25 anos e permanecesse nessa posição até
hoje. Penso que tenha sido por uma junção de fatores, que incluem competências
técnicas e comportamentais. Além disso, acredito que ética e credibilidade são
mandatórios para se ocupar um cargo de liderança. Resiliência é fundamental
para lidar com as mudanças, inerentes ao ambiente corporativo. Temos visto um
aumento do número de mulheres na liderança e, naturalmente, é algo muito
positivo. Esse equilíbrio é saudável e gera inovação. Enxergo as mulheres com
bastante aptidão para gerenciar diferentes projetos, times e não à toa elas vêm
provando ao mercado que é possível conciliar carreira com maternidade ou
projetos pessoais, por exemplo”, opina.
Outro exemplo dessa conquista da
liderança feminina na ADP é Gisele Mantovani, executiva com mais de 22 anos de
experiência em empresas de tecnologia. Gisele tem formação em Comunicação Social
e Marketing, além de pós-graduação e MBA em Marketing de Serviços. Desde 2018,
atua como gerente de operações de vendas para a América Latina. Gisele entende
que a barra da meritocracia é, em geral, mais elevada para as mulheres. “E, em
grande parte, nós, mulheres, somos quem a colocamos tão alta. Tive muita sorte
de, durante minha trajetória profissional, ter trabalhado em empresas que se
preocupam com a igualdade de gêneros e investiram em programas para o
empoderamento feminino. Ao longo da minha carreira de liderança, essa
combinação de entregar resultados, ter me posicionado e aceitado novos desafios
aliada a ter excelentes líderes me tornaram a mulher na liderança que sou
hoje”, opina.
Vivência parecida possui Renata Souza.
Formada em Administração de Empresas com pós-graduação em Gestão empresarial,
iniciou sua carreira vendendo voltas de bicicleta no bairro. “Estudei, me
capacitei, venci barreiras. Sou da geração dos ‘nãos’. Foram esses ‘nãos’ que
me fizeram ser e querer mais. Entendo que a liderança é instintiva. Mas, somada
à resiliência e energia, temos todo o potencial e capacidade para nos
conduzirmos ao sucesso, conta Renata, há 10 anos atuando na ADP. Hoje ela é
gerente de vendas.
Já Maeve Zanetti, líder de equipe de
Inside Sales da ADP na América Latina, entende que o fator decisivo para se
tornar uma líder foi certamente as parcerias estabelecidas com outras
mulheres durante sua trajetória profissional. “Pessoas incríveis e
despretensiosas que em momentos distintos me impulsionaram, ao identificar
oportunidades de carreira e articularam para que eu fosse considerada como a
melhor opção, como acreditavam”, analisa. Maeve ainda reforça que a rede de
conexão entre as mulheres é uma poderosa ferramenta de alavancagem. “Hoje me
sinto em posição de retribuir. É o que busco em cada interação que tenho com
outras mulheres, quando me questiono se elas estão na posição ideal e se há
algo que eu possa fazer”, enfatiza a profissional, com mais de 20 anos de
experiência na área comercial.
Pesquisa aponta que o Brasil ainda tem
um longo caminho a percorrer na busca por igualdade de gêneros
O Fórum Econômico Mundial publicou, em
março, seu Relatório Global de Gênero. De acordo com o levantamento, a
diferença entre homens e mulheres no tocante à igualdade no mundo corporativo
só será resolvida na região da América Latina e do Caribe daqui a 69 anos,
levando em conta o ritmo atual de mudanças.
Entre 156 países pesquisados, o Brasil
ocupa a posição 93ª no ranking de igualdade de gêneros. Entre os 26 países da
América Latina que participaram do levantamento, o Brasil ficou em 25º lugar.
Algumas áreas da sociedade estão mais
avançadas do que outras. Ainda há poucas mulheres na política, por exemplo.
Elas representam 15,2% do total de parlamentares. Por outro lado, na área de
saúde, a paridade de gênero foi alcançada em quase todos os níveis de ensino
(98%).
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