Pesquisa inédita aponta que viagens de negócios perderam U$ 35 bilhões com a pandemia
Viagens de negócios dificilmente voltarão ao
patamar pré-Covid. Tudo o que pode ser resolvido em uma reunião on-line será
mantido, otimizando tempo e gastos e exigindo uma reformulação do setor de
turismo.
Quando a pandemia da Covid-19 começou e o home office virou
rotina para milhões de trabalhadores, eventos e reuniões que antes eram
presenciais passaram a ser comuns nos aplicativos Zoom, Teams e Meet. O
resultado foi a derrubada do turismo de negócios, que enxergava a vacinação
como a “luz no fim do túnel” para a retomada.
Só que a má
notícia para toda a cadeia relacionada ao setor é que o turismo corporativo
passará por uma profunda transformação e não deverá retornar suas atividades
como antes. O reflexo da má performance do segmento pode ser sentido nas quedas
das bolsas de valores de todo o mundo, depois dos rumores que as empresas, ao
invés de terem que pagar passagem aérea e hospedagem para as reuniões, preferem
o trabalho feito via videoconferência, o que é relativamente mais seguro – e
econômico.
No dia 19
de outubro, as ações da AZUL caíram 10,36% e da GOL 7, 39%, queda motivada por
uma desconfiança do mercado sobre o retorno das viagens a negócios.
Uma
pesquisa publicada no site “The Hustle”, baseada em relatórios e fontes da
indústria, aponta que em outubro de 2021 as vendas de passagens de avião
para empresas foram 58% menor em relação aos níveis de 2019, na plataforma
Kayak, líder de procura de passagens, o volume de buscas para destinos líderes
em viagens a negócios (como São Paulo, por exemplo) caiu 88%.
“Este
declínio causou turbulência para os modelos de receita das maiores companhias
aéreas do mundo. Em 2020, em grande parte devido à escassez de viagens de
negócios, as principais cias aéreas do mundo perderam US$ 35 bilhões”, diz o
estudo.
No Brasil,
no primeiro semestre deste ano houve uma queda de 39,6% nas viagens
empresariais, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme aponta a
Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), com
operações que totalizaram R$ 1,427 bilhão, em comparação aos R$ 2,364
bilhões de janeiro a junho do ano passado.
A
IdeaWorks, empresa de consultoria do setor de aviação, concluiu que as viagens
de negócios só estão sendo mantidas graças aos segmentos que não têm outra
opção, como as vendas e trabalhos que requerem interações pessoais. Para
ela, entre 19% a 36% das viagens de negócios nunca mais retornarão. Já a
McKinsey classificou 20% das viagens de negócios como improváveis de retorno e
outros 60% como importantes, mas potencialmente dispensáveis.
Em novembro
do ano passado, Bill Gates, fundador da Microsoft e detentor de uma das maiores
fortunas do mundo, fez uma previsão onde 50% das viagens de negócios serão
extintas, após a pandemia.
Nem tudo
foi culpa da pandemia
Para
Marcelo Linhares, CEO da Onfly, travel tech de Belo Horizonte que permite que
empresas e seus colaboradores façam reservas de voos, hospedagens e locação de
carro on-line, somente a pandemia não pode ser, exclusivamente,
responsabilizada pelas baixas do setor, o qual ficou anos com reduzida
capacidade crítica e uma profunda miopia diante das evoluções tecnológicas que
aconteçam no mundo. “Portanto, o momento agora pede uma completa reinvenção. É
preciso mudar para as coisas não continuarem como estão”.
Marcelo Linhares, CEO da
Onfly: setor passa por transformação tecnológica
Em seu
parecer, as viagens de negócios não acabarão definitivamente, mas serão
completamente transformadas pois a pandemia provocou profunda mudança de
hábito nos consumidores, e isso exige novos contornos, priorizando a
experiência e segurança do viajante corporativo e o cumprimento do orçamento
das empresas: “Sabemos que o isolamento não é e nem nunca será uma
característica da natureza humana. Por outro lado, percebemos que, nos últimos
meses, o perfil do viajante de negócios mudou bastante, por exemplo com a
extinção quase que total das viagens “bate-volta”, bem comum antes de 2020.
Outro exemplo dessa transformação diz respeito à área de atuação da empresa: os
funcionários das empresas de tecnologia reduziram aproximadamente 95% as
viagens, contudo colaboradores de outros setores, como engenharia, saúde e
agronegócio não pararam. Além disso, antes da Covid-19, as empresas estavam
habituadas a planejar viagens com, em média, 12 dias de antecedência, sendo que
a realidade agora é outra, e elas tomam suas decisões em cima da hora, evitando
assim problemas com remarcações e cancelamentos”.
Com essas
informações em mãos, a Onfly tem trabalhado duro em seu processo de reinvenção,
investindo em tecnologia e lançando produtos financeiros para uma
jornada segura e completa do viajante e fortalecendo os laços de relacionamento
com seus clientes. A fórmula tem dado certo e depois de quase ter fechado as
portas e depois de quase ter fechado as portas em 2020, ela finalizará 2021 com
R$ 40 milhões de volume transacionado e 300 clientes recorrentes, com um modelo
que mistura software com agenciamento online.
Mercado se
reinventa
Fato é que
a pandemia está indo embora, mas sem antes ter deixado um legado para as
empresas. Tudo o que pode ser resolvido através de videoconferência será
mantido, otimizando tempo e dinheiro. Mas, como nem tudo pode ser feito de
forma on-line, as dicas de Marcelo Linhares, CEO da Onfly, para os negócios que
precisam das viagens corporativas são:
- Focar
em um planejamento, para reduzir as chances de possíveis erros ou problemas;
- Estabelecer
contratos com plataformas especializadas em viagens corporativas, deixando
assim a equipe focada em questões mais estratégicas e menos operacionais;
- Analisar
sempre os dados, para melhor experiência dos colaboradores e economia para os
acionistas.
Para saber mais, acesse o site da Onfly – Viagens Corporativas & Gestão de Despesas
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