A premiação da eficiência digital no pós-pandemia
por Eduardo Jordão*
A história da humanidade nos conta que
rupturas quase sempre facilitam o surgimento de novas tecnologias, mudando
radicalmente a forma como operamos na vida profissional e pessoal. Ao
recuperarmos alguns acontecimentos importantes na história recente do Brasil
percebemos que algumas crises resultaram em aumento de eficiência, como o
apagão que afetou a distribuição de energia elétrica entre 2001 e 2002,
provocando uma adesão em massa ao uso de lâmpadas fluorescentes em detrimento
das comuns. Depois daquele racionamento, voltamos a usar lâmpadas
incandescentes? Claro que não.
Do mesmo modo, o coronavírus provocou
uma série de mudanças que serão permanentes, principalmente no que diz respeito
ao nosso modelo de trabalho. Dados da consultoria PwC Brasil de agosto de 2021
mostram que 79% das empresas planejam manter ou implementar o teletrabalho. Das
que almejam um retorno gradual ao escritório, 68% estudam um formato híbrido
entre o presencial e o remoto. Com isso, o uso de tecnologias que automatizam
os mais diversos processos e facilitam o trabalho de equipes a distância ganhou
maior relevância para as companhias e deve continuar sendo importante no
pós-pandemia.
Quando falo da aplicação de recursos
tecnológicos, é comum vir à mente o conceito de transformação digital. E,
apesar da acelerada evolução que presenciamos no último 1,5 ano, internamente
as empresas brasileiras ainda estão imersas em processos documentais
burocráticos e morosos que podem ser otimizados de forma ágil com a
digitalização dos fluxos de documentos. Trata-se de um paradoxo que precisa
mudar imediatamente.
A pesquisa “Total Economic Impact”,
realizada pela Forrester Consulting em 2020, mostra que serviços digitais, como
o de assinatura eletrônica, geram uma redução de 96% no tempo do ciclo de um
documento, passando de uma média de sete dias para somente duas horas, já que
não é necessário o envio dos arquivos físicos para diferentes pessoas por meio
de portadores ou correios.
Não importa o segmento ou porte da
empresa, todas as áreas administrativas, como jurídico, RH e logística, entre
outras, precisam lidar diariamente com contratos e demais documentos sensíveis
que demandam preenchimento, revisão e assinaturas com reconhecimento em
cartório de diversas partes. Se até o início da pandemia não tínhamos percebido
o quanto o acúmulo de fluxos documentais pode travar os negócios, a rotina do
trabalho remoto jogou uma luz sobre como todos esses processos podem e devem
ser ainda mais simples e seguros no ambiente digital.
O tanto de avanços e descobertas que
fizemos em menos de dois anos ao experimentarmos meios de otimizar os negócios,
mesmo nos períodos mais restritivos causados pela Covid-19, foi bastante
relevante - até mesmo por uma questão de sobrevivência das empresas. Para os
próximos anos sugiro a premiação das tecnologias que nos proporcionaram mais
eficiência e a continuidade da transformação digital das empresas por completo,
de ponta a ponta. Afinal, a história é pródiga em nos mostrar que as companhias
mais eficientes e inovadoras são as que ficam.
*Eduardo Jordão é senior channel manager da Adobe no Brasil
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