ACNUR homenageia Telma Lage pela vida em defesa dos direitos das pessoas refugiadas
Telma Lage, Diocese de Roraima e Áurea Cruz
foram reconhecidas na cerimônia pelo acolhimento de pessoas refugiadas e
migrantes venezuelanas em Roraima
ACNUR destacou a incansável dedicação e contribuição na defesa de direitos humanos de Telma Lage.
Boa Vista, 21 de dezembro de 2021 – Uma placa que homenageia a
missionária Telma Lage, falecida em junho deste ano devido à COVID-19, foi
instalada no Centro de Migrações e Direitos Humanos da Diocese de Roraima
(CMDH) na segunda-feira (13/12) em reconhecimento à sua dedicação e
contribuição à proteção de pessoas em deslocamento forçado. A Agência da ONU
para Refugiados (ACNUR) também realizou gesto de agradecimento à Diocese de
Roraima e à voluntária Áurea Cruz pela cessão do terreno e estabelecimento do
Abrigo São Vicente I, cujas atividades foram encerradas neste ano.
Irmã Telma, como era conhecida, ao lado
de missionários da Diocese de Roraima, apoiou pessoas refugiadas e migrantes
desde o início do aumento do fluxo de pessoas da Venezuela, antes da Operação
Acolhida ser instalada na região norte do Brasil. Ela foi coordenadora do CMDH
e importante membra de grupos de trabalho que combatiam a violência de gênero e
desenvolviam ações para a população venezuelana desabrigada.
“Presenciamos na Irmã Telma sua
liderança e seu espírito inabalável, que sempre nos lembrou por que estamos
aqui. O ACNUR sente profundamente essa perda, porque tivemos o privilégio de
trabalhar em estreita colaboração com Telma Lage e com as organizações da
Igreja Católica desde que nossos venezuelanos começaram a chegar a Roraima”,
disse o Oficial de Campo Sênior do ACNUR, Arturo de Nieves, durante a
cerimônia.
O ACNUR reconhece o papel dos líderes
religiosos e de suas comunidades como fundamentais no apoio à pessoas
refugiadas durante o deslocamento e para a integração local. O Abrigo São
Vicente I, que funcionava em terreno da Igreja Consolata, foi o quinto abrigo
da Operação Acolhida e tinha capacidade para cerca de 300 pessoas.
Áurea Cruz, também homenageada, é
criadora do projeto Mexendo a Panela, que distribui refeições para pessoas em
vulnerabilidade, e como membra da igreja foi uma das pessoas responsáveis pelo
estabelecimento do Abrigo São Vicente I. “Estou muito emocionada com esse
carinho. Para nós, que fazemos trabalho voluntário, essa placa é um carinho na
alma, reconhecendo o trabalho que fazemos como algo importante”, disse Áurea
Cruz.
O Centro de Migrações e Direitos Humanos iniciou atividades no ano de 2007, como uma instituição da Diocese de Roraima que atua junto às pessoas em situação de vulnerabilidade durante o deslocamento forçado ao Brasil. Além disso, o CMDH atua com as pessoas em situação de cárcere, pessoas em situações de rua, indígenas migrantes e refugiados alocados na cidade de Boa Vista, produz fraldas descartáveis e faz a entrega de cestas básicas. Ao lado do ACNUR, a instituição realiza pré-documentação desde 2017 para a garantia de direitos a refugiados e migrantes da Venezuela.
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