Especialistas trazem perspectivas do mercado de criptoativos para 2022
NFT e Bitcoin estão entre os termos mais
pesquisados no Google em 2021 e busca "como comprar bitcoin" superou
"como comprar ações"; crescimento, regulação, valorização,
escalabilidade e descentralização fazem parte das perspectivas e desafios do
mercado
A retrospectiva do Google
com as principais buscas de 2021 trouxe um destaque para as palavras NTF e
Bitcoin. O ranking também mostrou que as pesquisas com o termo “Como comprar
bitcoin” superou o “como comprar ações”. As informações vêm para reforçar o
crescimento de um mercado que segue em alta. Enquanto o Bitcoin bateu seu
recorde histórico chegando a US$ 66 mil e o mercado conta com mais de dez mil
criptomoedas e tokens no mundo, metade dos investidores em criptomoedas
passaram a investir no mercado entre 2020 e 2021. É o que mostrou uma pesquisa
da Fundação Getúlio Vargas com o University
Blockchain Resarch Initiative (UBRI) e a gestora Hashdex.
Além de investidores
iniciantes no mercado, o setor também vem atraindo pessoas cada vez mais
jovens. A pesquisa mostrou que aqueles que investem em cripto são mais jovens
que os demais, em média, com idade entre 30 a 39 anos. Pensando em diversos
fatores que movimentaram o segmento em 2021 e seu potencial de crescimento,
especialistas trouxeram quais são suas perspectivas para o setor em 2022.
Confira abaixo.
Transfero
De acordo com Safiri
Felix, diretor de Produtos e Parcerias da Transfero,
a tendência do setor é de crescimento. “A perspectiva para 2022 é que o mercado
de criptoativos siga crescendo e performando melhor do que os ativos
financeiros tradicionais. O processo de maior institucionalização do mercado é
irreversível, o que tende alimentar cada vez mais fluxo de capital para o
mercado”, explica. Segundo o especialista, Bitcoin, Ethereum e Solana são as
melhores alternativas para se expor aos criptoativos.
Já para Lucas Xisto,
head of asset management na Transfero, fala sobre alguns desafios que o setor
deve enfrentar. “Assim como em 2021, o desafio de escalabilidade das redes distribuídas
descentralizadas continua em 2022 em meio a demandas crescentes das novas
aplicações que rodam em Blockchains, principalmente as que envolvem finanças
descentralizadas”.
Segundo Xisto, a
expectativa é que cada vez mais as redes baseadas na Ethereum Virtual Machine
(EVM) tenham espaço, uma vez que a maioria dos projetos de DeFi estão
construídos nesse ecossistema. “As Blockchains que não usam a funcionalidade
EVM terão o desafio de tornar seu ecossistema mais amigável para developers
construírem aplicações, o que pode significar uma maior adoção da EVM ou uma
melhor infraestrutura interna para desenvolvimento desses apps”,
finaliza.
Trace Finance
Para Bernardo Brites,
CEO da Trace Finance,
as criptomoedas serão cada vez mais aceitas e presentes nos produtos
financeiros das instituições tradicionais e fintechs. “Veremos mais empresas
tradicionais entrando no mercado de cripto ( como vimos com o Drop da Adidas
Bored Ape que arrecadou 23 milhões de dólares em seu lançamento e gerou uma
mega exposição de marca) e explorando o potencial de monetização e Branding dos
NFTs e Metaverso”, explica.
De acordo com o
especialista, grandes instituições já estão experimentando produtos de finanças
descentralizadas e veremos os primeiros saindo no ano que vem. “A usabilidade
da tecnologia blockchain será mais explorada em diversas indústrias; como
câmbio (como no caso da Trace Finance), comércio exterior, supply chain (
rastreabilidade de alimentos e da cadeia de produção), entre outros”.
“Também teremos uma
maior pressão dos governos com o intuito de regular e controlar as corretoras e
players de criptomoedas, mesmo os descentralizados, através de regular as
empresas mantenedoras e desenvolvedores dos protocolos e punir e sancionar as
pessoas por trás deles”, finaliza.
Foxbit
A perspectiva para o
mercado de criptomoedas em 2022 é de muita coisa por vir. Segundo o
especialista, "Países estão se preparando para regulações das
criptomoedas, o que vai movimentar o mercado. Aqui no Brasil, a criação das
moedas digitais pelo Banco Central e a popularização das criptomoedas, é algo
para se esperar em 2022”, explica Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit.
Para Ricardo, o Bitcoin
deve sempre ser pensado como uma defesa anti inflação. “No longo prazo ele
tende a subir, mas o mercado já mostrou que tem muita volatilidade no caminho.
Acredito ainda que pode apresentar um valor mais alto em 2022, porém
historicamente, existem grandes correções para este período pós-halving. Além
disso, vejo o Bitcoin, Ethereum, Solana, AVAX e DOT para ficar de olho no ano
que vem”, finaliza.
Rispar
Para Rafael Izidoro,
CEO da Rispar, o ano de 2021 foi muito positivo para o Bitcoin. “Além dos
recordes de preço, o ativo contou com a entrada em massa de investidores
institucionais, a adoção como moeda de curso legal em El Salvador, a
descentralização da rede devido ao banimento da mineração na China, e maior
educação sobre o setor, que resultou em uma percepção mais otimista e aberta da
população sobre as criptomoedas”.
Já para o próximo ano,
o especialista analisa um mercado de grande perspectiva. “Com o mercado de alta
que vivemos em 2021 e a forte adoção pela população geral, grandes players
institucionais e até Estados, a perspectiva é de ainda maior popularização do
Bitcoin como reserva de valor, e quem sabe o tão esperado marco de US$100.000”.
Bitfy
"Penso que, ao
abordarmos o tema criptomoeda, nada pode ser mais relevante que a sua
valorização de mercado, já que ela que faz investidores de todo o mundo inferir,
pleitearem, induzirem e transformarem o cenário da nova economia digital”,
explica Lucas Schoch, CEO e fundador da Bitfy.
Segundo ele, muitas
variáveis estão presentes neste processo de valorização de uma moeda, mas
nenhuma é tão contundente quanto a volatilidade, e é por meio desta mudança
constante que o ecossistema de cripto opera.
Para 2022, Schoch
aponta que as blockchains de infraestrutura que possuem potencial para gerar
novos processos de serviços financeiros e torná-los mais simples e eficientes
são bastante promissoras. “A Solana, que valorizou mais de 11.000% somente
neste ano de 2021, se tornando um dos ativos de melhor desempenho do mundo.
Outra beneficiada pela volatilização de mercado foi a SHIBA INU, que se fez
notória pela recente valorização que extrapolou a alta dos 380%”, comenta o CEO
da Bitfy. Entre as criptos, o especialista cita quais serão as quatro criptomoedas
mais promissoras para o próximo ano: Polygon, Avalanche, Uniswap e
SushiSwap.
Schoch comenta que é
incrível ver como as criptos se fortalecem cada vez mais pelo seu exacerbado
desenvolvimento tecnológico, ou meramente por especulações e adeptos que visam
transformar o mercado e enriquecer com isto. “Na minha opinião, muitos outros
criptoativos podem se valorizar e aumentar a sua capitalização de mercado, só
depende de quão aquecido estará 2022. Vamos esperar pela volatilidade",
finaliza.
ABFintechs
Para a Associação
Brasileira de Fintechs, que possui um Grupo de Trabalho dedicado a desenvolver
um ambiente mais seguro e transparente para players
e clientes do universo de criptoativos, há uma atenção especial aos
Projetos de Lei (PJ) que tramitam na Câmara (PL 2303/2015) e no Senado (PL
4207/2020), que abordam a regulação do setor no país.
“Acompanhamos de perto os debates nas comissões e estamos à disposição para enriquecer as reflexões, sempre em prol de uma regulação que gere segurança para os empreendedores, clientes e reguladores e ao mesmo tempo seja pró- inovação. Os debates no Legislativo continuam e eles definirão o futuro do mercado. Por isso, devemos continuar acompanhando os movimentos e contribuindo com nosso ponto de vista”, afirma Marcus Lavorato, coordenador do GT de cripto da ABFintechs e diretor de Relações Institucionais do Mercado Bitcoin.
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