O ano do Bitcoin e as perspectivas para as criptomoedas em 2022
O ano de 2021 foi muito bom para o
Bitcoin e as criptomoedas, segundo pesquisa realizada pela Hashdex, uma gestora
de criptomoedas, o crescimento do número de investidores em criptomoedas foi de
938% em 2021. O principal ativo bateu mais um recorde, chegando a mais de R$
365 mil. Além disso, o mercado conta com mais de dez mil criptomoedas e tokens
no mundo todo, atingindo cada dia mais novos usuários e investidores.
Para Ricardo Dantas, CO-CEO da Foxbit, “Estamos entrando em uma fase nova de
entendimento e aceitação que as criptomoedas vieram para ficar. A entrada de
grandes instituições, como NFTs e DEFI, além de novos modelos de negócio, como
jogos e até as meme coins, fizeram estes recordes acontecer. Além de tudo isso,
o momento econômico mundial tem consolidado as criptos como uma nova maneira de
investir”, resume ele.
Segundo Rafael Izidoro, CEO da Rispar,
“Além dos recordes de preço, o ativo contou com a entrada em massa de
investidores institucionais, a adoção como moeda de curso legal em El Salvador,
a descentralização da rede devido ao banimento da mineração na China, e maior
educação sobre o setor, que resultou em uma percepção mais otimista da
população sobre as criptomoedas”.
Para Vinicius Frias, CEO do Alter e
Diretor do Méliuz, foi um ano bastante importante para a maturidade do mercado.
O bitcoin atingiu US$1 trilhão de valor de mercado durante este ano e isso é um
feito incrível. “Atribuo esse feito a dois pontos. O primeiro foi a expansão
monetária realizada pelos governos mundo afora, iniciadas em 2020 e
intensificadas durante 2021, em especial o dos Estados Unidos. O bitcoin é um
ativo de defesa a isso. O segundo ponto foi uma maior institucionalização, com
diversos eventos marcantes, como as aquisições de bitcoin realizadas pela
MicroStrategy - que desencadeou outras empresas relevantes a seguirem caminho
similar, como a Tesla - , o IPO da Coinbase, lançamento de ETFs, dentre
outros”.
Entre as novidades do ano ficou marcado
o mercado das NFTs, os jogos com recompensas em criptomoedas, o Metaverso e a
utilização do blockchain para a grande massa.
Perspectiva para 2022
A perspectiva para o próximo ano é muito
animadora e, se depender do mercado brasileiro, as criptomoedas vão continuar
sendo as “queridinhas” dos investidores. Segundo pesquisa realizada pela Crypto.com,
59% dos brasileiros pretendem comprar criptomoedas pela primeira vez em 2022 e
37% desejam possuir um NFT (token não fungível).
Segundo o especialista da Foxbit,
"Países estão se preparando para regulações das criptomoedas, o que vai
movimentar o mercado. Aqui no Brasil, a criação das moedas digitais pelo Banco
Central e a popularização das criptomoedas são novidades para se ficar de olho
em 2022”.
Para Dantas, o Bitcoin deve sempre ser
pensado como uma defesa anti inflação. “No longo prazo ele tende a subir, mas o
mercado já mostrou que tem muita volatilidade no caminho. Acredito ainda que
pode apresentar um valor mais alto em 2022, porém historicamente, existem
grandes correções para este período pós-halving. Além disso, vejo além do
Bitcoin, as criptomoedas Ethereum, Solana, AVAX e DOT para ficar de olho no ano
que vem”, finaliza o CO-CEO.
Já para o próximo ano, Rafael analisa um
mercado promissor. “Com o mercado de alta que vivemos em 2021 e a forte adoção
pela população geral, grandes players institucionais e até Estados, a
perspectiva é de ainda maior popularização do Bitcoin como reserva de valor, e
quem sabe o tão esperado marco de US$100.000 (R$573.830)”.
Vinicius acredita que 2022 vai ser
um ano de uma maior maturidade para o mercado de NFTs, jogos play-to-earn e o
badalado ‘metaverso’. “Essas são todas apostas e novidades neste mercado que é
um vulcão em erupção. É bom lembrar que tudo depende do bitcoin continuar sua
tendência e a expectativa de longo prazo é de alta. Para o investidor
brasileiro que não quer ficar totalmente vulnerável aos acontecimentos locais,
se exponha ao Bitcoin, entenda seus fundamentos e tire parte do país do seu
dinheiro”.
Mercado de Mineração
A mineração do Bitcoin em 2021 foi
principalmente marcada pelo banimento da mineração em terras chinesas e a
posterior realocação das operações de mineração e a migração dessa malha
computacional para solo americano. Para Bernardo Schucman, vice-presidente
sênior de operações de data center da CleanSpark, esse ano foi muito importante
para a democratização da mineração que com a saída da China ficou possível e
competitiva em “quase” todos os países do mundo uma vez que a China “Devido ao
crescimento não sustentável da sua indústria de mineração vinha sendo um fator
de desequilíbrio para o mercado forçando mineradores de Bitcoin em busca de
competitividade não reforçarem práticas esg e também fomentava a crescente
concentração da força computacional do Bitcoin na China em muitos casos
utilizando energia fóssil.
Esse também foi o ano da fundação das
maiores empresas de mineração do mundo e muitas nos Estados Unidos.Muitas
dessas empresas são empresas listadas em bolsas de valores e tem muito acesso a
capital o que também aumentou o volume de capital investido na infraestrutura
do Bitcoin”.
Mercado de crédito com garantia em
Bitcoin
De acordo com a Rispar, a procura pela
modalidade de crédito em reais com bitcoin como garantia aumentou mais de 312%
só nos últimos 6 meses. Isso mostra o crescimento da modalidade, segundo
Leonardo Bianconi, CPO da Rispar tiveram dois pontos fundamentais para esse
crescimento, “Primeiro, a maturidade do mercado - investidores estão cada vez
mais cientes do valor intrínseco do bitcoin e seu potencial de longo prazo, por
isso, manter o ativo tem se mostrado a melhor estratégia”.
“Em segundo lugar, a fragilidade da economia tradicional mais exposta nos
últimos dois anos, e alta inflação no Brasil e no mundo, que tem levado o
público geral em busca de alternativas de investimento e uma reserva de valor
mais efetiva para superar esse obstáculo; para ambas as necessidades, o bitcoin
tem se mostrado a melhor opção”, revela o especialista.
Para o próximo ano, a perspectiva é que ele seja um ano de muita importância para o mercado. “Estamos preparando muitas novidades e novos produtos para continuar inovando e atender à demanda crescente pelo Crédito com Garantia Cripto”, finaliza o CEO.
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