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O impacto das healthtechs no futuro do mercado de saúde


Por Filipe Boldo

Não é novidade que o mercado de saúde tem passado por transformações significativas, especialmente após a irrupção da pandemia. Nesse período, tivemos a oportunidade de acompanhar o crescimento das healthtechs no Brasil, responsáveis por fomentar a inovação e desenvolvimento tecnológico das instituições de saúde. De acordo com um estudo realizado pela Distrito, o Brasil já conta com cerca de 542 startups de saúde. Mas, como estas healthtechs podem contribuir para o desenvolvimento do mercado?

As healthtechs, startups de base tecnológica criadas com intuito de solucionar desafios do setor da saúde, oferecem soluções inovadoras, principalmente para instituições de pequeno e médio porte. Um bom exemplo são as healthtechs que disponibilizam tecnologias para a gestão de segmentos específicos dentro do ecossistema da saúde, como as áreas de suprimentos e compras. Atualmente, diversas clínicas, laboratórios, hospitais, ou, até mesmo, pequenos negócios de saúde, apresentam dificuldades para realizar o controle de estoque e processo de compras de maneira eficiente. A digitalização destes processos não apenas otimiza as operações, tornando-as automatizadas, como elimina o desperdício e contribui para a redução de custos.

As plataformas de gestão de suprimentos contam com o apoio de recursos como Inteligência Artificial para o seu desenvolvimento. Por meio destas tecnologias, é possível acompanhar uma evolução do mercado no que diz respeito à criação de soluções mais inteligentes, capazes de oferecer um suporte ainda mais assertivo para toda a cadeia de saúde em questões que demandam decisões mais eficientes.

O futuro do mercado de saúde

Mesmo que muitas empresas do setor de saúde já tenham avançado na jornada de transformação digital - conforme aponta um levantamento da BenCorp, que revela que o segmento de saúde digital movimentou, em 2021, US$ 344 milhões, um crescimento de 329% no último ano -, ainda existe um longo caminho a ser percorrido por aqueles que ainda não alcançaram a digitalização.

Para os próximos anos, acompanharemos a ascensão do segmento de gestão hospitalar, que passará a impactar todas as áreas do negócio, digitalizando desde o atendimento e as consultas, até funções administrativas, por meio de soluções integradas.

Além disso, será possível observar os sistemas de ERP, inovando e trazendo cada vez mais funções e soluções inteligentes para o dia a dia dos médicos. Já para o mercado de gestão, estoque e compras, podemos esperar, para um futuro próximo, novos sistemas que também abordem esse segmento ou integrem soluções complementares aos ERP’s.

Desafios para alcançar a digitalização na saúde

É evidente que a ascensão das healthtechs proporcionou maior acesso a soluções inovadoras no mercado. No entanto, ainda é preciso fomentar a mudança de hábitos conservadores dentro das instituições de saúde, substituindo-os por uma cultura que priorize a adoção de novas tecnologias. Desta forma, será possível expandir a digitalização para todas as áreas do negócio.

O fato é que a digitalização auxilia as empresas a manterem o foco em seu objetivo principal, já que passam a contar com a tecnologia para a aprimorar a tomada de decisão, poupando tempo e gerando eficiência. Para os próximos anos, podemos esperar um crescimento ainda maior de soluções digitais, tanto para as organizações otimizarem sua gestão e comunicação, quanto para apoiar o paciente. Ademais, veremos um aumento da aceitação e adoção de recursos tecnológicos em todo setor da saúde, além da própria integração entre as healthtechs, formando hubs de soluções cada vez mais integradas.

 

Filipe Boldo é Cofundador e CTO da Zaga, healhtech que otimiza processos de gestão de compras e suprimentos na área da saúde.

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