O otimismo salva as vendas de Natal
* Por Alexandre Damasio
Estamos há poucas semanas de um período
importante para o varejo: o Natal. E, nele, a única coisa que impede de
termos mais uma queda de vendas é o otimismo. A disposição de ver as coisas
pelo lado bom e esperar sempre uma solução favorável, mesmo nas situações mais
difíceis é a tônica das vendas neste Natal.
Em um quarto trimestre em que diversos
agentes externos impactam negativamente o consumo, e em um ano em que tivemos
11 reajustes de preço de combustível, com um aumento de mais de 73% no preço
final, seguida de 35 semanas de aumento da inflação real, alta inadimplência
das pessoas físicas, ultrapassando os 63 milhões de negativados no país e mais
de 600.000 na região do Grande ABCD e um aumento considerável do custo dos
empréstimos, mantivemos o otimismo que vem junto do avanço da vacina contra
Covid, queda do número de mortos e mais de 300.000 empregos criados segundo
dados do CAGED.
Estamos otimistas e essa característica
está estampada na pesquisa do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação
Getúlio Vargas que aponta aumento crescente no índice de expectativas do
consumidor que chegou a 82,4 pontos no mês de outubro.
Os enfeites de natal, ruas iluminadas,
músicas típicas, fachadas decoradas são equipamentos de influência de consumo e
existem desde de sempre, trata-se de um conjunto de técnicas de vendas
que visa influenciar a decisão de compra e facilitar a aquisição por impulso.
O humor do consumidor impacta no tíquete
médio de consumo e é determinante em épocas de crise. Segundo pesquisa CNDL/SPC
Brasil, 33% dos entrevistados pretendem gastar menos nas compras de presentes
este ano, 31% pretendem gastar mais e 27% gastarão a mesma quantia. Entre
aqueles que pretendem gastar menos, 37% querem economizar, 22% estão com o
orçamento apertado e 18% citam as incertezas com relação à economia brasileira
para o próximo ano, mesmo assim o “ espírito natalino” contagia mais de 124
milhões de consumidores em todo o país.
Diversificar o espaço de compra,
estimulando o consumidor a ocupar as ruas de comércio é uma forma saudável de
concorrência com as vendas virtuais e os marketplaces. A diversidade e os
produtos de autocuidado estão em alta, treinamento e atendimento são
essenciais. Melhorar as taxas bancárias e os custos financeiros são outra forma
de lucrar mais neste natal.
Também, segundo pesquisa CNDL/SPC
Brasil, 13% das compras de natal geram restrições nos birôs e impactam
negativamente no crédito do consumidor, carreando prejuízo imediato para o
varejista e perdas futuras para o setor. De sorte que a concessão do crédito
através de crediário, cheques e outras formas de título devem ser cautelosas e
o uso do cartão de crédito, parcimonioso. Também a movimentação de cédulas
merece atenção, já que segundo dados do Banco Central do Brasil, só em São
Paulo foram apreendidas, em novembro deste ano, mais de 81.000 cédulas falsas.
Então, a fórmula para um Natal melhor
para o varejo é torcer para continuarmos otimistas por mais duas semanas e
aguardar um 2022 próspero e com saúde.
* Alexandre Damasio é presidente da CDL de São Cateano do Sul e advogado.
Nenhum comentário