Retrospectiva de 2021
por Francisco Gomes Júnior
A opinião é impopular, mas 2021 foi um
ano ridículo. Era para ser o ano de saída da pandemia do Covid-19, mas, não
foi. Quando tudo parecia melhorar, apareceu nova variante mais transmissível e
surgiu surto de gripe influenza bastante forte. Essa é a síntese de 2021, as
expectativas não se realizaram.
O ano começou com o Oscar. Grandes
expectativas para a primeira premiação com a volta do público. E o melhor filme
foi Nomadland,
alguém se lembra? O melhor filme estrangeiro foi Druk – Mais uma rodada, um filme dinamarquês
divertido, mas que não se perpetuará para a eternidade. Daí veio o Emmy para
premiar as melhores séries e a vencedora como comédia foi Ted Lasso que tem um humor
pouco sutil. A melhor série dramática foi a quarta temporada de The Crown a série aclamada
que pouca gente tem a paciência de ver.
Na música, no American Music Awards, um
dos principais prêmios do segmento nos Estados Unidos, o grande vencedor foi o
grupo de k-pop BTS e
no Grammy o álbum do ano foi Folklore
de Taylor Swift. Para
os brasileiros foi um ano triste com a perda de Marília Mendonça num trágico
acidente aéreo. Marilia foi homenageada no Grammy Latino, que premiou como
melhor álbum do ano Salswing! de
Rubén Blades e Roberto
Delgado.
Em nosso mercado interno, Fausto Silva
deixou a Globo e foi substituído por Luciano Huck, que ainda não engrenou. E
Marcos Mion deixou a Record para substituir Huck no Caldeirão aos sábados.
Muitos atores e atrizes de novelas foram dispensados pela Globo em uma
reestruturação. Silvio Santos tentou voltar a gravar seu programa, contraiu
Covid e não retornou até o fim do ano.
O BBB foi um grande sucesso em 2021,
consagrando Juliette e Gil do Vigor. A Fazenda 13 foi um fiasco, apesar do
esforço da nova apresentadora Adriane Galisteu. A seleção dos participantes foi
apelativa e a direção do programa permissiva com condutas reprováveis.
E na política? Joe Biden assumiu como
Presidente dos EUA e realizou uma Cúpula Climática sem resultados efetivos,
apenas com compromissos que não se sabe se serão cumpridos. Angela Merkel foi
substituída como premiê alemã por Olaf Scholz; Putin deslocou tropas para uma
possível invasão da Ucrânia; a China reprimiu protestos em Hong Kong e tirou de
circulação a tenista Shuai Peng que acusou um membro do governo de abuso
sexual.
No Brasil, a polarização política
cresceu. Solidificou-se a batalha que será travada entre Bolsonaro e Lula. Boa
parte das postagens nas mídias sociais enaltece o seu candidato e acusa o
outro. A tal terceira via parece não vingar e nomes como Moro, Doria, Ciro,
Simone Tebet, Rodrigo Pacheco, dentre outros, não conseguem atingir dois
dígitos nas pesquisas, o que os inviabiliza individualmente.
Com atraso em seu início, a vacinação
ganhou força durante o ano e cresceu significativamente com 70% da população
totalmente imunizada. Mas, ainda há uma incerteza sobre se novas variantes
serão combatidas pelas vacinas existentes e quantas doses de reforço serão
necessárias. O ano de muita euforia com pessoas postando fotos sendo vacinadas
e seus comprovantes terminou com incertezas.
E, a política dando voltas. Quem
defendeu durante o pico da pandemia manter o comércio aberto para não
prejudicar a economia, agora defende a não realização do Carnaval. E quem se
posicionou pelo fechamento naquele momento, agora defende realizar o Carnaval,
com raras exceções de ambos os lados.
Para coroar um ano sem graça, a ‘noiva’
cobiçada na política é Geraldo Alckmin, o apelidado “picolé de chuchu”; a CPI
da pandemia foi presidida por Omar Aziz e teve como relator Renan Calheiros e
as reformas legais que o governo promoveu foram conduzidas e pautadas por
Arthur Lira, o Presidente da Câmara. Sem espaço para renovações.
Mas, não teve coisas boas? Óbvio que
teve. A situação da pandemia está melhor, o número de mortes caiu bastante e só
isso basta. A economia começou a se recuperar. Mas, é aquela velha história,
quando se compara “algo” razoável com uma coisa muito ruim, esse “algo”
torna-se bom demais. Que venha 2022 e seja um grande ano!
Francisco Gomes Júnior - Advogado Especialista em Direito Digital e Crimes Cibernéticos. Presidente da Associação de Defesa de Dados Pessoais e do Consumidor (ADDP). Instagram: fgjr
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