Alunas desenvolvem aplicativo para ajudar refugiados
'Refuge Safe', da Etec
Irmã Agostina, conecta doadores e voluntários na captação de recursos e
donativos para ONGs que apoiam emigrados
Estudantes do
terceiro ano do curso Técnico de Nutrição integrado ao Médio (Novotec/M-Tec) da
Escola Técnica Estadual (Etec) Irmã Agostina, da Capital, desenvolveram um
projeto que busca conectar doadores a voluntários em benefício de entidades que
prestam apoio na reintegração de refugiados à sociedade. O aplicativo Refuge
Safe venceu o quarto Hackathon Acadêmico promovido pela Robótica Paula
Souza.
Mariana Visu
Teixeira, Sophia Rodrigues Costa da Silva e Thábata Victória Ferreira, sob a
orientação da professora Gleiciane Oliveira de Morais, deram início ao
protótipo do aplicativo em 2019, quando participaram do programa Pense Grande,
da Fundação Telefônica, realizado em parceria com o Centro Paula Souza (CPS).
Em 2021, a proposta do aplicativo voltou a ser trabalhada pelas alunas, após um
convite da docente. “Participei do curso Metodologias e Ferramentas para
Hackathon Acadêmico, oferecido pelo CPS aos professores, e vi a oportunidade de
o grupo dar continuidade e aperfeiçoar o projeto”, explica.
Além de vencer
a quarta edição, a participação no torneio da Robótica possibilitou que as
estudantes ampliassem as pesquisas sobre refugiados, apontando as necessidades
das Organizações Não Governamentais (ONGs) que oferecem assistência a essas
pessoas que precisaram fugir de seus países de origem.
“Chegamos a um
aplicativo que será a ponte entre pessoas que podem doar alimentos, roupas,
móveis, brinquedos e dinheiro, e voluntários que querem usar seu tempo e
recursos para fazer com que as doações cheguem até as ONGs”, conta Sophia.
“Muitas pessoas têm o que doar, mas não sabem onde deixar os donativos, quem
procurar ou não têm o tempo necessário para completar a ação. É aí que entram
os voluntários e parceiros, que podem disponibilizar veículos e outros recursos
para que as doações cheguem às instituições de apoio.”
A ferramenta
conta com interface para localização dos interessados em ajudar e também com um
personagem gamificado, Zula, para entreter e fomentar novas doações. “A
gamificação no app estimulará o usuário a querer doar, pois, quanto mais
doações por um mesmo usuário, mais o personagem fica feliz.” Além de participar
do game, as doações rendem pontos para trocar em descontos em uma loja
integrada à ferramenta. “A ideia da loja surgiu para ajudar no custeio do
aplicativo e para conseguir fundos que serão revertidos em doações às ONGs
parceiras”, explica a estudante.
Sophia conta
que o grupo se dedicou a fazer do aplicativo uma ferramenta acessível e
funcional e que agora está focado nos próximos passos para seu funcionamento
efetivo. “Estamos em contato com empresas e pessoas dispostas a fazer parcerias
para que o aplicativo possa ser disponibilizado à população. Também vamos
visitar ONGs e estreitar relações para que o projeto colabore ainda mais com os
refugiados.”
Além do Pense
Grande e do Hackathon Acadêmico, o trabalho foi apresentado no programa STEAM
SP, da Fundação Internacional Siemens Stiftung, em parceria com o Laboratório
de Sistemas Integráveis Tecnológico – LSI-TEC, com o apoio da Escola
Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Gleiciane explica que essa
participação fez com que as alunas focassem ainda mais no projeto. “Elas
melhoraram a ferramenta, ampliaram a fundamentação teórica e desenvolvam uma
metodologia para comprovar a hipótese de que as ONGs têm necessidade de suporte
para arrecadar doações.”
Outro resultado do projeto Refuge Safe é a proposta de levar o tema para discussão em ações na Etec Irmã Agostina. Sophia conta que em uma das conversas com as ONGs surgiu a sugestão de colocar o tema em pauta fora do grupo, envolver a comunidade escolar por meio de palestras e troca de conhecimentos sobre o tema, além de fomentar doações para a causa. Orgulhosa, a orientadora do grupo diz que o projeto cresceu muito e que vai muito além do exigido para alunos de nível médio. “Mesmo com as alunas concluindo o curso em 2021, a escola está disposta a continuar a apoiar o trabalho e abraçar a causa dos refugiados.”
Confira o vídeo
de apresentação do projeto:
Foto: Acervo pessoal
Grupo
se dedica, desde 2019, para que app seja uma ferramenta acessível e funcional
Sobre o Centro Paula Souza – Autarquia do Governo do Estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Centro Paula Souza (CPS) administra as Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e as Escolas Técnicas (Etecs) estaduais, além das classes descentralizadas – unidades que funcionam com um ou mais cursos, sob a supervisão de uma Etec –, em cerca de 360 municípios paulistas. As Etecs atendem mais de 228 mil estudantes nos Ensinos Técnico, Integrado e Médio. Nas Fatecs, o número de matriculados nos cursos de graduação tecnológica supera 94 mil alunos..
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