Cheque resiste à tecnologia e segue utilizado no Brasil
Apesar da digitalização e tecnologia, um dos
meios de pagamento mais antigo segue em determinados setores e regiões
Ele anda meio sumido, mas em alguns
estabelecimentos segue resistindo e sendo recebido nas negociações comerciais.
A utilização dos cheques vem caindo ano a ano com a chegada dos meios
eletrônicos. Hoje, dificilmente você encontra alguém portando um talão e
pagando suas despesas em cheque.
Segundo Mellissa Penteado, CEO do grupo
proScore, diferente do que acontecia no passado, de maneira geral o cheque não
é mais usado para despesas corriqueiras, como mercado ou farmácia. “O uso do
cheque acontece muito em comércios de alto valor agregado, como lojas de
material de construção. Há o caso de regiões com menos acesso à tecnologia,
cujo cheque também é usado”
Alguns profissionais liberais ou mesmo
um comprador que pretenda dividir uma compra em mais de 12 vezes, que não dá
para fazer no cartão de crédito, são usuários do cheque. Apesar do risco de o
cheque voltar sem fundos – fato que pode ser mitigado por sistemas de apoio e
consultas - o serviço não tem o custo operacional pelo uso das máquinas
de cartão, nem taxas cobradas pelas empresas que fazem parte da cadeia de
pagamentos e também pode ser usado para pagamento de terceiros.
"A digitalização fez com que meios
de pagamento eletrônicos – como pix, transferências ou até cartões – sejam mais
usados. Por isso, é comum que locais com menos acesso à tecnologia ainda usem o
cheque como meio de pagamento. No entanto, o uso desta modalidade não se
relaciona exclusivamente ao acesso tecnológico. Em alguns segmentos da
economia, como materiais de construção ou até insumos para a indústria sejam
pagos com o cheque", disse a especialista em administração e tecnologia
Mellissa Penteado, CEO da proScore, bureau digital de crédito e authority de
Score.
Risco
Mellissa destaca a necessidade alguns
cuidados para quem ainda mantém o hábito de utilizar os talões de cheques.
"O uso dos cheques, assim como de qualquer outro meio de pagamento, está
suscetível a problemas se não houver medidas de segurança e verificação adequadas,
por isso, sempre é bom cautela", afirmou.
- Emitir cheques sempre nominais
e cruzados;
- Ao preencher cheques elimine os
espaços vazios e evite rasuras;
- Controle os depósitos e
retiradas no canhoto, inclusive as realizados com cartão;
- Evite circular com talões de
cheques. Leve apenas a quantidade de folhas que pretende utilizar no dia.
Faça o mesmo com os cartões de crédito, carregando-o apenas quando
pretender utilizar;
- Ao receber um novo talão
confira os dados referentes ao nome, número da conta corrente e CPF e a
quantidade de cheques do talonário;
- Tome o máximo de cautela na
guarda dos talões. Destaque a folha de requisição e guarde em separado;
- Nunca deixe requisições ou
cheques assinados no talão;
- Destrua os talões de contas
inativas;
- Separe os cheques de qualquer
documento pessoal.
Mellissa acredita ainda que o cheque não
vai acabar como muita gente pensa. "A folha de cheque não deve acabar.
Essa redução do uso acontece naturalmente acompanhando a tecnologia, mas por
ser um meio de pagamento importante em setores e regiões, deve permanecer por
longos anos", declarou.
Queda
De acordo com Federação Nacional de
Bancos (Febraban), o uso de cheques no País caiu 23,7% em 2021 em relação a
2020. Foram compensados 218,9 milhões de cheques, o menor valor da série
histórica, uma queda de 93,4% em relação a 1995, primeiro ano de medição.
Em 2020, foram compensados 287,1 milhões
de cheques. O número dos dois anos anteriores está bem distante do dado de
1995, quando foram compensados 3,3 bilhões de cheques, somando R$ 2 trilhões. O
valor compensado em 2021 foi de R$ 667 bilhões, queda de 67,4% ante 1995 e
0,22% em relação a 2020.
Os cheques devolvidos de 2021
representaram 8,5% do total de cheques compensados, 18,6 milhões. Uma queda de
23,7% em relação ao ano de 2020. Em 1996, quando essa categoria passou a ser
medidas, foram devolvidos 63,5 milhões de cheques.
O total de cheques devolvidos sem fundos
em 2021 caiu de 15,2 milhões em 2020 para 13,6 milhões, redução de 20,6%. Essa
categoria começou a ser medida em 1997, quando foram registrados 56,8 milhões
de cheques devolvidos sem fundos.
Segundo a Febraban, a queda acentuada no
uso de cheques no Brasil reflete o avanço dos meios de pagamento digitais, como
a internet, o mobile banking e a criação do Pix, que ocorreu em 2020.
Sobre Mellissa Penteado
Formada em Administração pela PUC/SP,
com especializações pela Disney Institute, Law Business School, Ohio University
e Business pela University of Akron. Iniciou sua carreira no setor de fomento
mercantil em 1995 até fundar a proScore Tecnologia no ano 2000, bureau digital
de crédito e authority de Score. Com mais de 19 anos de vivência na área
administrativa e tecnológica, é CEO da empresa e em 2018 fundou o Bancoin,
fintech de inclusão financeira e social especializada em desbancarizados.
Sobre a proScore
A proScore Tecnologia é um bureau digital de crédito, authority de Score, especialista em Big Data e inteligência de dados, assim como motores de decisão, com objetivo de desenvolver soluções completas e customizadas focadas em negócios com qualidade, segurança e agilidade tecnológica. As informações fornecidas pela proScore auxiliam na tomada de decisão, seja no viés crédito, cobrança, fraude ou prospecção de clientes; além de sanear e enriquecer bases de dados legadas. Com mais de 20 anos de tradição no mercado brasileiro é o único bureau com capital 100% nacional.
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