Os 3 níveis de liderança: tática, operacional e estratégica
Fabio Lima*
Um dos desafios que muitos gerentes e
líderes enfrentam é entender as distinções entre os níveis de liderança. Embora
exista uma base comum de teoria e prática, os requisitos da liderança tática
são bem diferentes dos da liderança estratégica, por exemplo. Além disso, há
todo um nível de liderança operacional que muitas pessoas sequer percebem que
existe.
Liderança Tática
A liderança tática está preocupada com o
aqui e agora, com decisões de curto prazo e gerenciamento de riscos para ganhos
imediatos.
No nível tático, os líderes devem
equilibrar as necessidades dos membros da equipe com as necessidades da missão
ou situação. Isso geralmente envolve negociar e convencer os seguidores a cooperar
para alcançar o objetivo.
Também significa criar um ambiente em
que eles estejam dispostos a fazer sacrifícios ou contribuir com a equipe por
causa de uma lealdade sentida ao líder e outros membros da equipe.
A liderança tática é, portanto, altamente
transacional. Isso ocorre porque o líder não possui muitas das ferramentas de
liderança transformacional à sua disposição.
Segundo pesquisas sobre o assunto,
líderes transformacionais eficazes fornecem motivação inspiradora, consideração
individualizada, estímulo intelectual e influência idealizada.
Os três primeiros desses fatores
dependem muito dos objetivos gerais da organização e também de sua cultura e
modo de operação, que dependem da liderança estratégica e operacional.
Como resultado, eles estão muito além da
influência do líder tático que trabalha na face de carvão. O único fator
realmente sob o controle do líder tático é o nível de influência idealizada, em
outras palavras, o carisma.
Liderança Operacional
Os líderes operacionais são os heróis
desconhecidos das organizações. Eles constroem as estruturas e sistemas que
permitem que a visão e os objetivos do líder estratégico sejam alcançados,
enquanto fornecem uma estrutura para a ação inspirada dos líderes táticos da
organização.
Em outras palavras, criam sistemas para
apoiar os valores da organização e sua liderança e incentivar padrões de
cultura e comportamento que são congruentes com eles.
Por exemplo, uma organização que
valoriza o trabalho em equipe e a colaboração em grupo em detrimento de
contribuições individuais precisa de um sistema de recompensas que apoie esse
objetivo.
Se uma equipe obtiver um resultado
significativo por meio de um trabalho eficaz em equipe, toda a equipe deverá
ser reconhecida e recompensada, não seus membros individuais. Isso também não
exige necessariamente recompensas financeiras, pois sabemos que o aumento de
salários e bônus tem uma meia vida muito curta.
Recompensas específicas, como maior
reconhecimento da equipe, posicionamento competitivo e projetos mais
interessantes e vitais, podem ser muito eficazes no longo prazo na criação de
equipes altamente motivadas, com alto moral e coesão.
Essa abordagem da eficácia operacional
deve permear toda a organização e todos os seus sistemas, estruturas e
processos de suporte. Além disso, tem que haver consistência, congruência e
coerência entre esses fatores da dinâmica organizacional.
Não é bom se as recompensas forem
inconsistentes de um projeto ou equipe para o próximo, ou se eles não tiverem
as ferramentas e os sistemas adequados para obter as tarefas e funções
atribuídas.
Liderança estratégica
A liderança estratégica preocupa-se com
o propósito e as metas de longo prazo de uma organização, movimento ou
instituição.
Um líder estratégico está tentando criar
uma organização viável, capaz de funcionar em todas as circunstâncias, que seja
resiliente e, melhor ainda, robusta diante de ameaças e obstáculos.
Os líderes estratégicos podem usar
punições e recompensas transacionais para atingir seus objetivos
organizacionais, mas geralmente tem apenas um efeito no curto prazo e podem até
ser contraditórios no longo prazo.
É por isso que é bem mais eficaz e
eficiente construir liderança estratégica com base em fatores
transformacionais.
Por ter uma visão e missão convincentes,
um líder estratégico atrairá as pessoas certas para a organização,
comprometidas com seus objetivos e objetivos de longo prazo, proporcionando
motivação diante de dificuldades e contratempos. Isso também fornece um
ambiente estimulante e desafiador para as pessoas crescerem, liberando assim
seus talentos e habilidades na consecução dos objetivos organizacionais.
Os membros da organização sabem que suas
contribuições são valorizadas e que são uma parte essencial da equipe. Por
acreditarem nos valores e no objetivo da organização e acreditarem que seus
líderes tem seus melhores interesses no coração, estão dispostos a fazer
sacrifícios pelo bem da instituição.
Enquanto um líder estratégico deve
fornecer uma visão idealizada do futuro e da organização, não é necessário que
ele seja altamente carismático. De fato, isso pode ser mais um fardo do que
vale, pois todo mundo fica dependente da presença contínua do líder.
Após a descrição dos diferentes níveis
de liderança, é possível saber o nível em que se está operando e avaliar se ele
é apropriado para as necessidades da posição ocupada e da própria organização.
Assim, com o entendimento dos tipos de liderança, fica mais fácil desenvolver
um entendimento maior de sua própria liderança, mas também daqueles que o
rodeiam.
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*Fábio Lima* é consultor e mentor de empresários e executivos, especialista em gestão empresarial. CEO da LCC – Light Consulting e Coaching.
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