Pandemia aumenta procura por seguros nas plataformas digitais
A pandemia evidenciou a necessidade de ter proteções
diante dos riscos. Os seguros mais procurados foram os contra roubos e furtos
de veículos, os seguros de vida e os seguros de viagem.
Investimentos em tecnologia de seguros aumentaram devido à pandemia
De acordo com o Inside Fintech Report de julho de 2021 da Distrito
no primeiro semestre, US$ 49 milhões foram investidos em empresas
de tecnologia no mercado de seguros, mais da metade do investido em 2020,
US$ 92 milhões. De acordo com o informe, desde 2011,
US$ 349 milhões foram investidos neste setor, mas em torno de 40%
desse capital foi adquirido nos últimos dois anos.
Atualmente o
mercado de seguros procura oferecer ao cliente uma boa experiência, que começa
desde o primeiro contato. O aproveitamento das novas tecnologias tem um papel
fundamental para atingir este objetivo, por isso se observa uma grande inversão
neste segmento.
As inversões em tecnologia não só permitem uma melhor
experiência ao consumidor com a desburocratização e a automatização dos
processos de contratação, consultas e gestão, também permite que as seguradoras
fiquem mais próximas aos segurados e aos futuros clientes.
De acordo com a Distrito, até 2020 foram mapeadas 113
insurtechs no país, 76 mais que as registradas em 2015:
·
54 delas atuam na procura de soluções
tecnológicas para melhorar os processos das seguradoras,
·
35 oferecem serviços novos e inovadores,
·
16 atuam como canais de distribuição de seguros
e
·
8 oferecem serviços adicionais para as empresas
de seguros
No relatório de 2021, apenas 109 insurtechs foram mapeadas.
Essas empresas trouxeram grandes benefícios para o
mercado de seguros tradicional, principalmente fazendo intermediação entre
clientes e seguradoras ou gerando parcerias que garantem o aumento das vendas.
Muitas surgiram em hubs de aceleração independentes,
outras foram criadas pelas próprias seguradoras, como a Porto Seguro, por exemplo.
Mas, nos últimos anos, os principais incentivos para o desenvolvimento
destas empresas foram a pandemia e a Susep (Superintendência de Seguros
Privados).
Ambas colaboram com o desenvolvimento tecnológico de
diferentes formas e colocam o cliente no centro da operação, pois é ele quem
decide qual cobertura contratar de acordo com sua capacidade econômica e com o
tempo que quer ter o serviço.
A pandemia evidenciou a necessidade de ter proteções
diante dos riscos. Os seguros mais procurados foram os contra roubos e furtos de veículos, principalmente
nas cidades onde mais sinistros foram registrados; os seguros de vida que
dispararam as contratações no começo da pandemia, e também os seguros de viagem.
Outras coberturas que vêm ganhando espaço são para os celulares, por danos ou
roubo.
Com o Open Insurance, objetivo da Susep para os próximos
anos, a competitividade entre as empresas aumenta. Ao tornar disponível
mais informações, há mais oferta de seguros e é possível para as seguradoras
criar produtos que se adaptem aos diversos perfis de clientes e que satisfazem
as exigências de cada um.
Além da maior oferta de seguros, surgiram desta
situação importantes parcerias e fusões que beneficiam os clientes. Em
2020 o número de operações deste tipo triplicou e neste ano, continuam
ocorrendo. As colaborações mais comuns foram entre empresas do setor financeiro
com as do setor de seguros. Por exemplo, o Mercado Pago fez uma parceria com a
Pitzi para oferecer seguros para celulares, e o Itaú hoje conta com mais de 15
parcerias para oferecer a seus clientes diferentes opções de seguro.
Também é frequente encontrar que algumas das grandes
seguradoras procuram oferecer seguros para mais perfis de clientes. Algumas
têm participação em nas insurtechs, como por exemplo a Porto Seguro na Segfy e
na Connect Car, e empresas tradicionais criam novas insurtechs para oferecer
serviços mais simples, flexíveis e ágeis para os clientes, como a HDI junto ao
Santander Auto.
Como o cliente responde às novas propostas
Fazer cotações, preencher registro e aguardar as
respostas das seguradoras continuam sendo ações necessárias para contratar
qualquer tipo de seguro. Por anos, esse processo demorava bastante e
requeria paciência do consumidor, a burocracia para a contratação de uma
apólice para proteger o veículo ou uma casa fazia com que muitos preferissem
correr o risco antes de iniciar o processo. Por isso, cerca de 70% dos veículos
circulam no país sem nenhum tipo de cobertura.
Apesar das novas formas de seguro, como o seguro por
tempo determinado ou coberturas pagas de acordo ao uso do automóvel ou à
maneira como o motorista dirige, o número de veículos que não contam com
proteção contra riscos é alto.
Os consumidores de hoje em dia continuam com o mesmo
aborrecimento pela burocracia de contratação dos seguros. No entanto, no
momento atual contam com mais informações sobre os seguros e mais critérios
para fazer a contratação de uma apólice de seguro. Mesmo assim ainda há
resistência às novas propostas e os clientes continuam pagando seguros entre
20% e 30% mais caros. Isto exige mudanças nas seguradoras tradicionais
que evidenciem o benefício para os clientes e incentiva a criação de novos
produtos e serviços.
Além de facilitar o acesso do cliente aos diversos seguros,
tanto as seguradoras tradicionais como as novas Insurtech são conscientes que
precisam modificar a percepção que o brasileiro tem sobre o seguro, que é
necessário deixar de correr riscos e transferi-los a empresas que os assumem, e
também precisam mostrar que apesar de não terem uma longa trajetória no
mercado, são iguais de confiáveis que as seguradoras mais conhecidas.
Tendências atuais de consumo e seu impacto no setor de seguros
A recuperação do mercado de veículos continua em
recuperação e mostrando crescimento nos últimos meses. Mas também é
importante destacar as novas tendências de consumo, que apesar de evidenciar
números baixos ao compararmos com a comercialização dos veículos tradicionais,
carros e motos, significam uma grande oportunidade para o setor de seguros.
Nos primeiros seis meses deste ano foram comercializados
13.889 veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in. Apesar de
representar somente 1,4% dos veículos vendidos, o mercado se mostra muito
interessado neste tipo de automóveis.
De acordo com a pesquisa feita pela KPMG junto com a
Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), 89,7% dos brasileiros desejam mais alternativas
para poder comprar estes veículos e 53,5% disse que poderia ter um veículo
elétrico por meio de uma assinatura. Outro veículo que está mostrando um
crescimento considerável são as bicicletas elétricas. Até agosto, o crescimento
na produção foi de 24,5%, de acordo com a Aliança Bike. Nos primeiros
oito meses, 26.671 unidades foram comercializadas.
Como qualquer tipo de seguro requer conhecimento e produtos específicos, o que abre a possibilidade de desenvolver novos produtos adaptados exclusivamente a este setor.
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