BNDES registra lucro líquido recorde em 2021 e passa a ter a maior carteira de concessões de infraestrutura do mundo
- Banco registrou R$ 34,1 bilhões
de lucro líquido, maior valor de sua série histórica, 65% acima de 2020
- Resultado foi influenciado
principalmente por venda de participações societárias e debêntures, além
de maiores receitas com dividendos
- BNDES se tornou o maior estruturador
de projetos de concessão em infraestrutura entre seus pares, de acordo com
ranking da provedora de dados Infralogic
- Carteira do banco inclui
saneamento, transporte, infraestrutura urbana e energia com mais de R$ 270
bilhões em investimentos previstos
O BNDES apresentou
lucro líquido recorde de R$ 34,1 bilhões em 2021, volume 65% superior ao
registrado em 2020, resultado fortemente marcado por ganhos com participações
societárias (R$ 30,6 bilhões) e com a intermediação financeira
(R$ 19,9 bilhões). Também ao final do ano, o Banco foi apontado pela
provedora de dados Infralogic como o maior estruturador de PPPs, Concessões e
Privatizações em infraestrutura para concessão entre seus pares, desbancando o
IFC (Banco Mundial), o Banco de Investimentos Europeu (EIB) e o Banco Europeu
Para Reconstrução e Desenvolvimento (ERDB), entre outros. O Banco fechou 2021
com 167 projetos em sua carteira, dos quais 19 já foram leiloados, o que
totaliza investimentos previstos da ordem de R$ 383 bilhões – R$ 109 bilhões referentes
aos projetos já leiloados. Os resultados foram apresentados nesta sexta-feira
(25), pelo presidente Gustavo Montezano e por demais integrantes da diretoria
do BNDES.
O lucro líquido anual
de R$ 34,1 bilhões foi impactado ainda pelas alienações de ações de
Vale, Klabin e JBS – que contribuíram com lucro líquido de R$ 6,0 bilhões, R$
1,0 bilhão e R$ 1,0 bilhão, respectivamente – e receita com dividendos/JCP,
acumulando R$ 7,3 bilhões (líquidos de tributos) – com destaque para Petrobras,
Copel e Eletrobras. Também contribuiu para o bom desempenho o resultado
positivo de equivalência patrimonial, que totalizou R$ 4,3 bilhões no
ano – basicamente de JBS –, a reversão de provisão para perdas em investimentos
na Petrobras (efeito líquido de R$ 3,5 bilhões) e a venda de debêntures da Vale
(R$ 2,1 bilhões).
O resultado recorrente,
que exclui operações de desinvestimento da carteira de renda variável e
provisões para risco de crédito, entre outros, foi de R$ 15,8 bilhões em
2021. O indicador apresentou aumento de 96,9% quando comparado a 2020 (R$ 8,0
bilhões), refletindo a maior receita com dividendos/JCP e o acréscimo no
produto da intermediação financeira, o que demonstra a consistência também da
carteira de crédito do banco.
Sustentabilidade – Ao fim de 2021,
53,5% das operações de crédito do BNDES (considerando operações diretas e
indiretas não automáticas) estavam ligados a projetos que apoiavam a economia
verde e o desenvolvimento social. No ano, os desembolsos para iniciativas dessa
natureza totalizaram R$ 7,8 bilhões e R$ 10,0 bilhões, respectivamente.
Cerca de 83% dos
desembolsos (R$ 53,5 bilhões) do ano contribuíram para os Objetivos do
Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela ONU, totalizando quase 180 mil
operações. Ao todo foi viabilizada a geração de 1.730 MW de energia eólica – o
suficiente para atender 3,3 milhões de residências – implementados 3.197 km de
rede de distribuição de gás natural e construídas 2.142 cisternas em escolas
públicas rurais, dentre outras Entregas para a Sociedade.
Considerando o legado
ambiental do BNDES desde a assinatura do Acordo de Paris em 2015, o apoio
financeiro do BNDES viabilizou, dentre outros resultados, o plantio
de 1,8 milhão de mudas e de 830 mil hectares de florestas. Nesses
sete anos, as operações financiadas pela instituição evitaram a emissão de
cerca de 74,4 milhões de toneladas de gás carbônico, equivalentes a cerca de 28
anos de emissões da frota de veículos da cidade de São Paulo.
Fábrica de Projetos – O
reconhecimento do BNDES pela Infralogic como o maior estruturador de PPPs,
concessões e privatizações em infraestrutura do mundo entre seus pares, é
resultado do trabalho implementado pela Fábrica de Projetos. Atualmente, a
carteira conta com 148 projetos em estruturação e 19 projetos leiloados,
totalizando investimentos previstos da ordem de R$ 383 bilhões. Ela vem
ampliando a atração de capital privado para a viabilização de empreendimentos
que teriam dificuldade de serem custeados somente por recursos públicos e faz
parte da estratégia atual de atuar no desenvolvimento da economia nacional como
um banco multiprodutos.
O principal exemplo de
êxito nesse campo em 2021 foram os leilões de concessão dos quatro blocos de
saneamento do Rio de Janeiro, que arrecadaram R$ 24,8 bilhões e devem gerar R$
32 bilhões em investimentos. Além desses, o Amapá fez a concessão integrada do
saneamento básico de seus 16 municípios, com R$ 3,2 bilhões em investimentos e
o estado do Alagoas leiloou mais dois blocos, com destaque para o Bloco B,
integrando 34 cidades do Agreste e do Sertão alagoanos, arrematado por R$ 1,2
bilhão (ágio de +37.551%). Todos esses leilões foram estruturados pelo BNDES e
preveem a universalização do serviço de água e esgoto para cerca de 17 milhões
de pessoas, além de investimentos em despoluição e urbanização de áreas
carentes.
Ao todo, em 12 meses
foram leiloados 7 ativos de saneamento, 3 de energia elétrica e 1 de gás
natural, mobilizando R$ 92,5 bilhões entre investimento e outorgas.
Resultado financeiro
trimestral –
No último trimestre de 2021, o BNDES registrou lucro líquido de R$ 7,7 bilhões.
O desempenho foi fortemente influenciado pelo resultado com participações
societárias, principalmente receita com dividendos/JCP (R$ 3,2 bilhões,
líquidos de tributos) – com destaque para Petrobras –, resultado positivo de
equivalência patrimonial (R$ 1,1 bilhão) – basicamente JBS –, além de alienação
de ações, – também de JBS –, contribuindo com um lucro líquido de R$ 1,0
bilhão. Além de ter gerado retorno positivo, essas operações contribuíram para
diminuir o risco da carteira de renda variável do Banco às oscilações do
mercado de capitais.
Em 2021, o produto de
intermediação financeira atingiu R$ 19,9 bilhões, aumento de 55,2% em
comparação ao ano de 2020, impactado pelo resultado na venda de debêntures,
pelo aumento do saldo médio de disponibilidades, decorrente da monetização
parcial da carteira de participações societárias (alienações de investimentos)
e pela elevação na taxa SELIC, que remunera as disponibilidades, incluindo
efeito de derivativos de taxa de juros.
Ativos – O ativo do Sistema
BNDES totalizou R$ 737,2 bilhões em 31 de dezembro de 2021, uma
redução de 5,3% em relação a 31 de dezembro de 2020, decorrente,
principalmente, das liquidações antecipadas de R$ 63,0 bilhões ao Tesouro
Nacional.
Carteira – A carteira de crédito
e repasses, líquida de provisão, totalizou R$ 439,5 bilhões,
representando 59,6% dos ativos totais em 31 de dezembro de 2021 e manteve-se no
mesmo patamar de 2020 (decréscimo de 1,7%). O efeito da apropriação de variação
cambial e juros foi compensado pelo retorno líquido da carteira no ano. Os
desembolsos totais, incluindo debêntures, outros ativos de crédito, operações
de renda variável e não reembolsáveis, somaram R$ 64,3 bilhões em 2021.
Inadimplência – A inadimplência (+
90 dias), se manteve baixa, 0,19% em 31 de dezembro de 2021, inferior à
inadimplência do Sistema Financeiro Nacional (2,30% na mesma data). A boa
qualidade da carteira de crédito e repasses foi mantida, uma vez que 91,3% das
operações estavam classificadas nos mais baixos níveis de risco (entre AA e C)
em 31 de dezembro de 2021. Esse percentual foi ligeiramente inferior ao
registrado pelo Sistema Financeiro Nacional, de 91,9% em 30 de setembro de 2021
(última informação disponível).
O índice de
renegociação atingiu 15,17% em 31 de dezembro de 2021, em função das
renegociações no âmbito do programa emergencial Standstill – Setor Elétrico, para usinas
hidrelétricas acima de 50 MW de capacidade instalada, que alcançaram 6,34% da
carteira bruta. Desconsiderando efeitos de Standstill
– Setor Elétrico e Standstill
COVID-19, o índice de renegociação ficou em 1,66%.
A carteira de
participações societárias totalizou R$ 66,6 bilhões em 31 de dezembro
de 2021. A posição representa um decréscimo de 14,5% em relação a 31 de
dezembro de 2020, em função das alienações de ações ocorridas ao longo de 2021
(R$ 16,4 bilhões). A carteira de participações societárias (avaliação
gerencial) a valor justo em 31 de dezembro de 2021 era de
R$ 77,9 bilhões.
Fontes de recursos – Em 31 de dezembro de
2021, FAT e Tesouro Nacional representavam 51,9% e 18,6%, respectivamente, das
fontes de recursos do BNDES.
O valor devido pelo
BNDES ao Tesouro Nacional totalizou R$ 124,4 bilhões em 31 de
dezembro de 2021, representando uma redução de 36,3% em relação à posição em 31
de dezembro de 2020. O decréscimo decorreu de liquidações antecipadas, no
montante de R$ 63 bilhões, além de pagamentos ordinários de R$ 12,8
bilhões.
O FAT se manteve como
principal credor do BNDES. Em 2021, ingressaram R$ 22,2 bilhões de
recursos, sendo o saldo do fundo com o Banco de R$ 347,4 bilhões em
31 de dezembro de 2021.
O passivo com captações
externas totalizou R$ 33,4 bilhões em 31 de dezembro de 2021, um
decréscimo de 5,7% em relação ao saldo em 31 de dezembro de 2020, em função,
principalmente, de amortizações contratuais.
Patrimônio líquido – O patrimônio líquido
atingiu R$ 127,0 bilhões em 31 de dezembro de 2021, aumento de 12,4% em relação
ao saldo em 31 de dezembro de 2020. O lucro líquido de R$ 34,1 bilhões foi
atenuado pelo ajuste de avaliação patrimonial negativo, líquido de tributos, de
R$ 11,4 bilhões, além do pagamento de dividendos/JCP intermediários de R$
8,7 bilhões.
Limites prudenciais – Base para o cálculo
dos limites prudenciais estabelecidos pelo Banco Central (Bacen), o Patrimônio
de Referência totalizou R$ 190,3 bilhões em 31 de dezembro de 2021 (ante
R$ 194,5 bilhões em 31 de dezembro de 2020).
O Índice de Basileia
manteve-se em situação confortável, oscilando de 41,2% ao final de dezembro de
2020 para 40,2% em dezembro de 2021, acima dos 10% exigidos pelo Banco Central.
O decréscimo decorre do pré-pagamento de Instrumentos Elegíveis ao Capital
Principal, no montante de R$ 13,5 bilhões, ajuste de avaliação patrimonial negativo
de R$ 11,4 bilhões e pagamento de dividendos/JCP intermediários de
R$ 8,7 bilhões, atenuados pelo lucro líquido de R$ 34,1 bilhões no
período.
As demonstrações
financeiras do BNDES e suas subsidiárias estão disponíveis no Portal de
Relações com Investidores do BNDES (https://ri.bndes.gov.br/informacoes-financeiras/central-de-resultados/).
Sobre o BNDES – Fundado em 1952 e atualmente vinculado ao Ministério da Economia, o BNDES é o principal instrumento do Governo Federal para promover investimentos de longo prazo na economia brasileira. Suas ações têm foco no impacto socioambiental e econômico no Brasil. O Banco oferece condições especiais para micro, pequenas e médias empresas, além de linhas de investimentos sociais, direcionadas para educação e saúde, agricultura familiar, saneamento básico e transporte urbano. Em situações de crise, o Banco atua de forma anticíclica e auxilia na formulação das soluções para a retomada do crescimento da economia.
Nenhum comentário