Brasileira Solvian e multinacional Percepto selam parceria em drones e robôs autônomos para Indústria 4.0
Empresas prometem revolucionar a forma como a
indústria 4.0 gerencia ativos, monitora infraestrutura e prevê falhas em
operações
Fevereiro de 2022 - A brasileira
Solvian, empresa de soluções de monitoramento de ambientes e ativos com
sensores IoT para Indústria 4.0 e a multinacional Percepto, líder em soluções
autônomas de monitoramento de instalações industriais via drones e robôs,
acabam de fechar uma parceria.
Com o acordo, a Solvian
ampliará a abrangência de seus softwares de monitoramento de ambientes, ativos
e manutenção preventiva de máquinas, que passarão a prever falhas que chegam
como dados visuais também pelo ar, coletados por drones autônomos, que não
precisam de piloto. Com isso, as empresas que utilizam o software poderão
receber, em minutos, alertas e análises preditivas a partir de imagens de vídeo
e térmicas capturadas durante um vôo programado em locais de difícil acesso,
onde engenheiros levariam semanas e poderiam errar analisando pelo olho humano.
Segundo Daniel
Vilas, diretor geral da Solvian, as soluções das duas empresas se complementam
e a sinergia dos times promete acelerar o desenvolvimento e comercialização dos
produtos em um mercado com uma demanda crescente. “Agora podemos resolver
qualquer necessidade de monitoramento de qualquer tipo de indústria, chegando
até a predição, que é conseguir prever que algo vai falhar antes que aconteça,
seja por terra, água e agora, junto com a Percepto, pelo ar”.
A meta é crescer não só
na oferta de serviços, mas também na base de clientes no Brasil e América
Latina. "Atualmente com clientes na Colômbia, Argentina e Costa
Rica, nossa expectativa é dobrar de tamanho, comparado ao ano anterior",
conta Vilas, que espera atingir pelo menos R$ 14 milhões de faturamento até o
final de 2022.
O executivo explica que os
drones não serão vendidos separadamente e, sim, farão parte de um modelo SaaS
(Software as a Service), sendo gerenciados pelo software da Percepto. As
indústrias poderão fazer uso do aplicativo pela internet, pagando pelo serviço
como assinatura anual. “As empresas que contratarem o serviço serão
treinadas a operar os sistemas de drones e robôs, a programar as rondas, a
fazer a leitura dos relatórios, sempre com total acompanhamento da Solvian no
Brasil. O suporte (nível 1 e nível 2) também será prestado pela Solvian, bem
como a manutenção dos drones e robôs. E, quando necessário, será escalado o
suporte de Israel e Estados Unidos”, explica Vilas.
Segundo Dante Dominguez, diretor de vendas para
a América Latina da Percepto, como os drones são adaptados para
atividades industriais, eles sobrevoam os locais programados e depois voltam
para uma base, uma espécie de caixa, que recarrega as baterias do drone por
indução. “É diferente de um drone normal, do qual você tem que trocar a bateria
manualmente. Além disso, ele transfere as imagens e dados coletados (tanto
visuais como as da câmera térmica) para um gateway da base, que envia os dados
para a nuvem e vai para a Percepto, onde são feitas as análises e o
processamento desses dados com inteligência artificial para a geração de
relatórios e BI”.
“Os gestores ou
engenheiros recebem alertas sobre a saúde dos ativos não importa aonde estejam
no mundo. Depois de avisados que um problema foi encontrado, e em qual momento
do vídeo ele aparece, a empresa pode, por exemplo, ampliar aquela imagem, e
constatar que se não fizer uma manutenção, uma troca, ou outro tipo de reparo,
daqui seis meses ou um ano poderá ter um problema maior. Essa é a grande
vantagem do software. Ele faz análises e predição com machine learning e não
somente entrega imagens ou vídeos para serem analisados pelo olho humano, como
é a ideia do público geral sobre drones”, esclarece Daniel Vilas.
Mercado em ascensão
Segundo a Droneii,
especializada em pesquisas, o Brasil vai puxar o crescimento do setor na
América do Sul - o país continuará sendo o maior na região, e
deve crescer 11,3% anualmente entre 2021 e 2026, uma taxa superior a grandes
mercados, como os Estados Unidos (6,8%) e China (9,7%). Entre os três segmentos
desse setor - serviços, hardware e software – o que mais se destaca é o de
serviços, que deve atingir faturamento anual de US$ 32,2 bilhões em 2026,
representando 79,3% do mercado. A área que mais deve utilizar os serviços de
drones é a de Energia. Hoje, ela já é a principal usuária e seguirá assim pelos
próximos anos, seguida de Construção, Agricultura, Transporte, Logística
Interna e Armazenagem.
A Florida Power &
Light Company (FPL), uma das principais empresas de fornecimento de
energia dos EUA, por
exemplo, utiliza a tecnologia da Percepto para inspecionar a sua rede de
distribuição elétrica, diz Dante Dominguez. O drone consegue detectar anomalias
térmicas em até 3 metros de profundidade, embaixo da terra. Quando se trata de
torres de transmissão de energia elétrica, o drone consegue sobrevoar a junção
dos fios entre as torres e identificar pela câmera térmica se os fios estão
conectados de forma correta ou não, se estão dando curto circuito. Assim, é
possível evitar, por exemplo, que haja uma ruptura de fio, uma queda de energia,
e a empresa pode fazer uma manutenção
preventiva nesse ambiente. O objetivo de analisar os dados é
sempre prevenir paradas não esperadas, inatividade, ou seja, a empresa está
obtendo uma utilização mais eficaz, eficiente, confiável e lucrativa de seus
ativos.
“Existem inúmeras
possibilidades de aplicação dos drones, como em áreas de difícil acesso de
veículos, em pontes e trilhos de ferrovias, represas e barragens, tanques de
armazenamento de petróleo, de gás, áreas de mineração, em campos de painéis
solares, lugares para os quais ninguém estaria olhando. O software de
monitoramento consegue encontrar problemas que seriam imperceptíveis ao olho
humano, e são transformados em informação gerencial para que os engenheiros ou
técnicos consigam tomar decisões mais rapidamente e de forma mais assertiva”,
completa Vilas.
Segundo Dante
Dominguez, a partir de agora, as empresas que tiverem algum dispositivo de
monitoramento vão poder ter integração com o sistema Percepto. “Supondo que uma
empresa tenha uma câmera fixa conectada para inspecionar uma determinada área
industrial, ou outro dispositivo de monitoramento, a Percepto consegue pegar as
informações dessa câmera, ou de qualquer dispositivo, ou robô, ou até de
imagens filmadas com um celular, e inserir tudo isso na base de dados do
software Percepto. Pela união das informações, é possível gerar um modelo 3D,
analisando aquela área por todos os pontos de vista”.
Além dos escritórios próprios em Israel, Alemanha, Austrália e EUA, a Percepto, que registrou faturamento de US$ 45 milhões em 2020, tem representantes na Europa, Ásia e em países da América Latina como México, Chile, Argentina, Peru e Colômbia. “O setor tem um potencial gigantesco e a capacidade tecnológica da Solvian na área de softwares e sensores ainda vai contribuir muito com nossa ambição de expandir os limites da automação industrial no mundo”, afirma Shykeh Gordon, vice-presidente de vendas globais da Percepto.
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