Brasileiro na rede está cada dia mais 'mobile'
*Por Leila Borges Guimarães
Uma série de pesquisas mostra que o
brasileiro está cada dia mais conectado. E essa tendência está diretamente
ligada ao uso do smartphone.
De acordo com o relatório “Tendências e Comportamentos Digitais”, da Comscore,
o brasileiro fica conectado, todos os dias, em média, 3 horas e 23 minutos.
Isso somente no seu celular ou tablet.
Entre janeiro de 2020 e junho de 2021, já foi registrado um aumento de minutos online de 23%. E esse número
só tende a aumentar.
Se fizermos um recorte somente das
pessoas que acessam a internet pelo celular ou tablet, o Brasil é líder disparado na América
Latina, seguido a distância por México, Colômbia e Chile. São 77,9 milhões de
brasileiros que acessam a internet exclusivamente através de seus smartphones.
Essa tendência não é recente, mas foi
amplificada pela pandemia, que obrigou milhões de alunos a encarar o celular
também como uma plataforma de estudo. E outros milhões que viram o home office se tornar mais
que uma possibilidade, uma necessidade.
No entanto, além de se informar e
estudar, o que as pessoas buscam na internet é entretenimento digital, na
impossibilidade de sair de casa, por causa das medidas de distanciamento
físico. E, quando se fala em entretenimento, a primeira opção do brasileiro são
os jogos digitais.
O tempo de consumo de games no Brasil é maior do
que na China e só perde para os Estados Unidos e Índia. Os Estados Unidos
consomem 206,3 bilhões de minutos por mês de jogos online, enquanto no Brasil se consome 44,6
bilhões de minutos.
Já em termos de usuários únicos, o
Brasil é o quarto maior mercado, com 83,7 milhões de usuários únicos, atrás da
Índia, dos Estados Unidos e China. É muita gente jogando ao mesmo tempo. É muita
gente consumindo ao mesmo tempo.
E o que o mundo dos jogadores digitais
tem a ver com negócio? Quem se faz essa pergunta não deve ter percebido que
eles, os gamers,
não são adolescentes ou crianças entediadas. São profissionais, com formação
superior e renda que lhes permite consumir digitalmente.
O mesmo estudo da Comscore mostrou uma
equidade entre os gêneros da população digital (50% homens e 50% mulheres), com
residência na Região Sudeste do País e com predomínio da faixa etária acima dos
45 anos, que aumentou seu consumo de internet em 30% no período de um ano.
Para vender para essas pessoas, é
imprescindível que se saiba exatamente quem é o público que seu negócio quer
atingir e como fazer isso por meio de banners e vídeos publicitários que são exibidos
enquanto esse potencial cliente está jogando. Esse é o pulo do gato.
E como as empresas estão vendo esse
movimento? Há espaço para a inclusão dessa audiência nas estratégias de
marketing? Avaliando-se os números da Comscore, quem ainda não embarcou nessa
onda está perdendo tempo e dinheiro. Muito dinheiro.
Mais de 90% dos usuários brasileiros da
internet já fizeram alguma compra por aplicativo ou site no smartphone. Seis em
cada dez proprietários de celular (63%) fazem compras pela internet algumas vezes
por mês, no mínimo. Em comparação com o início de 2021, 83% dos entrevistados
passaram a fazer compras pelo celular com maior frequência.
Para fechar, entendo que aqueles que já
estão engajados nessa ação precisam ficar continuamente atentos. O grande fluxo
de atividades via mobile pede atenção das marcas com relação à experiência dos
usuários, com atenção redobrada no design
e no tempo de carregamento das páginas, principalmente, para que o consumidor
simplesmente não desista da compra.
Com alto tempo de uso e engajamento
natural, o mobile representa uma grande oportunidade para as marcas que podem,
com ações customizadas para o canal, ganhar destaque e gerar um excelente
diferencial.
Já para as empresas que ainda não
ingressaram nesse mundo, fica a reflexão do gato Cheshire, do livro Alice no País das Maravilhas,
do inglês Lewis Carroll: “Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho
serve”.
*Leila Borges Guimarães é Country Manager da Adsmovil
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