Como melhorar a experiência dos colaboradores que mudam de país a trabalho
O termo experiência do cliente ganha cada vez mais os holofotes no mercado. Muito se discute a respeito. Mas, tão importante quanto atender às necessidades de quem consome os produtos e serviços, é criar melhores condições e oportunidades para quem faz toda essa engrenagem funcionar: os colaboradores. E os impactos da Covid-19 no mundo corporativo evidenciaram ainda mais essa necessidade em organizações ao redor do mundo, em especial aquelas empresas com colaboradores atuando em países diferentes ao de sua origem.
Antes mesmo da pandemia, no que diz
respeito à mobilidade global especificamente, tornar as políticas mais
flexíveis visando atender às diferentes demandas e orçamentos, bem como às
necessidades e o estilo de vida dos funcionários e suas famílias, são
estratégias que já vinham sendo adotadas como parte da nova normalidade.
Inicialmente, muitas empresas apoiaram o
conceito de transferências gerenciadas pelo próprio colaborador, no modelo faça
você mesmo. Mas, a maioria destes não ofereciam opção de suporte pessoal. Foi
então necessário ajustar os modelos de negócios - adicionando especialistas que
poderiam resolver problemas e ser empáticos quando necessário e, desta forma,
tornar esse processo bem-sucedido. Até mesmo pessoas que amam tecnologia e as
funcionalidades de autoatendimento querem ter uma opção que as possibilite
conversar com um especialista.
E, por mais preparado que o colaborador
esteja, a realidade é que mudar de país não é fácil. Seja uma transferência
internacional ou expatriação estamos falando de uma experiência um tanto quanto
estressante e de um processo difícil de executar por vários motivos.
Um destaque no que diz respeito a EX e
CX, durante a pandemia, foi encontrar um equilíbrio entre a tecnologia e
contato humano nas interações. As empresas em todo o mundo descobriram que seus
funcionários precisavam deste toque humano.
E, aproveitando que a crise global, as
incertezas e os desafios levaram a níveis mais altos de colaboração e
compartilhamento de conhecimento entre empresas, mostrando a força que esta
prática tem, gostaria de compartilhar umas dicas que podem ajudar a garantir
uma maior eficiência nestes processos.
# 1 Foco na saúde mental e no bem-estar
do trabalhador
Oferecer conteúdos informativos sobre
saúde e um programa de assistência ao colaborador é algo que faz a diferença
para a experiência de qualquer colaborador. No caso dos transferidos, uma
estratégia ativa e muito valiosa, é implementar sessões regulares de
acompanhamento dos transferidos ou postar um pequeno vídeo de um porta-voz,
compartilhando seus próprios desafios ou estratégias para o bem-estar de sua
equipe, na intranet. Isso ajuda especialmente no início do processo
#2 Transformar a experiência do
colaborador e deixá-la mais inclusiva
Os programas de mobilidade global
voltados à diversidade, equidade e inclusão (ED&I) têm grandes resultados
quando é feita a análise do perfil de pessoas que abraçam oportunidades
internacionais de trabalho em suas empresas e também com a identificação dos
gaps.
A sugestão é começar com gênero, etnia,
LGBTQIA+, necessidades especiais e colaboradores vindos de mercados emergentes.
Mesmo que não seja um estudo empírico, reúna mais dados, e tenha como base a
seguinte pergunta: porque ainda a diversidade não é tão presente na mobilidade
global e não há diferentes perfis de pessoas aceitando oportunidades de
empregos internacionais? O que podemos fazer para mudar isso?
Sempre defina um desafio e metas a
cumprir. O focus group,
entrevistas em profundidade e discussões entre líderes de negócios podem ajudar
a identificar possíveis ações a serem tomadas para alcançar os resultados
desejados para esta cultura organizacional e de ED&I.
#3 Repensar a visão do seu programa e
políticas de flexibilidade. Que isso seja um trunfo e não uma barreira
Quando acontece uma flexibilização no
programa e políticas de mobilidade global, os envolvidos na estratégia sabem o
motivo pelo qual isso está ocorrendo? Enfatize e eduque as partes sobre as
implementações realizadas visando atender às diferentes necessidades.
Políticas flexíveis em programas de
mobilidade global é uma forma de apoiar a realização dos objetivos de ED&I
e permitir que os trabalhadores mantenham seu estilo de vida.
É importante estar atento às abordagens
desta política flexível. Se ela consiste, por exemplo, em oferecer a
possibilidade de contratação de serviços adicionais sem orientação prévia, o
colaborador pode ter ações inconscientes em favor da desigualdade de gênero,
aumento de custos ou uma falta de consciência que pode criar uma barreira.
Também é um bom momento para promover
iniciativas de diversidades e inclusão e conquistar visibilidade.
#4 Elimine tarefas repetitivas para o
bem de sua equipe de Mobilidade Global
Simplificar e agilizar processos através
da tecnologia e da digitalização são aspectos importantes para aprimorar a
experiência do colaborador, mas nem sempre os resultados e ganhos são rápidos.
Então, o que pode ser feito para resolver as tarefas rotineiras ou necessidades
que sempre desmoralizam e cansam a equipe, como o burnout?
Para começar a agilizar estes processos,
pergunte diretamente à equipe, se há alguma etapa ou processo, que se fosse
extinto, tornaria imediatamente o trabalho melhor. Ou seja, descubra qual seria
uma simples mudança que o líder poderia ativar e deixar os colaboradores mais
felizes. Decidir junto a eles pode fazer uma grande diferença.
#5 Incorpore metas de responsabilidade social aos programas
globais de mobilidade
Atualmente, as pessoas cada vez mais
querem trabalhar em empresas que se preocupam com causas sociais. E isso
acontece também com os consumidores, que têm mais interesse em comprar produtos
ou serviços de uma marca que compartilhe seus valores. Sua empresa já deve
possuir iniciativas que sustentam essa realidade, mas isso é utilizado em seu
programa de Mobilidade Global?
A sustentabilidade é um tema forte no
mercado de mobilidade, mas ainda existem dúvidas de como proceder para
incorporá-lo com sabedoria.
Utilize, por exemplo, caixotes de plástico
ao invés de papelão, realize vistorias virtuais em vez de presenciais, ofereça
opções de imóveis que permitam aos transferidos trabalharem de bicicleta quando
não estiverem de home office, faça ações de voluntariado ou promoção do uso
inteligente de energia e transporte ecológico.
Entender as mudanças e inovar torna-se
imprescindível neste novo cenário corporativo, e seguindo estes importantes
passos, sua empresa pode começar ainda hoje.
Haroldo Modesto executivo com vasta experiência no tema e country manager da Crown World Mobility, empresa que está presente no Brasil há 22 anos e apoia organizações em todo mundo na mobilidade global
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