Cristina Boner , fala sobre os investimentos em computação de ponta do Brasil que devem subir com 5G, analytics e nuvem
para ser competitivo no mercado, é preciso
acompanhar a evolução tecnológica
Os investimentos em edge computing, que
aproxima o processamento de dados dos clientes, devem crescer fortemente no
Brasil nos próximos anos graças às novas demandas geradas pelo ecossistema 5G e
por maiores e melhores requisitos de análise de dados, segundo diversos
analistas e executivos, diz Cristina Boner.
Essa arquitetura também é vista como
fundamental para garantir a baixa latência, processamento local e
requisitos de
residência de dados e deve acelerar ainda mais o segmento de
datacenter já altamente ativo no país.
A
IDC estima que cerca de US$ 2,9 bilhões serão destinados a soluções e
serviços relacionados a big data e analytics no Brasil este ano, um aumento de
10,8% em relação a 2020. Enquanto isso, prevê que os gastos com inteligência
artificial e machine learning crescerão 28%, para US$ 504 milhões.
As projeções foram apresentadas em um
webinar da IDC no mercado brasileiro e vêm de pesquisas realizadas pela empresa
de pesquisa com centenas de CIOs entre o final de 2021 e início de 2022.
"Boa parte das empresas ainda
carecem de uma cultura de dados estabelecida e difundida, necessária para
estabelecer KPIS e modelos ágeis de tomada de decisão, para ganho de
competitividade. Dessa forma, o avanço da edge computing, turbinado pelo
investimentos que virão do 5G, com certeza irão tomar um lugar de destaque nos
cenários competitivos de negócios ", disse Cristina Boner empresária da
área de tecnologia
Os gastos com IaaS (Infrastructure as a
Service) em nuvem pública devem chegar a US$ 1,9 bilhão este ano, um aumento de
36%, enquanto os investimentos relacionados à nuvem privada (infraestrutura
local) devem aumentar 7,9% para US$ 540 milhões, de acordo com a IDC.
Uma série de investimentos recentes em
edge computing suportam essas projeções.
Recentemente , o Edge UOL, unidade
recém-criada do grupo brasileiro de internet UOL,
anunciou uma parceria com a Amazon Web Services (AWS) e o Scala Data Centers
para explorar a computação de borda.
Como parte do acordo, o Edge UOL atuará
como um provedor de serviços gerenciados com base nos servidores de
infraestrutura on-premise da AWS instalados nos data centers de borda do Scala.
A ava
Telecom, provedora de telecomunicações corporativa e por atacado, está
implantando uma rede de data centers de ponta no estado de São Paulo, onde
estão concentradas suas operações para provedores de serviços de internet
(ISPs)A Empresa Brasileira de B2B da América
Móvil, Embratel,
por sua vez, planeja ter 12
data centers de ponta no país até o final deste ano. Três deles já
estão em operação em São Paulo, Brasília e Curitiba.
A AWS também anunciou planos para
uma localização
em nuvem de borda na capital cearense Fortaleza, sua terceira ponta no
Brasil. Os outros dois estão em São Paulo e no Rio.
A empresa também está em conversas com
empresas brasileiras, incluindo mineradores, para implantar edge computing em
suas redes privadas.
SUBINDO AO PICO A PARTIR DE 2023
Em estudo encomendado pela Frost
& Sullivan no mercado local de datacenters, a associação
brasileira de desenvolvimento industrial ABDI projeta
que a demanda por computação de borda crescerá para um pico a partir de 2023.
O estudo, coordenado pelo country
manager da Frost & Sullivan, Renato Pasquini, coloca a computação de
borda/multi-acesso de computação/descentralização de dados/convergência
tecnológica entre as três principais oportunidades de crescimento do segmento.
Os outros são serviços de
hiperescalers/colloation, análise de dados/inteligência artificial para
operações/automação de TI e ferramentas de gerenciamento remoto de datacenter.
Vinculada ao Ministério da Economia do
Brasil, a ABDI se dedica a pesquisas e projetos particularmente relacionados
à Indústria
4.0. O estudo entrevistou 51 das maiores empresas, indústrias e órgãos
públicos que contratam serviços de datacenter no Brasil.
A Frost & Sullivan projeta um
crescimento de 15,9% na receita para o mercado de serviços de data center no
Brasil este ano, atingindo 8,62 bilhões de reais (US$ 1,65 bilhão).
A consultoria lista 55 grandes data
centers que operam nas maiores regiões metropolitanas do Brasil até junho de
2021. Desses, 17 pertencem a Ascenty.
Em termos de receita, os dados, que
datam de 2020, IBM,
Ascenty, Equinix e Tivit lideram
as vendas em serviços de colocação e terceirização no país, com as seguintes
ações do mercado de receitas: 14%, 13,4%, 12,2% e 10,9%, respectivamente.
Entre os principais desafios para as
empresas quando se trata de serviços de datacenter estão os altos custos para
construção e operação desses locais, particularmente relacionados a impostos,
consumo de energia e importação de equipamentos, bem como a incerteza legal e
regulatória relacionada aos impostos e regulação e à escassez de trabalhadores
especializados.
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América Latina
Os principais impulsionadores para a
contratação de serviços de datacenter são a otimização do desempenho da
computação em armazenamento (52,9% das respostas), a redução dos riscos de
negócios (37,3%) e a ajuda a armazenar grandes ou crescentes quantidades de
dados (27,5%).
O estudo também aponta oportunidades no
setor, já que apenas 19,6% dos entrevistados disseram que seus dados não
sensíveis são mantidos inteiramente em infraestrutura de terceiros.
Outros 45,1% disseram manter
parcialmente os dados em sites de terceiros e 33,3% mantêm todos os seus dados
internamente, em suas próprias estruturas.
CENÁRIO
Indo além dos datacenters, as
perspectivas para o mercado de TIC no país este ano são geralmente otimistas.
A percepção dos analistas é que questões
macroeconômicas e possível volatilidade política não vão superar as exigências
dos usuários e empresas em relação à conectividade e digitalização.
"As expectativas para o crescimento
do mercado brasileiro de TIC em 2022 são as maiores dos últimos oito anos,
mesmo diante de um cenário de crescimento econômico moderado na América Latina
e eleições em nosso país", disse Denis Arcieri, country manager da IDC
Brasil.
A IDC prevê que TI e telecomunicações crescerão 8,2% em termos de vendas este ano, com TI crescendo 10,6% e Telecom 4,0%.
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