Fadiga pandêmica e fadiga crônica: qual é a diferença e o tratamento?
Com a pandemia da Covid-19, novas terminologias
surgiram para caracterizar sintomas, sentimentos e, principalmente, nos alertar
para eventuais sequelas que precisam de atenção e orientação médica.
São Paulo, 02 de fevereiro de 2022 – O ano mal começou e uma premissa é
certeira: a pandemia global de Covid-19 ainda passa por ondas de contágio e nos
faz manter a vigilância pelos protocolos de saúde, assim como conviver com
sequelas física e psicológicas que podem acometer nosso dia a dia de forma
intensa. Logo, como saber se o que sentimos é um cansaço momentâneo pela
hipervigilância ou um resquício da doença, pós-contágio?
A identificação pode não ser tão
simples, mas, por meio das colocações da Dra. Luciene Bandeira, psicóloga e
cofundadora da Psicologia Viva, e do Dr. André Alencar, psiquiatra do Grupo
Conexa, você poderá compreender melhor o que é a fadiga pandêmica e a fadiga
crônica, bem como quando procurar um especialista para auxiliar em seu caso.
Cansei da pandemia
Natural e previsível, a exaustão pelas
constantes mudanças e provações ocasionadas pelo surto do SAR-CoV 2 é o que
caracteriza a fadiga pandêmica. As alterações trazidas pela pandemia, que
afetaram várias dimensões da vida humana (pessoal, social e laboral), são
fatores de risco para que esse fenômeno se manifeste nos âmbitos físico, mental
ou emocional.
“Passamos por mudanças abruptas nos
hábitos, rotinas, vivenciamos uma carga excessiva de trabalho, a falta de
socialização, de rede de apoio, segurança, saúde e a imprevisibilidade quanto
ao desenvolvimento da doença e o planejamento futuro, questões que acabaram
modificando o funcionamento normal dos indivíduos. Logo, alguns indivíduos, em
decorrência disso, manifestaram a fadiga em sintomas como melancolia, exaustão
física, desinteresse, oscilações de humor, ansiedade, irritabilidade,
perturbações do sono, medo, etc.”, pontua a Dra. Luciene.
De acordo com a Dra. Luciene, um estudo
recente1 observou que, nas pessoas em geral, o predomínio global de
problemas de saúde mental, durante a pandemia é maior do que nos anos
anteriores, considerando, também, as consequências psicossociais. Isso quer
dizer que uma série de problemas, como depressão, transtorno de estresse
pós-traumático, sofrimento psicológico e transtornos de sono foram notados,
além de levantarem a preocupação pela alta de comportamentos de autoextermínio
e automutilação ”, completa.
Para evitar a fadiga pandêmica, a
profissional indica priorizar o autocuidado e o cuidado com os outros, mantendo
os protocolos e evitando contrair o vírus, bem como o desenvolvimento e fortalecimento
de estratégias de coping
(enfrentamento) diante das diversas situações. “É preciso entender as
características individuais do paciente em meio ao cenário atual. Com isso, a
realidade e as vivências são ajustadas às adversidades instaladas e às futuras,
a partir de exercícios que busquem trazer razão para a emoção, questionem
pensamentos de medo, proponham o respeito aos limites, o cuidado da saúde de
forma ampla – incluindo hidratação, alimentação, qualidade do sono, prática de
atividades físicas -, o contato com manifestações artísticas, momentos de lazer
que aliviem o estresse e o apoio de um profissional qualificado para ampará-lo
nessa condução ”, pontua.
Covid-19 como gatilho para fadiga
crônica
O quadro de fadiga crônica se constitui
em um cansaço físico extremo que dura, no mínimo, seis meses. “Ele ocorre de
forma incapacitante, não melhora com o descanso e compromete a funcionalidade
do paciente. Trata-se de uma síndrome que não tem causa conhecida pela ciência,
mas pode ser desencadeada por alterações metabólicas, do sistema nervoso,
disfunções do sistema imune e algumas infecções virais, como o Covid-19",
conta o Dr. André.
Pacientes que tiveram diagnóstico para a
SARS-Cov-2, sinalizam a persistência de sintomas físicos e mentais, mesmo após a
resolução do quadro inicial, o que leva à suposição da síndrome da fadiga
crônica ter a infecção como um de seus gatilhos. “Ainda não se sabe os motivos
pelos quais o quadro se instala e não há exames laboratoriais que indiquem a
síndrome. Sendo assim, o diagnóstico torna-se complexo e passa pela necessidade
de descartar outras possíveis causas, como hipotireoidismo, depressão, anemia,
entre outros”, explica.
Até o momento, não há cura para a fadiga
crônica, mas, André afirma que o objetivo do tratamento é controlar os
sintomas, as comorbidades e melhorar a qualidade de vida do paciente.
1 Brasil, L., Rayol, M., Siqueira, Maria. Covid-19: impacto
na saúde mental da população em tempos de pandemia, uma revisão integrativa.
Pará, 2021. Acesso em: 01/02/2022. Disponível em: https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/download/23988/20625
Sobre o Grupo Conexa
Player de saúde digital, o Grupo Conexa
cuida de cerca de 20 milhões de pacientes com a parceria de 70 mil
profissionais de saúde, em mais de 30 especialidades. Fundada no Rio de
Janeiro, em 2016, como uma clínica de saúde voltada à atenção primária,
reformulou seu modelo de negócio em 2017 e se tornou uma plataforma de telemedicina,
com a missão de revolucionar o acesso à saúde de qualidade, tornando a jornada
e a experiência do paciente mais fácil, segura e humanizada.
Em 2020, adquiriu a iMedicina,
desenvolvedora de software de médicos, prontuário eletrônico e líder em atração
e fidelização de pacientes. Em março de 2021, uniu-se à Psicologia Viva, maior
empresa de saúde mental da América Latina.
A companhia faz parte da Saúde Digital Brasil (SDB) e tem como clientes, hospitais, operadoras de saúde, laboratórios, além de grandes instituições do varejo e do setor financeiro, como Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Magazine Luiza, Seguros Unimed, Intermédica, entre outras. Saiba mais em https://www.conexasaude.com.br/
Nenhum comentário