Hotelaria da RMC tem alta de ocupação em janeiro, mas tarifas defasadas prejudicam retomada
Índice médio atingiu taxa da pré-pandemia;
aumento de preços e custos extras preocupam o setor
Campinas, 16 de
fevereiro de 2022 - Com a aceleração da vacinação e a retomada dos eventos
corporativos, os hóspedes estão voltando a frequentar os hotéis. A taxa média
de ocupação da rede hoteleira na Região Metropolitana de Campinas (RMC) em
janeiro atingiu 43,95%, índice superior ao período pré-pandemia. O avanço,
positivo, ainda é insuficiente para a retomada do fôlego financeiro, já que a
diária média registrada no mês passado foi de R$ 230,00 - abaixo dos R$ 236,00
de 2019 -, sem considerar a inflação do período, além da pressão provocada pelo
aumento dos custos.
Os números fazem parte
do levantamento mensal realizado pelo Campinas e Região Convention &
Visitors Bureau (CRC&VB), entidade que trabalha pelo fomento do turismo e
representa os hotéis e empresas de toda a cadeia ligada a eventos na RMC
.
O índice de ocupação de
quartos apurado no primeiro mês de 2022 é considerado positivo pela entidade,
superando o de 2019 (42,65%), quando não se falava na pandemia. Os dois
primeiros meses do ano – marcados pelas férias escolares e Carnaval – costumam
ser tradicionalmente mais fracos para a hotelaria regional, que tem seu foco
nos eventos corporativo, com a demanda aumentando a partir de março.
A elevação da ocupação
média mostra uma retomada gradativa do turismo de negócios na RMC, se comparado
com 2021, quando a taxa média ficou em 25%, quando ainda estava em vigor
diversas medidas restritivas e redução da taxa de capacidade dos hotéis, salas
de eventos e centros de convenções.
Segundo Vanderlei
Costa, presidente do CRC&VB, se por um lado a elevação da taxa de ocupação
vem reagindo, por outro o valor médio das diárias ainda preocupa muito o setor
hoteleiro.
“Levando-se em conta
apenas a inflação acumulada dos últimos dois anos, a diária ideal deveria estar
em torno de R$ 295,00 (contra os atuais R$ 230,00)”, pontua. “Os custos das
matérias-primas, insumos, Alimentos & Bebidas, serviços, mão-de-obra e alta
de taxas, impostos e serviços controlados pelos governos impedem a recuperação
financeira do setor, já que a tarifa defasada pressiona o caixa dos hotéis,
bastante afetados com a pandemia e a queda de público”, explica.
Além dos aumentos de
custos com os itens acima, os estabelecimentos do setor também tiveram que
arcar com custos extras para o combate à pandemia, como implantação de
protocolos sanitários e compra de produtos.
No levantamento mensal junto aos associados, o CRC&VB constatou ainda que o setor também enfrenta dificuldades para compra e reposição de materiais como enxovais, com a redução da produção industrial e aumento dos produtos finais, levando diversos setores a terceirizar este serviço.
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