Metaverso expande negócios e impacta na experiência do usuário
*Por Gabriel Figueira, especialista em comunicação digital e
head de marketing na Zappts
O metaverso foi uma das palavras mais
buscadas no Google Trends em 2021, principalmente pela notícia de que o big tech Facebook atualizou
o nome para Meta. A proposta de mudança está ligada a criação de um futuro
metaverso, conectando pessoas, produtos e/ou serviços, entretenimento e
criadores em um universo digital imersivo.
Porém, os que acreditam que o Facebook
está na vanguarda da tecnologia do metaverso, estão enganados. Metaversos como
o Decentraland e The Sandbox já existem há alguns anos, e contam com uma
capitalização de mercado de mais de 4 bilhões de dólares, cada um. Graças aos
avanços da web 3.0 e da tecnologia blockchain tais metaversos evoluem muito
rápido e diariamente terrenos virtuais são vendidos e festas acontecem em seus
ambientes virtuais.
Com o objetivo de aproximar cada vez
mais o mundo físico do online, essa tendência chegou para ajudar a acelerar
ainda mais a transformação digital, refletindo diretamente na experiência do
usuário. Por ser considerado um espaço de interação no meio online, esse hype está sendo visto como
uma oportunidade para expandir negócios e trazer novos formatos de
trabalho.
As empresas de tecnologia estão entre os
principais beneficiados, visto que podem propor novas maneiras de utilização do
metaverso, desde a promoção de um produto até integrar a rotina corporativa,
por exemplo.
Gamificação: como as empresas se
beneficiam do metaverso
Considerado um centro de inovação, o
metaverso ajudou a promover o mercado de games. Grandes marcas como Nike, Itaú
e Vans já desenvolveram ações com o ambiente virtual com o intuito de atingir
um novo nicho, e consequentemente, se posicionar neste novo espaço.
A Nike criou no ano passado a Nikeland
dentro do jogo Roblox - os jogadores conseguem criar os próprios mundos
virtuais, além de outros participantes do game poderem interagir com a
experiência construída dentro da plataforma. Além disso, a marca esportiva
anunciou a compra da empresa Artifact Studios, que é especialista no
desenvolvimento de tênis e artigos digitais. O foco da empresa está em crescer
no metaverso e se conectar com pessoas que amam moda e jogos.
Já o Itaú criou a campanha
#2022EmUmaPalavra, com o intuito de ganhar a atenção do público gamer para a
empresa. Inserindo a campanha em outdoors da chamada Cidade Alta, do servidor
RolePlay da OutPlay, nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo.
Por último, a Vans entrou também no
Roblox - como a Nike-, e criou o Vans World, local que é possível realizar
compras e personalizar vários estilos de customização de tênis durante o jogo.
A empresa também visa aumentar os esforços no mundo digital entre os esportes online
e a moda.
Desafios por trás da nova proposta de
realidade virtual
Por mais que o metaverso chame a atenção
positivamente, os desafios nos “bastidores” rodeiam quem deseja implantar o
ambiente virtual na rotina corporativa, abaixo, confira dois deles:
- Segurança de dados: as empresas se preocupam cada vez mais com segurança
dos dados, desta forma, não é à toa que há uma revolução na área de T.I
constantemente. O metaverso exige um novo nível para a proteção das
informações de identidade e daquilo que for conquistado no ambiente
virtual, considerada as posses.
Para a confirmação dos dados,
possivelmente, as plataformas irão pedir informações além das que estamos
acostumados, como data de nascimento ou e-mail, por exemplo.
- Tempo e espaço: quando comparamos a realidade física da virtual, a
percepção de tempo e espaço pode ser diferente, visto que a consciência
sobre nosso corpo é menor no metaverso. A conexão entre tempo e espaço
deve demonstrar conforto e consciência enquanto os usuários estão dentro
do ambiente virtual.
Além disso, quanto à experiência que o
metaverso pode proporcionar, é possível observar por duas óticas:
1) Experiência imersiva: onde se tem um óculos
de realidade virtual que possibilita a imersão no ambiente tridimensional do
metaverso, construindo avatares e conectando pessoas em qualquer parte do
mundo;
2) Experiência através de telas: seja pelo
computador ou smartphone, como é o caso do Gather, que permite um universo onde
os usuários possam realizar atividades em conjunto.
Na Zappts, vimos no metaverso uma
oportunidade de aproximar ainda mais os colaboradores, pois somos uma empresa
100% remota.
O primeiro contato com o metaverso foi
na construção de um ambiente personalizado para a confraternização no final de
2021. Na ocasião, mais de 100 colaboradores de 18 estados do Brasil se reuniram
em um metaverso para celebrar as conquistas do ano, jogar, dançar e socializar.
Hoje estamos testando a realização de algumas rotinas corporativas como
reuniões e dailys neste ambiente.
Mas, de onde surgiu o metaverso?
Na década de 90, o escritor Neal
Stephenson criou o termo na sua obra “Snow Crash”, no qual citava o metaverso
como um mundo 3D com avatares de pessoas reais. Esse foi o ponto de partida
para que outros admiradores do metaverso pudessem estudar sobre, um exemplo é a
obra Ready Player One,
de Enerst Cline, lançada em 2021, que cita que o metaverse seria o substituto da internet que já
é tradicionalmente conhecida.
*Gabriel Figueira é Head de Marketing e Growth Hacking da Zappts, especialista em comunicação digital e análise de sistemas, além de ter 10 anos de experiências em instituições nacionais e internacionais, com vivências nos Estados Unidos, Índia, Espanha e Colômbia.
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