Novo Ensino Médio: os sete saberes de Edgard Morin
Este
ano começa a ser implementado nas escolas brasileiras o Novo Ensino Médio, que
oferecerá aos alunos uma educação transdisciplinar e a possibilidade de
construírem seus conhecimentos e projetos de vida a partir dos repertórios
próprios e das áreas de maior interesse.
O
Novo Ensino Médio pretende alinhar a Formação Geral Básica (disciplinas
tradicionais) aos componentes curriculares, a partir dos itinerários
formativos. Dessa forma, os alunos fazem suas escolhas e criam seus próprios
currículos de vida.
Para
o filósofo e sociólogo francês Edgar
Morin, é a investigação e a pluralidade de possíveis caminhos que tornam um
assunto interessante. Ideia de educação defendida por ele desde o fim de 1999,
quando foi convidado por iniciativa da Unesco, a sistematizar um conjunto de
reflexões como ponto de partida para se repensar a educação do próximo milênio.
Foi então que criou os “sete saberes” que circulou pela educação mundial e
resultou na sua contribuição para a formação dos Parâmetros Curriculares
Nacionais - PCNs.
-
O erro e a ilusão
-
Os princípios do conhecimento pertinente
-
Ensinar a condição humana
-Ensinar
a identidade terrena
-
Enfrentar as incertezas
-Ensinar
a compreensão
-
A ética do gênero humano
O
Centro Educacional Pioneiro, na zona sul de SP, optou
por implementar o Novo Ensino Médio com os alunos a partir da 1º série,
oferecendo dois itinerários - Cidades e Conexões e Ciência da Vida.
O primeiro, por exemplo, trabalhará a cidade de São Paulo desde sua
infância, A cidade de São Paulo como potência; como referência na
Arte Moderna. E como a cidade se constitui hoje, passando por todas as
transformações.
"Preferimos
fazer um primeiro ano um pouco mais conservador para que no segundo e no
terceiro, eles possam ter mais segurança em tomar a decisão", diz
Mario Neto, coordenador do Ensino Médio, lembrando também a falta
do parecer dos grandes vestibulares. " É difícil propor uma ruptura
muito grande agora", diz.
O
Colégio Equipe oferece cursos temáticos há anos para
os seus alunos do 1º ao 3º ano que serão incorporados como complementares aos
itinerários formativos que envolverão temas voltados à juventude e sua
identidade; aos projetos sociais e seus processos críticos; e a família e
sexualidade. Entre os cursos temáticos, a Linguagem Cinematográfica; Impressão em revistas
e Quem manda no computador.
A
Escola Nossa Senhora das Graças (Gracinha) e a Carandá
Educação optaram por oferecer aos alunos da 1ª série uma
degustação sobre os itinerários que serão oferecidos nos anos seguintes, para
que façam suas escolhas no fim do 2º semestre.
“Todos
os alunos da 1ª série, em um total de 10 encontros, lidarão com situações
problemas contemplados nos itinerários oferecidos. Eles têm que vivenciar todas
as possibilidades, para fazerem suas escolhas de maneira assertiva”, diz o
coordenador da escola Carandá Educação, André Meller.
“Escolha
e protagonismo são as palavras chaves desse novo processo. Por isso, o Projeto
de Vida é tão importante. É um articulador dentro dessa história”, enfatiza o
coordenador, Paulo Rota, do Gracinha.
Para
a especialista em educação e professora da FGV, Claudia Costin, o novo EM vai
favorecer e muito o trabalho colaborativo entre os professores. “O Brasil não
tem o direito de pensar pequeno”, diz ela em entrevista ao Jornal
da Cultura na última semana.
Para colaborar com a implantação do Novo Ensino Médio pelas escolas brasileiras e agregar conhecimento aos itinerários formativos, a Tamanduá Edu, plataforma voltada à educação criada pelo Canal Curta, organizou todo acervo de documentários e filmes por temas/áreas ( Trilhas de filmes) , possibilitando às escolas ofertarem aos seus alunos as produções audiovisuais como componente curricular.
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