O investidor deve evitar ações na carteira em anos eleitorais?
Empresas varejistas sofrem por conta da alta inflação;
perfil de investidor deve ser levado em consideração em momentos mais voláteis
Luan Nardi é assessor de investimentos da iHUB
Investimentos
Divulgação
No ano de 2022, devido às eleições, o
cenário dos investimentos poderá ser marcado por momentos de “estresse”, em que
muitas vezes a emoção dos investidores acaba se destacando, causando alta
volatilidade no mercado e, inevitavelmente, um medo até excessivo.
De acordo com Luan Nardi, assessor de
investimentos da iHUB Investimentos, períodos eleitorais são considerados de
tensão para o mercado, neles o investidor tende a se preocupar mais. “Em
momentos como esses, de maior volatilidade, é comum que a carteira se
desequilibre, e por isso, um ponto essencial é rever o perfil do investidor,
para estar alinhado com o propósito de investimento. Outro ponto importante é a
diversificação, pois ela traz saúde financeira para a carteira, além de reduzir
o risco a rentabilidade tende a ser maior”, comenta.
É bom investir em ações em anos
eleitorais?
O mercado de ações, por exemplo, para
quem é investidor há algum tempo, sabe que qualquer notícia, seja ela
econômica, política ou até mesmo de saúde - temática com alta frequência
atualmente-, traz oscilação no curto prazo, aumenta significativamente os
riscos, resultando na mudança de humor dos investidores a cada atualização que
atinja diretamente o mercado financeiro.
Ao ter aplicações em renda variável em
períodos mais voláteis, é importante ficar atento a alguns pontos. Luan
ressalta que o primeiro passo é fazer a seguinte pergunta “porque e para que
estou investindo?”.
Parece clichê, mas se o investidor sabe
responder essa pergunta, o assessor de investimentos consegue ajudar a escolher
as melhores opções de aplicações para aquele momento. Além disso, nem sempre o
mercado de ações é ideal para um determinado perfil de cliente.
“Imagine a seguinte situação: caso um
investidor decida investir parte do seu patrimônio para fazer uma viagem no
final do ano de 2022, será que é correto investir em ações? Obviamente não,
visto que será um ano de alta volatilidade”, diz o especialista.
Agora, se há um outro investidor, que
possui pensamento de longo prazo (10 anos), talvez até mesmo em anos eleitorais
é possível se beneficiar da alta volatilidade do período, dando oportunidade de
comprar ações com preços mais atraentes.
Sobre os dois casos é possível
identificar uma diferença: o investidor de longo prazo pode suportar o
movimento de “sobe e desce” dos períodos de mais “estresse”, tendo em mente os
reais fundamentos das ações das empresas que comprou. Com isso, podemos inferir
que o seu perfil de investidor está adequado para esse tipo de aplicação,
e por isso, não há motivos para pânico.
Atualmente, o mercado está com uma previsão
de que virão mais altas nos juros para conter a inflação. No ambiente da renda
variável quem sofre mais com este cenário são as empresas varejistas, abaixo,
confira o desempenho que as principais empresas, deste setor na B3,
apresentaram em 2021:
- Magazine Luiza (MGLU3): -71,04%
- Via (VIIA3) - antiga Via
Varejo: -67,51%
- Pão de Açúcar: -62,77%
- Americanas (AMER3): -58,23%
“Com juros altos, o intuito é diminuir o
consumo, logo quem está diretamente ligado a isso tende a sofrer um pouco mais,
no caso as ações varejistas”, comenta Luan.
A renda fixa ganha espaço
em períodos eleitorais?
Atualmente, podemos observar a taxa Selic,
por exemplo, que subiu de 2% para 10,75% a.a. Portanto, o investidor pode
se beneficiar sim da renda fixa nesse período mais conturbado do mercado. Novas
emissões estão remunerando no mínimo 100% do CDI, isso significa, aos valores
de hoje, 10,75% a.a., bruto de IR, retorno este que não vemos há bastante tempo
no mercado, principalmente quando levado em conta o menor risco que essa
categoria possui.
Sobre iHUB Investimentos
A iHUB Investimentos é uma empresa especializada em assessoria de investimentos credenciada pela XP Investimentos. Possui mais de 2,5 mil clientes, somando mais de R$1 bilhão em valores investidos sob custódia.
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