O que podemos esperar das tendências de tecnologias e inovações em 2022?
Como carros por assinatura digital,
Inteligência de decisão e segurança digital, também existem outras tendências
que irão impulsionar grandes avanços tecnológicos
São Paulo, fevereiro de 2022 - Nos últimos anos percebemos uma
aceleração da transformação digital, que foi fortemente impactada com o
isolamento social da COVID-19. Consequentemente a isso, as barreiras
geográficas foram reduzidas, as empresas migraram para o modelo online, e o
surgimento de novos negócios nesse novo cenário traz soluções para sanar a dor
do mercado e aquecer a economia brasileira.
Tendências tecnológicas estratégicas criam oportunidades, por meio da oferta
de novos empregos e também da exposição positiva para o país, tornando o
Brasil um celeiro dessas novas tendências e inovações. Segundo dados divulgados
recentemente pela Sling Hub, plataforma de inteligência de dados de startups na
América Latina, atualmente, há 18 mil startups brasileiras, o que representa
77% do mercado. Dessas, 1.7 mil são fintechs, 1.2 mil são healthtechs,
1.4 mil são edtechs, 556 são foodtechs, dentre outros setores.
Para 2022, algumas tecnologias e inovações estarão mais em evidência do que
outras muito impacto pela mudança do comportamento dos consumidores. Veremos
cada vez mais as marcas oferecendo uma experiência total, que nada mais é uma
evolução do seu relacionamento centrada com seus colaboradores e consumidores,
a modernização do business-centric e customer centric, entre outros.
Seguem abaixo, algumas das tendências para ficar de olho e o que diz os
especialistas que atuam no mercado brasileiro:
Serviço de carros por
assinatura digital
Segundo a Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA), o
mercado de assinaturas no Brasil vem crescendo. Atualmente, mais de 80 mil
pessoas assinam carros. De um milhão de automóveis que compõem as frotas das
locadoras, aproximadamente 8% se enquadram nessa modalidade. Uma das empresas
que está se destacando no segmento é a Kovi,
startup de mobilidade que tem como missão revolucionar o acesso ao carro na
América Latina. Com mais de mais de 10 mil usuários divididos entre o
Brasil e o México em seu modelo inédito de pay-per-mile,
a startup se consolida como a primeira empresa de carros por assinatura a
proporcionar planos mais acessíveis e justos para o usuário.
O modelo permite que o motorista tenha flexibilidade para dirigir quantos
quilômetros quiser por semana, e seja cobrado proporcionalmente de forma
automática, sem necessidade de contato com a empresa ou de pagar taxas
inesperadas por isso ou se preocupar com custos adicionais com serviços como
seguros, impostos e manutenção. Durante a pandemia, a empresa teve um aumento
de 13% da demanda de veículos, com um aumento de 40% em sua base de clientes
e com uma frota total 60% maior em relação ao ano anterior. “O nosso
principal objetivo é democratizar o acesso ao automóvel por meio do modelo
inédito de pay-per-mile,
atendendo desde o consumidor que dirige por muitos quilômetros, com sua faixa
de quilometragem ilimitada, até aqueles que passam menos tempo na rua, mas não
abrem mão em ter um veículo a sua disposição e que não comprometa tanto a sua
renda mensal familiar já que o custo de uma assinatura é menor do que o
financiamento”, conta Adhemar Milani, Co-Founder e CEO da Kovi.
Inteligência de decisão e
segurança digital
Ferramentas e soluções de automação de cibersegurança podem simplificar o
trabalho e economizar horas de atividades repetitivas de times de tecnologia
das empresas, garantindo que a organização possa dar mais atenção ao restante
da operação, à saúde financeira e aos seus produtos e possa oferecer o melhor
serviço para o mercado. Essa é a premissa da Unxpose,
startup de cibersegurança que desenvolveu uma solução que monitora os ativos
digitais de seus clientes, incluindo a Cloud, 24 horas por dia, 7 dias por
semana, para identificar falhas de segurança e orientar de forma simples e
didática como fazer a correção - evitando que as empresas sofram com os ataques
cibernéticos.
“Há um bom tempo que a segurança de dados e informações já não é mais
considerada um luxo restrito às grandes empresas. Devido ao boom das startups
nos últimos anos e empresas que tiveram que aderir à transformação digital
durante a pandemia, essas empresas passaram a se tornar alvos atrativos para os
cibercriminosos. Temos visto uma movimentação das PMEs investindo em soluções
como da Unxpose de forma preventiva, mas ainda é uma parcela muito pequena em
relação ao que elas representam para o mercado brasileiro”, explica Josemando
Sobral, CEO e fundador da startup.
Movimento de fintechzação
das grandes empresas
A concessão de crédito a compradores não é uma novidade para as empresas
brasileiras, porém tem se tornado um grande desafio para as pequenas e médias
empresas por conta da dificuldade de acesso a linhas de financiamento no
sistema financeiro tradicional. Diante disso, grandes empresas de diversos
setores têm buscado implementar soluções de modelagem de crédito e contribuído
para a democratização do acesso ao crédito por parte das PMEs de diversos
segmentos e em 2022 ganhará ainda mais força por parte das grandes organizações
como Magazine Luiza, MercadoLivre e Via Varejo que passaram a atuar nessa
modelagem de crédito e estão oferecendo serviços financeiros para o mercado.
“Cada vez mais temos visto que assim
como as grandes empresas, as PMEs também podem ser boas pagadoras, mas não têm
sequer a chance de mostrar isso. Por este motivo, cada vez mais as grandes
organizações passaram a enxergar isso como uma oportunidade. A avaliação de
risco na tomada de crédito de PMEs hoje não considera o nível de
complexidade de cada um dos fornecedores dessas empresas, o que a faz ser
colocada em um 'bolha' geral”, explica Thiago Saldanha, CEO e fundador da CashU, plataforma de embedded finance, que
oferece inteligência de fintech para empoderar empresas com atuação B2B.
Ainda ao que se diz respeito ao mercado de crédito, as ESGtechs vêm crescendo
no País e chamando atenção no movimentado ecossistema das fintechs, que, depois
de se consolidarem como competidoras dos bancos tradicionais no acesso a
crédito, também passaram a oferecer serviços para ajudar pessoas e empresas a
aplicarem práticas responsáveis, sustentáveis e de impacto social.
Para Michel Varon, CEO do Vadu, é
importante avaliar os riscos ambientais também na hora de conceder o crédito,
pensando nisso, em outubro de 2021, a empresa lançou o indicador ESG
Monitore, que permite consultar riscos ambientais de empresas na análise de
crédito. “Se você tem uma empresa que é totalmente adepta a este mundo verde,
os seus fornecedores também precisam ser. Ao contrário, a parceria não
funcionará. É um fluxo que funciona como um todo”, afirma Michel.
Uma segunda geração de
fintechs: fincare
Mesmo com a ampliação do acesso a bancos promovida pelas fintechs nos
últimos anos, o brasileiro ainda não melhorou sua relação com o dinheiro. Não à
toa, uma
pesquisa recente mostrou que 71,4% dos brasileiros estão endividados,
enquanto outro
estudo descobriu que 46% das pessoas sofrem ansiedade por causa de
dinheiro. Com o objetivo de resolver essa dor, o melhor banco do mundo -
segundo a Forbes em 2021 - chega ao país para inaugurar a segunda geração de
fintechs. Por isso se trata de uma fincare - uma plataforma de cuidados
financeiros.
“A primeira geração de fintechs fez um excelente trabalho de democratizar o
acesso à conta e cartão e melhorar a relação dos usuários com os bancos. As
fincares vêm para ajudar as pessoas a tomarem melhores decisões sobre seu
dinheiro. Afinal, neste cenário, só replicar a experiência bancária no celular
já não é mais suficiente”, pontua Eduardo Prota, CEO da N26 Brasil.
A primeira fincare do país tem lançamento previsto para o primeiro semestre de
2022. O app ajudará as pessoas a equilibrar o gastar e o poupar de um jeito
prático, de acordo com o que elas querem e precisam fazer em relação a dinheiro
todo mês. Ainda em janeiro, 2 mil pessoas iniciaram a fase de testes e de
co-criação da plataforma. Para saber como conseguir uma conta e acompanhar as
novidades do lançamento, vale ficar de olho no Instagram @n26br.
Mais transformações
financeiras
No último ano vivenciamos os primeiros passos de uma grande mudança no
sistema financeiro brasileiro. Uma das mais importantes está relacionada ao
Open Banking, que entrou em vigor em fevereiro de 2020 e encerrou o ano já em
sua quarta fase. Além disso, tivemos a celebração de um ano do pix, em
novembro. Para a Associação Brasileira
de Fintechs (ABFintechs), as mudanças não param por aí.
Para Diego Perez, presidente da entidade, os brasileiros podem esperar alguns
grandes momentos em 2022, tais como o encerramento da implementação da quarta
fase do open banking, além de grandes agitos no mercado de crédito e de
câmbio.
“A partir deste ano teremos uma nova dinâmica para originar propostas de
créditos, além de um novo sistema do Governo, o Sistema Eletrônico de Registros
Públicos (SERP), que saiu na última semana do ano, que já contempla um serviço
de garantia e contratos de empréstimo. Apesar de ainda estar em fase de
implantação, a ferramenta facilitará crédito mais barato para as PMEs”, pontua
Perez.
Há ainda resultados esperados ligados ao Marco Legal do Câmbio, projeto já
aprovado na Câmara e que modernizará o setor no país, além de movimentar bem as
operações que trabalham com moedas estrangeiras no país. Já no âmbito
legislativo, diante de um ano de eleições, Diego projeta poucos acontecimentos
durante o processo de transição de governo.
Experiência total do
relacionamento com colaboradores e consumidores
A experiência total do relacionamento
com colaboradores e consumidores nunca recebeu tanto destaque como nos últimos
meses. Para Rodrigo Ricco, CEO da Octadesk, principal plataforma de comércio conversacional
do Brasil, o e-commerce
é uma das principais tendências que ganhará força ao longo de 2022. De acordo
com o relatório Webshoppers, elaborado pela Ebit/Nielsen, o setor bateu recorde
de vendas no primeiro semestre de 2021, atingindo R$ 53,4 bilhões.
Mas o que este crescimento representa para todos os lojistas e empresas?
“Vender na internet, hoje, é uma maneira de manter a sua empresa viva. Já não
podemos mais depender apenas do famoso “horário comercial”: o consumidor mudou,
e ele quer mais comodidade para ser atendido a hora que quiser, pela plataforma
que escolher. Assim, os processos de venda e atendimento ao cliente devem
existir para facilitar e agilizar a jornada de compra do cliente”, explica
Ricco.
Com isso, Rodrigo ressalta que os atendimentos automatizados, entregas mais
rápidas, comércio atuando por meio do WhatsApp e o conceito de Omnichannel
ligado à capacidade de estar em qualquer canal de atendimento ao mesmo tempo,
são fatores positivos que as grandes empresas e lojistas precisam implementar
para alcançarem mais sucesso nos negócios.
Serviços financeiros
personalizados
Até agora, instituições financeiras foram capazes de fornecer segmentações
gerais de serviços para seus clientes com base em amplas variáveis demográficas
ou pontuações de bureau, por exemplo. Para Saul Fine, CEO da Innovative Assessments, mesmo
depois de muitos anos no mesmo banco, é difícil imaginar que conhecesse o
cliente suficientemente para oferecer um serviço personalizado ou prever suas
necessidades. Uma visão mais ampla da situação financeira de um cliente, como
dados compartilhados no Open Banking, permitem não apenas ao banco, mas também
a outras instituições financeiras fazer isso melhor.
Dados compartilhados descrevem os comportamentos financeiros, preferências, e
até mesmo características psicométricas dos consumidores, acima de sua situação
financeira. Estes dados podem ser acessados por meio dos próprios clientes, ou
com a ajuda do aprendizado de máquinas e da inteligência artificial. “Uma vez
que o processo e a base para o compartilhamento de dados já começaram, as
instituições financeiras agora têm o desafio de encontrar maneiras de
aproveitar esses dados, desenvolvendo novas tecnologias, modelos e produtos
inteligentes que irão melhorar e personalizar os serviços e levar a uma maior
inclusão financeira e crescimento econômico”, completa Fine.
Desburocratização de
serviços
"Se podemos pedir comida, transporte, compras de supermercado e até resolver
nossas férias pelo celular, não faz sentido ter que pagar boletos e ter que
lidar com ligações intermináveis para resolver problemas da sua linha”, defende
Jotta Fernandes, CXO da mobtech Veek.
A busca pela desburocratização dos serviços do dia a dia vai ao encontro do que
propõe a operadora que é 100% digital, prática, e com plano gratuito. Em
constante expansão, a Veek vem proporcionando aos brasileiros uma oportunidade
de economizar com a conta de celular e, ainda, poupar o tempo gasto com
processos das operadoras tradicionais. Isso porque, para aderir à mobtech,
basta solicitar um chip (no valor de R$ 45 para arcar com o manuseio), e após o
recebimento, não há contas a pagar. O formato se torna viável por meio de
pequenas ações com anunciantes, em que o usuário desprende alguns segundos do
seu tempo, mas ganha algo em troca: o pagamento de sua conta de celular.
Pagamento Digital
O avanço tecnológico tomou conta do mundo e não seria diferente com os
meios de pagamento. 2022 é o ano do Buy
Now Pay Later (compre agora, pague depois, em tradução livre) no
Brasil, com grandes chances de impulsionar as vendas no varejo ao longo do ano.
O BNPL é a forma de pagamento em que o consumidor compra e não precisa pagar na
hora. A modalidade é muito semelhante ao crediário, mas é totalmente digital e
vem ganhando cada vez mais espaço no mercado, principalmente no e-commerce. Por
mais familiar que pareça para os brasileiros, o produto está em ascensão nos
Estados Unidos e Europa, já que por lá não é comum parcelar compras através de
instituições bancárias.
"O BNPL é um meio de pagamento democrático, pois pessoas que não possuem
conta em banco ou cartão de crédito conseguem comprar itens de forma parcelada,
conquistando um novo poder de compra. Já para os lojistas, essa alternativa de
meio de pagamento ajuda na conversão de novos clientes e a aumentar seu tíquete
médio, já que é possível cativar um novo tipo de consumidor - os sem cartão de
crédito ou desbancarizados, que correspondem a mais de 30% da população. Aqui
temos o Provu Parcelado. Quando uma venda é feita via BNPL da Provu, o
empreendedor recebe o valor do produto de forma integral e nós cuidamos das
parcelas e cobranças junto ao cliente", comenta Marcelo Ramalho, CEO da
Provu.
Segurança de Dados
Entre as maiores tendências em segurança e proteção de dados está o uso de Privacy Enchancing Technology Techniques
- técnicas PET (em tradução livre: técnicas de tecnologia para aumentar a
privacidade), que podem ser aplicadas em dados, software e hardware. A Vaultree
é uma ferramenta especializada no tema. A startup está começando uma nova era
de proteção de dados com soluções de Encryption-as-a-Service
(EaaS, ou Criptografia como serviço, em tradução livre) e Privacy-Enhancing Technology
(PET), trazendo o primeiro produto de prateleira para segurança de informações
sensíveis, permitindo que empresas trabalhem com dados totalmente
criptografados sem precisar descriptografá-los. Isso possibilita o
processamento de informações sem quebra de proteção e sem revelar as
informações sigilosas, além da utilização em bilhões de conjuntos de dados sem
comprometer o desempenho, ao contrário da maioria das soluções de criptografia.
"Já não podemos mais trabalhar sem computação em nuvem ou processamento de
dados, tecnologias que já são parte integrante das nossas vidas e processos. A
Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) organiza e dá um norte para as empresas,
mas não protege os dados de seus clientes. É de extrema importância manter as
informações sensíveis com uma criptografia eficiente e ter cuidado redobrado no
gerenciamento de chaves de acesso para evitar invasões e ataques hackers",
comenta Kevin Curran, conselheiro e co-fundador da Vaultree.
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