Ômicron: É a hora de tudo voltar 'ao normal' e pensar nas finanças?
Especialista comenta sobre o desafio do
trabalho presencial e alerta sobre o momento de olhar com atenção para
organizar as finanças em um período de incertezas sobre a pandemia
Marcelo Camargo - Agência Brasil
Mesmo ainda com muitos casos confirmados
de COVID-19 aqui no Brasil, afetando parte das empresas com os desfalques de
colaboradores, a Europa pode estar caminhando para ‘uma espécie final da
pandemia’, baixando restrições e até dispensando uso de máscaras. Com isso,
será que chegou a hora encararmos uma ‘vida normal’? Rebeca Toyama, especialista em
estratégia de carreira e bem-estar financeiro comenta sobre o
desafio que as empresas enfrentam com a volta do trabalho presencial e ainda
fala sobre o momento certo para organizar as finanças, tendo em vista as
incertezas sobre os efeitos desta nova onda da pandemia.
De acordo com o Jornal EuroNews, o
diretor regional da Organização Mundial da Saúde, Dr Hans Kluge, comentou sobre
as variantes Ômicron e Delta onde afirmou que a pandemia está longe de
terminar, mas o COVID pode se tornar uma doença sazonal nos próximos meses. “A
variante Ômicron, que os estudos mostraram ser mais contagiosa que a Delta,
geralmente leva a infecções menos graves entre as pessoas vacinadas, aumentou
as esperanças de que o COVID está começando a mudar de uma pandemia para uma
doença endêmica mais gerenciável, como a gripe sazonal”, disse Kluge, diretor
regional da região europeia da OMS.
Portanto, mesmo com a maioria dos
brasileiros vacinados com a dose de reforço e diante de tantas informações e
também fake news a
população tem ficado com receio de aos poucos irem voltando à normalidade, uma
vez que as empresas estão precisando dos colaboradores mais perto, no formato
híbrido ou mesmo de forma presencial. O crescimento de casos tem levado a
desfalques e muitas organizações se questionam sobre como proceder com as
equipes para evitar a perda da produtividade.
Para a especialista, as empresas e os
colaboradores tiveram que se adaptar a uma forma nova de trabalho e muitos
sofreram com isso. “Observo que nem as empresas como nem os próprios
colaboradores estavam preparados para essa mudança de modalidade de trabalho,
mas o que vimos é que esse é o futuro com todos seus benefícios e desafios. As
empresas começam a entender que precisam investir na liderança e criar
ambientes mais flexíveis e colaborativos para evitar o clima tenso nesse
cenário de instabilidade”, comenta Rebeca Toyama, especialista em estratégia de
carreira e bem-estar financeiro.
Mas ainda é necessário lembrar que,
diante do home office, há muitos profissionais sofrendo com os impactos que a
pandemia trouxe: o burnout.
Então, este é o momento em que as empresas precisam acender o alerta com a
saúde mental dos colaboradores e medirem esse índice. Há inúmeras ferramentas
para isso, bem como os indícios claros de esgotamento e dificuldades de gerir e
participar de reuniões on-line, cumprir metas e entregar resultados.
Segundo uma pesquisa encomendada pela
Microsoft realizada em oito países pela empresa de análises Harris, no fim de
2020 foram os brasileiros que relataram ter maior impressão de estarem sendo
afetados pela síndrome de burnout: 44% dos participantes disseram que a
pandemia aumentou a sensação de exaustão no trabalho. O motivo? O fato de
estarem sempre on-line e sem perspectivas de encontros e rotinas próprias da
vida profissional que são desempenhadas no dia a dia das equipes.
“O papel das empresas é repensar e
inovar algumas rotinas e dar uma atenção especial também à saúde mental dos
colaboradores. Nem sempre é fácil identificar precocemente um colaborador com
síndrome de burnout,
já que os primeiros sinais da doença não se manifestam de maneira intensa. Mas,
dentre os variados sintomas apresentados pela doença, tendo como uma das
principais consequências a queda de produtividade, é comum observar falta de
concentração, sentimento de fracasso, insegurança e alterações repentinas de
humor. Por isso, é de suma importância os líderes estarem preparados para lidar
com essa situação”, revela Rebeca.
E já estamos no momento ‘certo’ para
organizar melhor as finanças?
De acordo com a especialista Rebeca
Toyama, todo momento é o certo para se iniciar algum tipo de cronograma de
reserva ou até mesmo organizar algumas contas que estão em atraso e sair das
dívidas, pois nunca é tarde para se mudar de hábito. A persistência da pandemia
nos leva a pensar que é preciso estar preparado com o orçamento doméstico, as
contas em dia e o planejamento em tempos de incerteza.
Quando se fala em finanças, pode-se
trazer o tema bem-estar financeiro a fim de levar consciência e transformar a
forma como as pessoas se relacionam com o dinheiro. Como se sabe, a população
brasileira não tem o comportamento de poupar, e para se iniciar uma vida próspera,
feliz e repleta de bem-estar se começa na mudança do estilo de vida e nos
hábitos que as famílias têm com o dinheiro.
“Sim, esse pode ser o começo de um novo
ano repleto de mudanças voltadas para o bem-estar pessoal e bem-estar
financeiro. Uma nova variante ou a pandemia não podem ser desculpas para não
organizar as finanças. O estresse financeiro traz para a vida das pessoas
desconforto, cansaço físico e psicológico e ainda pode afetar e muito na área
profissional. O que é necessário se modificar para melhorar as finanças é ter
uma postura sustentável pois diversas vezes gastamos por impulso, especialmente
nestes tempos fazendo do consumo uma desculpa ou válvula de escape”, finaliza
Toyama.
Rebeca Toyama, especialista em
estratégia de carreira e bem-estar financeiro, traz algumas dicas para as
empresas e para os profissionais lidarem com essa nova fase do trabalho
híbrido, mantendo a saúde mental em dia.
Para empresas:
1- Não aguardem o momento ideal para
cuidar de seus colaboradores, o melhor momento é agora, não sabemos quando o
“normal” volta e nem qual seria esse “normal”;
2-
Invistam na liderança, nos atuais e nos novos, líderes podem ser fonte de
soluções quando preparados ou de problemas quando não preparados;
3- Aproveitem os desafios atuais para
inovar e serem mais sustentáveis.
Para profissionais:
1- Não esperem a pandemia parar para
cuidar de seu bem-estar e de suas finanças, a hora é agora!
2- Escolha um estilo de vida alinhado com
seus objetivos pessoais, profissionais e financeiros;
3- Inclua
em sua rotina hábitos que te aproximem de suas metas e exclua os hábitos que te
afastam delas.
Sobre Rebeca Toyama
Rebeca Toyama é fundadora da ACI que tem como missão desenvolver competências dentro e fora das organizações para um futuro sustentável. Especialista em educação corporativa, carreira e bem-estar financeiro. Possui formações em administração, marketing e tecnologia. Especialista e mestranda em psicologia. Atua há 20 anos como coach, mentora, palestrante, empreendedora e professora. Colaboradora do livro Tratado de psicologia transpessoal: perspectivas atuais em psicologia: Volume 2; Coaching Aceleração de Resultados e Coaching para Executivos. Integra o corpo docente da pós-graduação da ALUBRAT (Associação Luso-Brasileira de Transpessoal), da Universidade Fenabrave e do Instituto Filantropia.
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