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Parceria busca acelerar startups em São Paulo

Sociedade de Propósito Específico (SPE) Biosphere busca incentivar e potencializar o surgimento de startups em São Paulo. Movimentação de negócios será feita por meio de moeda digital

Projeção da Biosphere
Projeção - imagem ilustrativa

A pandemia da Covid-19 acelerou os processos de adoção de tecnologias e desenvolvimento do mercado digital em uma escala que colocou o Brasil, definitivamente, no mapa das startups. De acordo com dados do relatório Inside Venture Capital Report, produzido pelo Distrito Dataminer, as startups brasileiras conseguiram captar cerca de US$ 2,35 bilhões (R$ 13,3 bilhões na cotação atual) em aportes ao longo dos quatro primeiros meses do ano. O montante representa cerca de 66% do investimento nesse setor em 2020.

 

Os bons números mostram que as startups continuam em processo de crescimento já registrado em anos anteriores. Segundo dados de relatório de impacto do Google, o Brasil saltou de 5 mil para 13 mil startups presentes em quase 700 cidades entre 2016 e 2021. A expectativa é de que os números continuem crescendo, já que a pandemia impulsionou diversas transformações digitais e tecnológicas para superar as dificuldades impostas pelo distanciamento social. Dessa forma, empresas que se adaptam mais rapidamente ao cenário de transformações repentinas, como as startups, passaram a ser mais valorizadas e conseguiram se desenvolver com mais força nos últimos anos.

 

Para fomentar e potencializar ainda mais o surgimento dessas empresas, a Sociedade de Propósito Específico (SPE), a Biosphere, busca atuar como aceleradora no meio universitário. Atualmente, a SPE já conta com parceria com duas instituições de ensino superior: a Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS) e a Universidade São Judas. A iniciativa tem como objetivo proporcionar que as startups contribuam para um desenvolvimento mais acelerado da região para a retomada da economia prejudicada pela pandemia e fortalecer o surgimento de negócios inovadores.

 

De acordo com o CEO da Biosphere, Demétrius Moura, a empresa busca parcerias com as universidades para buscar soluções que proporcionem maior longevidade e visibilidade para as startups que iniciam seus ciclos nas universidades. “Atualmente, muitas dessas empresas nascem na graduação, algo que já é significativo, uma vez que em outros setores da economia tradicional é mais comum esperar a finalização dos estudos para se investir em algo”, destaca Demétrius. “Porém, muitas empresas acabam morrendo ainda nos primeiros anos de vida com as universidades sabendo das iniciativas quando a situação já é irreversível. A Biosphere surge exatamente para dar mais potencial e alavancar com mais segurança essas startups”, completa.

 

De acordo com estudo elaborado pelo Núcleo de Inovação e Empreendedorismo da Fundação Dom Cabral, cerca de 50% das startups fecham as portas com quatro anos ou menos de atividade. Por sua vez, um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) destaca que o Brasil, juntamente com Canadá, Austrália e Índia, integra uma lista de países em que a taxa de estudantes fundadores de startups ultrapassam os 10%. Esse número é superior ao de potências como Estados Unidos, França, Reino Unido e Israel.

 

Aceleração

 

A Biosphere é formada pela aceleradora Ozonean; pela empresa especialista em captação de recursos e contato com universidades ED6; e pela plataforma de permutas multilaterais XporY.com (ferramenta do Sebrae). De acordo com um dos idealizadores do projeto e sócio-fundador da XporY.com, Rafael Barbosa, as universidades São Judas e USCS já contam com estrutura física para receber o projeto e as startups. 

 

A plataforma de permutas será responsável por implementar a moeda no ecossistema. Com isso, os negócios iniciais feitos dentro da SPE serão movimentados por meio do X$, moeda digital usada para fazer as permutas. “A prática do escambo sempre foi uma importante ferramenta para movimentar a economia, principalmente para aqueles que estão começando, pois ele permite fazer os primeiros investimentos sem necessitar, no primeiro momento, de dinheiro”, destaca Barbosa.

 

Outro apoio que as startups devem receber são orientações para acesso aos fundos de fomento público voltados para o desenvolvimento tecnológico e científico. De acordo com Moura, uma vez nas universidades, torna-se mais fácil e acessível para as iniciativas terem acesso a esses fundos, como o CNPq e a Fapesp. Por fim, os participantes devem passar por um programa de aceleração de 22 semanas para desenvolvimento de estratégias comerciais e suportes jurídico, contábil e financeiro.

 

Moura ainda destaca que seis outras universidades já entraram em contato para firmar parcerias para a instalação da Biosphere em seus campi. “Essas parcerias permitirão os hubs trabalharem em rede, permitindo uma troca de conhecimentos nas universidades e entre elas”, explica.


Já Barbosa destaca que, somente na USCS, o objetivo é acelerar, no mínimo, 10 startups em cada ciclo (ao todo, serão três ciclos por ano). “É um projeto que une e integra o Sebrae [por meio da XporY.com], o meio acadêmico e o ramo empresarial com o objetivo de despertar a cultura empreendedora ainda na universidade, apostando, principalmente, na tecnologia como meio de alavancar os negócios”, destaca Barbosa.

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