Pesquisadores de quatro universidades divulgam avanços no diagnóstico de pessoas com afasia
Condição de saúde compromete
habilidades de comunicação oral e escrita |
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Florianópolis -
Estudo conduzido por meio de parceria entre a Universidade do Vale do Itajaí
(Univali), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade do
Estado de Santa Catarina (Udesc) e Universidade Federal do ABC (UFABC) está
avaliando o uso de rastreamento ocular na avaliação da compreensão auditiva
em pessoas com distúrbios como a afasia, uma condição de saúde geralmente
causada a partir de um acidente vascular cerebral e que compromete as
habilidades de comunicação oral e escrita. No levantamento, pessoas com afasia e voluntários sem nenhum problema neurológico, que integram o grupo de controle, são estimulados por meio de uma técnica conhecida como “Teste de Recepção de Gramática - Versão 2”, para que os pesquisadores possam, então, captar o rastreamento ocular. Alejandro Rafael Garcia Ramírez, professor e pesquisador do
Mestrado em Computação Aplicada da Univali, que coordena a pesquisa, explica
que a avaliação permite determinar a compreensão gramatical de um indivíduo
quando comparado a outros da mesma idade e detalha como a tecnologia é
aplicada: “Ela funciona reunindo conjuntos compostos por sentenças
(frases) e imagens sincronizados com estímulos auditivos. No experimento os
participantes do estudo escutam uma frase e selecionam, entre estímulos
visuais apresentados em uma tela, qual é a que correspondente a frase
enunciada. Enquanto isso, o movimento do olhar sobre a tela é registrado por
meio de um rastreador ocular”, aponta. Além disso, antes de todo o processo, os participantes passam
por triagem fonoaudiológica, avaliação cognitiva e avaliação de linguagem
para que outros déficits não impeçam a compreensão ou execução da tarefa que
será realizada. Maria Isabel D'Avila Freitas, do Departamento de
Fonoaudiologia da UFSC e coordenadora do Ambulatório de afasia do Hospital
Universitário (HU), explica que as informações obtidas, a partir do
rastreamento ocular, podem auxiliar o profissional a alcançar um critério
diagnóstico mais acertado: “Isso ocorre, inclusive, nos casos em que o indivíduo não é
capaz de se expressar. Além disso, as informações complementares fornecidas
ao fonoaudiólogo podem auxiliar na seleção e planejamento do tratamento mais
adequado ao indivíduo, e permitir um acompanhamento da evolução do paciente
analisando as métricas extraídas do olhar”, resume a pesquisadora. O estudo é conduzido pelo bolsista Paulo Henrique Souza,
acadêmico do curso de Mestrado em Computação Aplicada da Univali, sob
supervisão de Alejandro Rafael Garcia Ramirez, enquanto a triagem e avaliação
audiologia dos pacientes é realizada pela equipe da professora Simone
Mariotti Roggia, da UFSC. Além disso, o levantamento conta também com a parceria do
curso de pós-graduação em Design da Udesc e do Centro de Matemática,
Computação e Cognição da Universidade Federal do ABC (UFABC) e teve suporte
financeiro do projeto “Contribuições no estudo e reabilitação da afasia:
Desenvolvimento de soluções de comunicação suplementar e alternativa para
pessoas com distúrbios de comunicação”, aprovado na chamada pública da
Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina Fapesc/CNPq Nº
04/2019, por meio do Programa de apoio a Núcleos Emergentes (Pronem). O mesmo projeto divulgou, em 2021, estudo com propostas para o
tratamento da afasia. Na pesquisa, estudiosos da Univali e da Udesc
utilizaram um sistema de aquisição de sinal não invasivo de baixo custo
baseado em eletroencefalografia para analisar mudanças de curto prazo nas
propriedades espectrais do cérebro. Para isso, eles estimularam a carga de memória de trabalho
durante os experimentos e avaliaram a valência emocional dos usuários. Como
resultado eles verificaram que, por meio das sessões, a memória de trabalho
era ativada por mais tempo. |
Outras informações: (48) 3247-8233/99102-9107, com
Alejandro Rafael Garcia Ramirez, professor e pesquisador do Programa de
Pós-graduação em Computação Aplicada da Univali. |
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