Usina Coruripe conclui primeira emissão "bond" no exterior e abre nova perspectiva para o setor
Companhia captou US$ 300 milhões em bônus
(bonds) com vencimento em cinco anos e juros mais baixos que a taxa Selic;
operação marca reabertura do mercado financeiro internacional para o setor
sucroenergético brasileiro
8 de fevereiro de 2022 - A Usina Coruripe, uma das maiores do
setor sucroenergético do país, concluiu ontem (7 de fevereiro) a emissão de US$
300 milhões (cerca de R$ 1,59 bilhão) em títulos de renda fixa no exterior
(bonds), com juros de 10% ao ano. A transação marca a entrada da companhia no
mercado de capitais internacional e representa uma evolução na estrutura de
liquidez, a partir do alongamento de parte da dívida atual para um período de
cinco anos.
A operação foi coordenada pelos bancos Morgan Stanley, Itaú BBA, BTG Pactual e
Citigroup. XP e Santander participaram como "joint bookrunner".
A Coruripe tem tradição na emissão de títulos no Brasil, onde já efetuou quatro
captações de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), e agora estreia
no mercado externo. "Os investidores internacionais reconheceram os
valores da companhia e a evolução da nossa eficiência operacional nos últimos
anos", comenta o presidente da Usina Coruripe, Mario Lorencatto.
Ele ressalta que a empresa segue investindo em melhorias operacionais e em
técnicas avançadas de cultivo, irrigação e manejo, além de priorizar os altos
níveis de eficiência nas plantas industriais. "Com isso, temos alcançado
excelentes resultados: durante a safra 2020/2021, obtivemos um faturamento de
R$ 3,16 bilhões, o que representou um crescimento de 28,9% em relação à safra
2019/2020." O lucro líquido alcançou o valor de R$ 338,3 milhões, um
aumento de 331,9% na comparação com o período anterior. "Para o ano de
2022, queremos continuar a desenvolver as atividades da empresa com
sustentabilidade, de forma a gerar valor para acionistas, colaboradores e
sociedade", afirma o presidente.
O diretor-financeiro da companhia, Thierry Soret, explica que a estreia no
mercado internacional foi um sucesso, mesmo em um momento de alta dos juros no
Brasil e no exterior. "Em meio a um cenário volátil nos principais
mercados durante as últimas semanas, com tensões entre Rússia e Ucrânia, além
de incertezas acerca dos juros americanos, a companhia conduziu um extenso e
bem-sucedido exercício de marketing, com cinco dias de reuniões com grandes
investidores locais e internacionais. A operação mostra que o mercado
internacional está voltando a se abrir mais para o setor sucroenergético
brasileiro e obtivemos juros mais baixos que a taxa Selic; esse foi um passo
muito importante em nossa estratégia de reestruturação de capital",
destaca Soret.
Sobre a Usina Coruripe
A Usina Coruripe, controlada pelo grupo Tércio Wanderley, com sede em Coruripe
(AL) e fundada em 1925, é a maior empresa do setor sucroenergético no
Norte/Nordeste. Está também entre os maiores grupos do setor em Minas Gerais e
é uma das 10 maiores do Brasil. Com quatro unidades em Minas Gerais (em
Iturama, Campo Florido, Carneirinho e Limeira do Oeste), uma em Alagoas
(Coruripe) e um terminal ferroviário próprio em Fernandópolis (SP), a Usina
Coruripe possui capacidade de moagem de 15 milhões de toneladas de
cana-de-açúcar, produz mais de 1 milhão de toneladas de açúcar, cerca de 500
milhões de litros de etanol, com capacidade de armazenagem de cerca da metade
dessa produção, e comercializa energia renovável produzida a partir da queima
de biomassa.
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