Com o fim dos cookies, a criatividade é o lugar inteligente para as marcas investirem
Por Miguel Caeiro, diretor-geral da VidMob* na América Latina
Uma campanha de marketing com resultados
positivos é conduzida, basicamente, por três fatores: público, orçamento e
criativo, sendo este último o mais importante deles. Uma pesquisa do Google
mostra que o processo criativo é responsável por cerca de 70% dos bons
resultados. E a criatividade está prestes a se tornar ainda mais importante à
medida que os anúncios hiper-direcionados e que conhecem cada movimento do
consumidor vão chegando ao fim com a eliminação dos cookies e do IDFA, o
identificador de anunciantes da Apple.
Essa nova realidade dificulta o
“rastreamento” do público e o entendimento do seu comportamento. E com menos
sinais para navegar, a capacidade de ajustar as mensagens no nível de um
anúncio individual ou rastrear cada movimento de um usuário online desaparecem
lentamente.
Novas tecnologias e tipos de dados estão
surgindo para auxiliar as marcas a executarem campanhas de excelência, como a
Inteligência Artificial e o Machine Learning. Ambos vem impulsionando novas
ferramentas que permitem descompactar muitos - senão todos - atributos
criativos de qualquer conteúdo, imagem por imagem.
A capacidade de cruzar esses dados de
atributo criativo com a métrica de desempenho, independente da quantidade de
comunicações de uma marca, dá aos profissionais de marketing, pela primeira
vez, uma visão do que está por trás dos 70% de sucesso no desempenho nos seus
anúncios.
O aproveitamento total da inteligência
criativa como prática resulta na produção de criativos inteligentes e fará a
diferença nas campanhas daqui para frente. Os profissionais de marketing
precisam estudar insights detalhados sobre como seu criativo se compara a seus
concorrentes, como está se saindo e as mudanças sutis que podem fazer uma
grande diferença no desempenho. A otimização criativa nunca foi tão importante.
A inteligência criativa humana ainda
importa
A tecnologia combinada com inteligência
artificial (IA) pode ajudar a analisar o desempenho e otimizar o criativo, mas
não pode produzir o criativo em si. As marcas precisam de inteligência real e
viva para fazer isso, agora mais do que nunca. Para muitos compradores de
anúncios, a negociação programática se tornou uma ciência, mas é uma imagem
incompleta do mundo.
Sobreviver no futuro exigirá que todos
adotem o papel do criativo de uma vez por todas. Embora os insights baseados em
IA possam ajudar as marcas a otimizar cada detalhe de um criativo de anúncio
para que sua campanha tenha um bom desempenho, os criadores mais experientes
podem direcionar o que funciona melhor em uma plataforma, aplicativo,
dispositivo ou mesmo com tipos específicos de público e, assim, otimizar uma
campanha do início ao fim.
Mesmo aqueles elementos aparentemente
pequenos de um criativo são mensuráveis e têm um impacto comprovado nos
resultados: a emoção que uma pessoa apresenta no anúncio, a direção para a qual
ela está olhando, as cores usadas no fundo e até mesmo a ordem em que o texto e
o som são introduzidos no material podem afetar drasticamente o desempenho da
campanha.
Outros elementos de desempenho, como o
preço que uma marca paga para usar um porta-voz famoso que pode realmente
provocar reações negativas, ou imagens de um produto ou novos slogans que
desestimulam os espectadores, mostram como a criatividade pode oferecer
insights estratégicos que ressoam muito além da compra de mídia. Um exemplo
desses insights é o da campanha de um analgésico, na qual a Inteligência
Criativa identificou que vídeos iniciados com personagem sofrendo contusão ou
sentindo dor, performaram pior do que aqueles com pessoas felizes e sem
sofrimento. Embora todo o conjunto criativo estivesse presente, a ordem de
apresentá-los se tornou decisiva e o resultado impactou a audiência de maneira
positiva.
O marketing digital está em um período
de grandes mudanças. A tecnologia e os cenários jurídicos estão se
transformando, revelando um caminho à frente que oferece mais privacidade para
os usuários e uma oportunidade de repensar o papel de outros elementos da campanha
na medição e no desempenho de anúncios. Aproveitando a inteligência criativa
que vem de fontes técnicas e humanas, os anunciantes podem desenvolver uma
estratégia que entrega resultados, sem depender de cookies.
*VidMob é a martech pioneira no uso da inteligência artificial e machine learning para medir e otimizar o desempenho de peças criativas, seja em texto, áudio ou vídeo, nas plataformas digitais.
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