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Como a guerra da Ucrânia pode afetar o bolso do brasileiro?

Alta dos combustíveis, disparada do dólar e inflação. Esses são alguns dos efeitos que a guerra entre Rússia e Ucrânia já vem provocando e ainda pode provocar na economia e no bolso do brasileiro. Além do aumento do preço dos combustíveis, a queda na oferta de commodities como trigo e milho, exportados em grande escala pela Rússia e Ucrânia, deve pressionar os preços dos alimentos comercializados no Brasil. O resultado é a alta da inflação e a perda do poder de compra do brasileiro.

Apesar desse cenário negativo, o especialista em recuperação de empresas e CEO da BeYou Education, Ricardo Souza, afirma que não é o momento para desanimar e diz que o governo dispõe de meios de neutralizar alguns desses aumentos para que ele não cheguem até a população. “A questão é saber se o governo terá uma estratégia para cada situação. O Brasil possui reservas de dinheiro que podem ser utilizadas para evitar que o combustível suba tanto, por exemplo. É possível, ainda, buscar outros exportadores que, mesmo que estejam mais caros agora, acabem equilibrando o mercado mais à frente. Além disso, há a possibilidade de fazer acordos para que a população não sofra agora e o valor excedido na hora das compras seja repassado para os produtos exportados pelo Brasil, neutralizando os aumentos que chegam até o povo”, pontua.

Guerra afeta inflação e poder de compra dos brasileiros
(Imagem: Freepik)

O especialista diz que o Brasil está recebendo muitos investimentos neste período pós-pandemia, o que tem facilitado o acesso ao crédito tanto por parte da população, quanto dos empresários. “Sempre haverá momentos de dificuldade, pode ser uma guerra, crise política, eleições, pandemia, escassez de mão de obra ou de matéria prima. O empresário deve sempre contar com algum revés e o segredo para que isso não afete seu negócio é o conhecimento e planejamento”, diz.

Investimentos
As moedas são outro pilar afetado pela guerra no leste europeu. O dólar, bitcoin e a própria moeda russa sofreram queda após o início do conflito. Além disso, a saída da Rússia do Swift, o sistema de comunicação interbancária que sustenta as transações globais, reflete em todos os países que possuem relação de importação e exportação com o país. “O Swift é o meio mais utilizado para efetivar as transações entre as nações. Por meio dele os bancos se comunicam e agilizam operações de compra e venda. Com a medida, os processos podem se tornar mais lentos e burocráticos, prejudicando os russos e todos os países que mantém negócios com eles, incluindo o Brasil. Além da confusão gigantesca que será gerada na bolsa e na cotação cambial”, alerta o especialista.

Por outro lado, a queda na cotação das criptomoedas abre uma possibilidade de investimento. “As criptos mais fortes estão em queda agora, então é um bom momento para quem quer investir, porque certamente, com o tempo, elas voltarão a valorizar”, afirma.


Ricardo Souza é CEO da BeYou Education e especialista
em gestão empresarial e recuperação de empresas

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