Contagem de passos: qual o número ideal para manter a saúde?
Embora equipamentos sejam úteis, é preciso
fazer acompanhamento profissional para garantir segurança e qualidade de vida
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Um, dois, três, dez mil. Na telinha do
relógio ou do celular, a contagem progressiva vai mostrando quantos passos você
deu para ir ao mercado, à padaria ou na caminhada no fim do dia. É uma forma de
controlar sua atividade física, claro, mas, afinal, quantos passos é preciso
dar por dia para se manter saudável?
Os smartwatches
viraram febre no Brasil ao longo dos últimos anos. De acordo com levantamento
feito pela Counterpoint
Research, só em 2021, esse mercado cresceu 35%. Desenvolvidos pelas
grandes empresas de tecnologia do mundo, como Apple, Samsung e Huawei, os aparelhos se tornam
cada vez mais tecnológicos e precisos - e começam a fazer parte da rotina de
cuidados com a saúde.
Para o doutor em Ciências da Saúde e
coordenador do curso de Educação Física da Universidade Positivo, Zair Cândido
de Oliveira Netto, essa é uma forma prática de monitorar o nível de atividade
física diária e, até mesmo, de respeitar os próprios limites, desde que haja um
acompanhamento feito por profissionais. “É importante consultar um
cardiologista, principalmente se a pessoa é sedentária, está acima do peso ou
tem uma dieta desregulada, com muito carboidrato, muita gordura ou consumo
excessivo de álcool”, explica.
O cardiologista pode, junto do paciente,
calcular os limites apropriados de atividade física para cada caso - e o smartwatch ajuda a se manter
dentro desses limites. “Do contrário, quando você acelera os batimentos
cardíacos e aumenta a pressão arterial - o que acontece durante os exercícios -
há o risco de deslocar placas de gordura de alguma artéria ou entupir um
capilar do sistema nervoso central, por exemplo, e acarretar um problema sério
de saúde”, alerta. Com esses equipamentos, é possível monitorar o nível de atividade
que se quer atingir, e até programar alertas para quando esse nível for
ultrapassado.
Um passo de cada vez
Qualquer atividade física é melhor que
nenhuma atividade física. No entanto, quando se trata de melhorar o
condicionamento e fortalecer o sistema cardiovascular, o ritmo conta muito.
Segundo Zair Netto, o ideal é cumprir entre sete e dez mil passos por dia. Isso
equivale a aproximadamente nove quilômetros percorridos. “Se eu der quatro mil
passos, estarei caminhando três quilômetros, o que é pouco para os sistemas
cardiovascular e muscular”, afirma.
Também é importante saber de que forma
esses passos estão sendo dados. “Se as passadas são aleatórias, por exemplo,
para ir à padaria ou ao trabalho, é provável que não estejam servindo para
fortalecer o organismo.” A melhor opção é destinar um tempo diário a fazer uma
caminhada em bom ritmo ou uma corrida. “Dessa forma, há um ganho melhor porque
mantém-se a frequência cardíaca mais elevada, um ritmo muscular mais adequado.
Isso agrega mais valores fisiológicos à atividade física”, detalha.
Não há um ideal universal. Segundo o
especialista, cada organismo tem suas próprias necessidades e limitações, que
precisam ser respeitadas. Segundo ele, para um exercício físico ser proveitoso,
muitos fatores devem ser levados em conta. Intensidade, idade do praticante,
nível de condicionamento físico, roupas e calçados escolhidos, temperatura do
ambiente, umidade do ar e alimentação prévia são apenas alguns deles.
“De forma genérica, eu aconselharia
entre 40 e 50 minutos de caminhada por dia, de cinco a seis vezes por semana.
Assim, somaremos ao menos 5 quilômetros de caminhada, ou quase seis mil passos.
Somada à rotina, teríamos cerca de sete ou oito mil passos diários, o que é um
bom número”, pontua o especialista. Ele considera que algo em torno de 200
minutos de atividade física por semana já é um nível adequado para reduzir os
riscos cardiovasculares, que atingem principalmente os mais sedentários.
Por fim, os aparelhos de contagem de passos ajudam a manter um histórico importante de saúde porque fornecem informações sobre movimentação, gasto calórico, batimentos cardíacos, pressão arterial, entre outras. “Se houver acompanhamento com educador físico e nutricionista, é possível montar uma rotina muito saudável para o usuário”, finaliza.
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