Criptoativos: regulação avança no Brasil e mercado financeiro se expande, aponta especialista
Legalização deve chegar ainda em 2022 focando
nas instituições que operarão com cripto
A regularização dos criptoativos segue
avançando no Brasil. Enquanto as operações e empresas envolvidas nesse mercado
já foram definidas no PL 3825/19, que foi aprovado em comissão especial do
Senado Federal e aguarda os pareceres do plenário do Senado e da Câmara dos
Deputados, os órgãos reguladores estão acompanhando o debate de perto. Para o
especialista em regulação José Luiz Rodrigues, o crescimento do interesse da
população é o responsável em agilizar esse processo, que deve se concretizar
ainda em 2022.
“A popularização das criptomoedas é o
que tem mobilizado os debates sobre sua regulamentação. Mas quando falamos de
regulamentar o mercado cripto, estamos falando das prestadoras de serviços de
comercialização de ativos virtuais, ou seja, os papéis e responsabilidades dos
agentes envolvidos com esse tipo de atividade. Assim que os projetos de lei
forem aprovados, os reguladores, principalmente Banco Central e CVM, entrarão
em campo para regulamentar a lei que trará segurança nas operações com
criptoativos”, explica José Luiz, que também é sócio da JL
Rodrigues & Consultores Associados.
O especialista alerta para a
diferenciação dos conceitos de criptomoedas e criptoativos, esse segundo alvo
dos projetos de regulação. Os critpoativos são a representação de um valor ou
de um direito contratual protegido por criptografia, presentes exclusivamente
em registros digitais. A tecnologia mais comum por trás de um criptoativo é o
blockchain. Ou seja, toda criptomoeda é um criptoativo, mas nem todo
criptoativo é uma criptomoeda.
“Provavelmente, não haverá uma lei que
reconheça especificamente as criptomoedas, mas a regulação dos criptoativos já
traz a base de segurança necessária, que é a regulamentação de quem e como
podem ser oferecidas as operações com essas moedas digitais”, detalha o
especialista.
Com os operadores devidamente regulados,
será possível separar o mercado e delimitar o papel de cada entidade envolvida.
“O ideal é que apenas entidades autorizadas possam operar com criptomoedas no
mercado, seja uma corretora, uma distribuidora ou outra instituição autorizada
com matriz de risco própria para esta atividade, controles de lavagem de
dinheiro, entre outros critérios de segurança”.
Além da regulação em si, José Luiz
também defende a análise comportamental das empresas prestadoras de serviços
financeiros em cripto, as exchanges, e dos investidores que atuam com esses
ativos. “Algo que os órgãos reguladores têm realizado e eu vejo como uma
postura muito positiva é olhar para o comportamento do mercado perante as
inovações financeiras. Por exemplo, durante a implementação do Pix, o Banco
Central auxiliou na educação da população sobre o novo meio de pagamento e
acompanhou as características de uso para moldar a inovação e popularizá-la. Ao
olhar como as pessoas e as empresas se comportam com a criptoeconomia, isso
ajuda no desenvolvimento da legislação e inibe práticas ilegais”.
Mas as criptomoedas são seguras? José
Luiz afirma que sim, ressaltando que só devem operar com os ativos digitais os
investidores capacitados, já familiarizados com ativos de renda variável. “É
importante que o investidor entenda os riscos, ou seja, as volatilidades que
são correspondentes a este tipo de investimento. Afinal, se de um lado há um
alto rendimento nas criptomoedas de forma geral, do outro existe a
volatilidade. E cabe à pessoa, ciente das condições, decidir se vai aplicar seu
dinheiro ou não”.
Sobre a JL Rodrigues & Consultores
Associados
Há vinte e três anos no mercado, a JL
Rodrigues & Consultores Associados (https://jlrodrigues.com.br/)
é uma consultoria especializada em regulação, organização, supervisão e acesso
ao Sistema Financeiro e ao Mercado de Capitais, com foco no atendimento a
empresas e instituições financeiras brasileiras e estrangeiras, que atuam ou
pretendem atuar nesses ambientes.
Também atende instituições que atuam em
atividades relacionadas como, por exemplo, instituições de pagamentos, fintechs
de crédito, consórcios e outros modelos de negócios ligados ao Sistema de
Pagamentos Brasileiro, como as de Infraestruturas de Mercado.
A consultoria representa seus clientes
perante os órgãos reguladores pertinentes, para propor soluções eficazes no
âmbito administrativo, institucional, regulamentar e contábil, que preservem
seus legítimos interesses econômicos, financeiros e comerciais.
José Luiz Rodrigues, sócio titular da empresa, é também membro do Conselho da ABFintechs (Associação Brasileira de Fintechs) o que faz com que a Consultoria esteja inserida nesse ecossistema de forma ativa.
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