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Ensino híbrido é opção para quem não se sentir seguro com a liberação de máscaras em local fechado

Vânia Aparecida da Costa, diretora acadêmica da FAEP, comenta a respeito e como a instituição desenvolveu projeto de ensino híbrido a partir da necessidade dos alunos

Desde o dia 17 de março, uma medida adotada pelo governo de São Paulo dividiu opiniões entre os moradores do estado. Na ocasião, o governador João Doria anunciou, a partir da mesma data, o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais fechados, exceto transporte público e unidades de saúde, como hospitais e clínicas médicas. No dia 9 do mesmo mês, o governador também já anunciara o fim de tal obrigatoriedade em espaços abertos.

Apesar de vivenciarmos uma constante e brusca queda no agravamento da pandemia da COVID-19 no Brasil, o país ainda apresenta uma média de 238 mortes diárias em razão da doença. Embora 74,44% (quase 160 milhões de pessoas) da população brasileira já esteja totalmente vacinada contra o novo coronavírus, segundo dados do consórcio dos veículos de imprensa, muitos manifestaram receio em retirar as máscaras ou, ainda, ter contato com pessoas sem o item de proteção.

No ambiente escolar e acadêmico, as discussões não foram diferentes, já que um grande número de estudantes, incluindo crianças e adolescentes, principalmente, estarão mais expostos ao coronavírus por permanecerem determinado tempo dentro de uma sala de aula fechada e sem máscara. Vânia Aparecida da Costa, diretora acadêmica da FAEP (Faculdade de Educação Paulistana), localizada na zona noroeste de São Paulo, é uma das pessoas que manifesta preocupação a respeito dessa situação:

“Estamos em um cenário bem melhor que os anos anteriores em relação à pandemia, entretanto, ainda precisamos de cautela, pois não podemos nos restringir apenas aos dados do Estado de São Paulo. Nós precisamos pensar no todo, afinal, de acordo com dados do Ministério da Saúde, quase metade dos brasileiros (56,6 milhões) em condições de tomar a dose de reforço das vacinas contra a COVID-19 ainda não o fizeram.” A diretora também ressalta que as crianças com menos de cinco anos ainda não se vacinaram, justamente no período de transição para o outono, com temperaturas mais amenas ou frias.

Ensino híbrido como alternativa ao ensino presencial

Diante das incertezas sobre a segurança em retirar as máscaras dentro da sala de aula, por exemplo, Vânia ressalta que, na FAEP, o corpo discente já conta com a opção de cursar as disciplinas no formato híbrido como alternativa ao ensino presencial. Localizada em Parada de Taipas – bairro periférico de São Paulo considerado o quarto mais populoso da capital paulista segundo a empresa de inteligência geográfica Geofusion – a FAEP desenvolveu o Projeto Salas Híbridas, que transformou todas as suas aulas presencias em híbridas para atender tanto as necessidades da comunidade do entorno, como também interessados de todo o Brasil em ingressarem num curso acadêmico.

A partir de uma pesquisa feita com alunos da instituição, a equipe acadêmica da FAEP pôde compreender melhor as frustrações, dificuldades e expectativas vivenciadas pelos educandos durante o período de ensino remoto, no momento mais agravante da pandemia. Na pesquisa, muitos educandos manifestaram o desejo de seguir apenas no formato online, pela comodidade, a opção de acompanhar a gravação da aula em qualquer horário, ou, até mesmo, rever uma explicação ou a resolução de um exercício. Porém, outros educandos disseram que sentiram falta do ambiente presencial, em razão da interação oferecida e a facilidade de aprendizagem.

Para Kátia Cristina Marcolino, professora e coordenadora dos cursos de Tecnologia da FAEP e uma das responsáveis pelo projeto, o novo modelo de interação entre o ambiente virtual e presencial – também conhecido como Sala de Aula Invertida - permite uma maior flexibilidade para atender a necessidade de cada um, respeitando suas particularidades. “Os educandos que desejarem interação presencial, poderão se deslocar até a instituição e, quem não puder, acompanhará as aulas remotamente de casa, trabalho, ou outro local que preferir. E mesmo quem não puder acompanhar a aula em tempo real, terá a opção de acessá-la na plataforma virtual de aprendizagem”, afirma Kátia.

No início deste primeiro semestre de 2022, período de implantação do projeto de ensino híbrido da FAEP, a instituição ofereceu uma semana de orientações aos educandos ingressantes e veteranos, de maneira remota, para que pudessem compreender melhor a nova modalidade de aula. “A partir de um olhar para as necessidades da população do entorno e do nosso corpo discente de modo geral, nós nos preocupamos em proporcionar acolhimento e preparo a todos. Essa é a proposta alinhada com a missão de transformar a vida das pessoas por meio da educação”, conclui Vânia. Ela acredita que o ensino híbrido veio para ficar e facilitar a vida dos estudantes.

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