Medo de falar em público atinge 59% dos universitários no Brasil
Pesquisa revela que, independente de gênero,
etnia ou idade, as pessoas sentem grande desafio em realizar apresentações
O ato de falar em público está entre os
líderes no ranking de medo das pessoas do mundo todo. Chega a superar o temor
dos problemas financeiros, doenças e até mesmo a morte, de acordo com um estudo
realizado pelo jornal britânico Sunday Times.
Uma pesquisa realizada pela National
Comorbity Survey Replication (NCS-R) mostra que a prevalência desta fobia
específica está entre 9,1% dos adultos norte-americanos de 18 anos ou mais.
Isso seria o equivalente a cerca de 15 milhões de pessoas apenas em território
norte-americano.
Este medo atinge toda a população, mas
quem também sofre com o problema são os estudantes universitários – que
frequentemente precisam enfrentar esse medo ao expor trabalhos, conversar com
outros alunos na sala de aula ou apresentar o trabalho de conclusão de curso, o
famoso TCC.
Estudantes brasileiros e o medo de falar
em público
De acordo com um estudo realizado no
Programa de Pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas da Universidade Federal
de Minas Gerais – UFMG - Belo Horizonte (MG), mais da metade dos estudantes
universitários (59,7%) no Brasil manifestam medo de falar em público.
Isso foi concluído depois que o estudo
revelou três ou mais sintomas somáticos de ansiedade presentes nos
entrevistados. Entre esses sintomas, os mais frequentes foram a
respiração ofegante (95,6%) e a taquicardia (64,7%).
Pouco mais da metade dos participantes
apresentaram autoavaliação positiva da fala (53,0%) e autopercepção vocal ruim
(55,2%). Os participantes acreditaram que não conseguiam influenciar o
interlocutor durante a fala em público (53,0%) e que não conseguiam captar e
manter a atenção do ouvinte (57,6%).
Os indivíduos que autorrelataram
capacidade de captar e manter a atenção do interlocutor durante as
apresentações em público apresentaram maior chance de autor referir medo de
falar em público. Aqueles que se perceberam capazes de influenciar o ouvinte
com a sua comunicação apresentaram menor chance de sentir medo de falar em
público.
O estudo foi realizado com 1124
estudantes universitários matriculados em uma instituição de ensino superior
brasileira. Sendo que os entrevistados responderam um questionário sobre
sintomas como remores, rubor facial, respiração ofegante e taquicardia. Os
participantes assinalaram quais desses sintomas se manifestavam durante a fala
em público. E o resultado foi apresentado na presença de três ou mais
desses sintomas manifestados nos estudantes.
Como conclusão, o estudo identificou uma
alta prevalência no medo de falar em público nos estudantes universitários.
Além disso, este medo persiste independente do gênero, etnia e idade. Ou seja,
está presente na maioria das pessoas.
“A dificuldade das pessoas em falar em
público é devido a nossa educação. Desde o início, a maioria das famílias fala
para as crianças ficarem quietas. Por exemplo, a criança está em um shopping. E
os pais sempre dizem: ‘Fica quieto, não faz barulho, não grita, não fala’.
Então a gente é doutrinado a não falar”, comenta Luis Fernando Câmara, CEO da
rede de escolas de oratória Vox2you. “Somos reprimidos quando falamos. Isso
acontece muito no ensino fundamental, quando a criança vai para escola. O
melhor aluno é aquele que fica quietinho lá na frente, ouvindo o professor, e
não aquele que se comunica, fala e se socializa. Isso acaba contribuindo para
que as pessoas fiquem mais retraídas. E acontece muito na vida das pessoas, o
fato de falar algo e ser reprimido por algo que você falou. Falar algo e sofrer
bullying por isso. Então isso vai criando uma legião de pessoas que tem medo de
falar em público. Até os extrovertidos tem dificuldade em falar em público.
Isso acontece pois no fundo, as pessoas não têm propriamente o medo de falar em
público, as pessoas têm medo do julgamento. Do que vão pensar delas.”
O estudo revela:
Pessoas que conseguem influenciar as
outras com a comunicação já desenvolveram uma habilidade comunicativa mais
refinada. São pessoas que têm grande domínio comunicativo, expõem as ideias de
modo claro e persuasivo, envolvendo os ouvintes de modo a influenciá-los.
Quando o sujeito já consegue persuadir e influenciar, ele provavelmente não
fica excluído do medo, mas apresenta bem menos chances de ser dominado por ele.
Além disso, o acúmulo de experiências
positivas ao falar em público melhora significativamente as habilidades de
comunicação oral do locutor.
Vale ressaltar que, segundo estudo
publicado pela Universidade de Columbia, de Nova York, a fobia social tem
inclusive um prejuízo de 10% nos salários do (a pessoa recebe 10% menos do que
os outros). E um prejuízo de 10% em sua taxa de graduação na faculdade (tem uma
chance 10% menor de se formar na faculdade) e um prejuízo de 15% em sua
capacidade de obter cargos gerenciais e de liderança em sua empresa (tem 15%
menos chance de entrar uma posição profissional ou gerencial).
“Hoje com o avanço das novas tecnologias
e da Inteligência Artificial, cada vez mais será fundamental os soft-skills,
outros tipos de habilidades. Porque há grande probabilidade de outas áreas
serem substituídas por IA. Especialmente na área de exatas. Então, todo mundo,
sem exceção, até o final de sua vida, vai ter que aprender, desaprender e
reaprender novas disciplinas. Só que uma delas nunca muda, que é a capacidade
de se comunicar, vender, e a capacidade de liderar pessoas. Então é crucial que
os universitários aprendam oratória para se comunicarem bem”, afirma Luis
Câmara.
Uma solução prática e efetiva
De acordo com o artigo da Forbes “Porque
temos medo de falar publicamente e como superar isso”, de Nick Morgan, 10% das
pessoas adora falar em público, 10% fica aterrorizado ao falar em público e 80%
está em algum lugar no meio. Porém, como pudemos notar, todas as pessoas em
algum momento sentem medo ao realizar uma apresentação. A diferença é saber
lidar com isso da melhor forma possível.
Dados indicam que 90% da ansiedade que
sentimos antes de uma apresentação vem da falta de preparação. E para realizar
uma apresentação efetiva uma pessoa precisa dedicar apenas 7% no conteúdo, 38%
a sua voz e 55% na comunicação não verbal. Ou seja, no seu corpo.
Felizmente, as pessoas podem driblar
estes desafios se preparando profissionalmente e com treinamento adequado,
utilizando técnicas corporais, de voz e de preparação para realizar apresentações
e falar em público.
Há cursos de oratória que preparam o
indivíduo para superar essas situações e controlar o seu medo. Tais cursos
oferecem não só a habilidade necessária para conseguir se apresentar, mas
também aprimora as relações com a família, autoestima e segurança na hora de
comunicar uma mensagem.
“O corpo não fala. O corpo grita. Então
é muito importante, sempre que for falar em público ou em uma reunião online ou
em uma Live com uma pessoa apenas, usar a linguagem não verbal e observar a
expressão silenciosa dos ouvintes. Porque as pessoas são mais eloquentes com
gestos do que com palavras. Então é questão de treinar mesmo. Estar sempre com
os braços acima da cintura, gesticular, olhar nos olhos para trazer
credibilidade. Porque quem não olha nos olhos não traz credibilidade. Se
estiver com uma plateia, distribuir o olhar, não ficar olhando apenas em uma
pessoa ou em um canto. Com isso você desenvolve uma comunicação verbal bem mais
amigável. E obviamente sempre demonstrar um interesse genuíno pelos outros.
Pois isso abre muitas portas”, diz Luis Câmara.
Além disso, a oratória não é algo
exclusivo e benéfico para adultos, mas também para crianças e adolescentes –
que podem tirar significativos benefícios em seu ambiente de relacionamentos
interpessoais. Seja fazendo novos amigos, ao se comunicar melhor com a família
e estreitar laços, ou ao comunicar uma mensagem com o impacto que ela deve ter.
“A oratória é muito mais do que falar em
público. E quem relaciona mais, vive mais, é mais feliz. Há muitos estudos de
longevidade os quais revelam que a solidão é algo ruim para a vida. Então, você
ter uma capacidade de se relacionar com pessoas prolonga a sua vida. A
socialização faz você viver mais. Então é muito importante usar técnicas de
oratória como modulação de voz, linguagem não verbal, para você ter uma vida
mais saudável, alegre e feliz”, conclui o empresário.
Sobre a Vox2you
Para usufruir de todos esses benefícios,
a Vox2You, maior rede de escolas de
oratória da América Latina, oferece cursos tanto de forma online quanto
presencial, em suas mais de 90 unidades espalhadas pelo Brasil.
A escola oferece mais de 150 dinâmicas e 80 técnicas de oratória e comunicação para os alunos. Tudo isso para que as pessoas desenvolvam habilidades essenciais para a expressão, auto confiança, clareza e persuasão em seus métodos de comunicação.
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