O que falta no ESG?
Por Eduardo Silva
Março de
2022 - Uma das mais relevantes iniciativas corporativas dos
últimos anos, o ESG (sigla em inglês que significa Environment, Social and
Governance) ou Ambiental, Social e Governança, apresenta pilares importantes
para uma gestão com posicionamento mais ético das empresas. A sigla surgiu pela
primeira vez em 2004 no relatório Who Cares Wins - Connecting Financial
Markets ti a Changing World, emitido
pela ONU em parceria com o Departamento Suíço de Assuntos Estrangeiros.
Rapidamente considerado por investidores
para a tomada de decisão, a adoção do ESG eleva o modelo de gestão com adoção
de princípios importantes como equidade nas corporações, responsabilidade
ambiental, transparência e ações para o desenvolvimento da sociedade.
Todavia, muitas dessas ações não
deveriam ser novidade para grande parte das empresas que aplicaram o tripé da
sustentabilidade conhecido por 3P's (People, Planet and Profit) ou Pessoas,
Planeta e Lucratividade.
O conceito de ecodesenvolvimento que
originou os 3P’s foi proposto em 1972 na primeira Conferência das Nações Unidas
sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada em Estocolmo, Suécia, ou seja,
deveríamos no mínimo nos indagar por que após 50 anos ainda estamos discutindo
a implementação do ESG que possui fundamentalmente os mesmos pilares da Sustentabilidade
como sendo uma novidade?
Talvez a resposta esteja na falta do
comprometimento (commitment) da própria sociedade com relação ao tema.
Em minha experiência de liderança à
frente de diversas corporações sempre enfrentei barreiras gigantescas no
aculturamento das equipes e nos mais diversos níveis para implementar
Estruturas de Controles, Governança, Gestão de Riscos, Regras de Compliance e
respeitabilidade as Políticas Corporativas, o que aumentava de maneira
exponencial o esforço e investimentos para atingir resultados importantes.
Todavia, assim que as métricas de acompanhamento eram substituídas por outras
rapidamente as equipes relaxavam, demonstrando que a cultura ainda não era
forte o suficiente para garantir sua continuidade.
Outro ponto que me chama a atenção no
ESG incluiu o pilar importante da Governaça mas ignorou a Lucratividade (tema
já tratado na Sustentabilidade como Profit), o que em minha opinião como CEO
não faz o menor sentido por se tratar de um pilar fundamental para a manutenção
e existência das corporações que geram empregos e são agentes de transformação
da sociedade.
Assim, devemos repensar sobre a inserção
da Lucratividade (Profit) e do Comprometimento (Commitment) como pilares
complementares e importantes ao ESG pois do contrário corremos sérios riscos do
seu abandono após 5 ou 10 anos e no futuro teremos mais uma vez a criação de
novas siglas para tratar do mesmo tema como sendo mais uma grande novidade.
*Eduardo
Silva é CEO do EDANBANK e possui uma larga experiência de mais de 30 anos em
bancos internacionais
Sobre o EDANBANK - https://www.edanbank.online/
Com sede em São Paulo, inaugurado em
março de 2020, o Edanbank é um neobanco que transforma, pois traz toda a
experiência de mais de 30 anos dos seus fundadores no mercado financeiro
brasileiro e internacional.
O seu diferencial está no portfólio
completo de soluções financeiras e na relação singular junto aos seus clientes,
mantendo o foco na estratégia econômico-financeira.
Com tudo isso o Edanbank é reconhecido como a instituição digital mais completada América Latina.
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