O impacto das 'big techs' na publicidade digital em 2022
*Por Leila Borges Guimarães
Com o advento e a ascensão da tecnologia
no mundo, as mudanças estão cada vez mais acentuadas
e, assim, o mercado da publicidade está
se diversificando e, consequentemente, se atualizando constantemente. Por isso,
as perspectivas de negócio no meio digital para
este ano certamente virão das mais
variadas plataformas, indo desde os games até os podcasts.
Segundo o relatório “Ad Spend Forecasts”, publicado pela
agência Dentsu em janeiro, é previsto que o investimento global com publicidade digital seja de US$ 745 bilhões — cerca de US$
117,2 bilhões acima do nível pré-pandemia de 2019 —, com um
crescimento de 9,2% neste ano. Já no Brasil, o incremento
deverá ser de 5%, com montante que deve totalizar US$ 8,7 bilhões, um valor
bastante considerável. Porém, quais devem ser os principais fatores desse
crescimento num cenário que ainda se recupera da crise econômica impulsionada
pela pandemia?
O ecossistema digital está em constante
movimentação, exemplo significativo disso foi a aquisição realizada pela Microsoft de uma das maiores
produtoras de games do mundo, a Activision
Blizzard, que contém aproximadamente 400 milhões de jogadores, em jogos como Call of Duty e Candy Crush.
Observamos
que essa questão movimentou o mercado
e deverá impactar não somente a tecnologia em si, mas também as estratégias de publicidade,
com o intuito de criar mais alternativas de
espaços publicitários em busca de investimentos
mais volumosos.
Outro
acontecimento que deve aumentar o investimento na publicidade digital neste
ano é a Copa do Mundo, que ocorrerá em novembro
no Catar. Trata-se de um evento que movimenta bilhões de fãs no mundo inteiro e
não à toa deve se refletir não só em ações publicitárias nas redes sociais e nos veículos de
conteúdo jornalístico, como também em jogos
online e álbuns de figurinha, com o intuito de
expandir a experiência dos consumidores com o evento.
Assim, os espaços de publicidade digital serão expandidos e
trarão para o mercado
uma extensa gama de consumidores fiéis e sedentos por novidades.
Com isso, a
tendência é de que grandes marcas devam expandir os seus negócios para
aproveitar o momento. O metaverso
— ambiente de realidade aumentada e virtual — é a novidade que deve
revolucionar o mercado de publicidade nos
próximos anos, por exemplo, com a criação de lojas
virtuais que possam mostrar produtos diferenciados e estratégicos, que
posteriormente poderão ser comprados de forma
exclusiva ou limitada.
Essa
novidade promete ser uma tendência, já que o consumo digital vem crescendo. Para se ter uma ideia, apenas o e-commerce brasileiro registrou um
faturamento de R$ 161 bilhões no ano passado, o que
representa crescimento de 26,9% em relação a 2020, segundo levantamento realizado pela Neotrust.
Outra ação é de as empresas investirem em ativos digitais, como criptomoedas e NFTs.
Outra
frente que deve ser bastante explorada pelas marcas é a publicidade no
formato de áudio, principalmente, por meio dos podcasts que
já vêm sendo um sucesso de audiência com conteúdos de diferentes editorias nas
mais diversas plataformas. Isso é reforçado pelo levantamento “A
influência da publicidade digital no
universo dos podcasts”, realizada pela associação IAB
Brasil, mostrando que 59% dos ouvintes de podcasts recordam
os anúncios e 37% realizam uma pesquisa na internet
sobre o produto ou serviço após
ouvir a mensagem da empresa anunciante.
Portanto,
as perspectivas para a publicidade digital neste ano prometem não ficar
limitadas apenas aos formatos tradicionais. Além das possibilidades
mencionadas e que já estão disponíveis, ainda
podem surgir novidades, já que a tecnologia não para
e com a chegada do 5G o ambiente se tornará
ainda mais propício para o surgimento de
alternativas criativas para serem usadas na publicidade digital.
Por fim,
vamos precisar ficar atentos aos possíveis movimentos de outras big techs,
como o realizado pela Microsoft, pois é
inegável que aquisições como essa trazem mudanças rápidas e consideráveis nos
mercados e com o segmento de publicidade digital não será diferente.
*Leila Borges Guimarães é Country Manager da Adsmovil Brasil
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