O papel do Supply Chain na Operação Anywhere Channel
Por Rodrigo Catani, head de potencializar
vendas da AGR Consultores
Como já falamos sobre vários aspectos da
transformação digital, nesse artigo vamos focar nas implicações logísticas
deste movimento. É certo que a transformação digital no varejo
veio para melhorar a experiência do consumidor, em poder
comprar quando e onde quiser, seja “on-line”, “off-line” ou ainda
mesclando os dois. Essa nova dinâmica proporciona facilidade e
conveniência ao consumidor, desde o momento da pesquisa de
alternativas até a compra em si, o recebimento do produto e o pós-venda,
mas traz consigo uma série de exigências que precisam ser desenvolvidas ou
aprimoradas, e uma delas é a capacidade de estruturar a cadeia de abastecimento
para atender as demandas que passam a existir.
É preciso ter excelência na
distribuição e na disponibilidade do produto, afinal, atender
o “quando” e o “onde” exige uma sincronia fundamental entre
a logística, o planejamento e a cadeia de abastecimento como um todo,
desde a compra até a distribuição. O anywhere channel pressupõe uma
discussão fundamental de dimensionamento, localização, regras de
abastecimento de lojas e compartilhamento de estoques entre os canais
digitais e os pontos de venda. É preciso buscar o ponto de equilíbrio entre
as rupturas que causam perda de vendas, corroendo margens e a
imagem do varejo, e o excesso de estoque que implica em capital de giro
parado, o que impacta o fluxo de caixa e a rentabilidade. A
acuracidade dos estoques nas lojas é um pré-requisito estrutural para essa
operação integrada. Imaginem a péssima experiência de uma jornada de “pick-up”
em uma loja frustrada por uma ruptura de estoque.
A avaliação da jornada de
compra traz o desafio de identificar e eliminar os
pontos de atrito e proporcionar experiência impecável de atendimento com
integração entre os canais físicos e digitais. O varejo, vivendo
essa multicanalidade, se depara com o desafio de coordenar todas
essas particularidades, seja de logística, para dispor o produto
dentro do prazo e no local especificado pelo consumidor (na loja
ou “pick-up in store” ou em casa), bem como as
questões de trocas e cancelamentos com regras claras e disponíveis a esse
consumidor e a todos os colaboradores de todos os canais de venda e de
atendimento. Além disso, no
Brasil temos dois desafios adicionais importantes. O
primeiro é atender a legislação tributária e os impactos fiscais atrelados
a essas diversas operações anywhere channel,
especialmente quando tratamos de operações com franquias, em que há diferentes
entidades jurídicas (CNPJs) envolvidos. O segundo desafio é a necessidade de
atender o “last mille” com bom nível de serviço e custos
competitivos.
Sistemas e ferramentas integrados são
pilares fundamentais de uma operação Anywhere Channel. Além das informações
básicas, é importante monitorar oportunidades em tempo real sobre vendas
nos diversos canais, criar análises preditivas de demanda para melhorar a
tomada de decisão de compras, avaliar antecipadamente desistências de
compras, monitorar em tempo real a distribuição de entregas
com as empresas de transportes e conectar-se diretamente com o
consumidor em diferentes momentos de sua jornada, apoiando a
evolução para a próxima etapa ou mesmo para a conversão final da
compra. A área de Customer Service desempenha um papel muito importante
nessa jornada também, pois faz a “ponte” entre o consumidor, a empresa e as
lojas, sejam próprias ou franquias.
Como projetos de Anywhere Channel são transversais e impactam diferentes áreas de negócios e de backoffice, atuamos com um time funcional da consultoria em conjunto com o time do cliente para entregar as soluções que equilibrem a experiência do consumidor às demandas das operações das empresas.
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