Os ERP's e a Transformação Digital
Por Jéssica Costa, Sócia e Head de
Transformação Digital da AGR Consultores
Em um passado não muito distante, uma
das pautas recorrentes nas empresas era a implementação de ERP. Ter uma base de
informações qualificadas e processos que sustentassem essa qualidade ao longo
do tempo era de extrema importância, afinal “os dados seriam o novo petróleo”.
Assim, tivemos um “boom” de
implementações de ERP’s no passado e agora, com a velocidade de novas
tecnologias e soluções, com grandes players adquirindo soluções complementares
e integrando às suas principais suítes, com novas demandas de negócio como
omnichannel, DTC (direct to consumer), entre tantas outras, as empresas
novamente voltam a discutir o famoso ERP, seja avaliando substituições ou
atualizações.
Soma-se a isso o anúncio em 2021 da SAP
sobre a necessidade de migração de todos os seus clientes com base instalada no
SAP ECC para o S/4 Hana até 2027, já estamos vivendo uma nova “alta demanda” de
projetos voltados para os ERPs. Para muitas empresas, aliás, essa atualização
do ERP da SAP baseado na nuvem está alinhada às novas necessidades em
tecnologia.
O fato é que agora ou “daqui a pouco” a
maioria das empresas terão que rever seu famoso e básico ERP.
Na AGR Consultores, já estamos
experimentando esse crescimento na demanda para a gestão dessas implementações,
além de receber abordagens sobre o momento adequado para encarar esse
desafio.
Mesmo em meio a tantas mudanças, as
implementações de sistemas, sejam de novos ou atualizações, estão entre os
projetos mais desafiadores para as empresas.
Desta forma, elencamos aqui o que nossas
experiências vêm nos ensinando:
- Tenha clareza do escopo: parece
óbvio, mas a vida real apresenta um volume de customizações necessárias
maior do que o inicialmente previsto.
- Conheça as necessidades da sua
empresa: isto evitará horas, e consequentemente economizará dinheiro, em
discussões do tipo “precisamos mesmo disso?”
- Esteja aberto a fazer
diferente: as mudanças organizacionais acontecerão (com ou sem sistema).
Não abra mão de uma boa gestão de mudança, mas uma gestão de mudança
efetiva, de mapeamento das mudanças e seus impactos, de “como você fazia e
como você passará a fazer”. Este ponto, que no passado não era um
diferencial, ganhou protagonismo nos projetos.
- Atenção às metodologias ágeis.
Elas são eficientes para muitos modelos de projetos, mas também podem
apresentar riscos no cronograma dos trabalhos. O famoso “projeto gasoso”,
em que a implantação ocupará todo o tempo que existir.
- As etapas do “meio” do projeto
atrasaram? Algumas lições aprendidas ajudam: reduzir etapa de testes e
tempo de preparação de usuários não é a solução do problema. Pelo
contrário, é “empurrar” o problema para pós go-live e sofrer na
estabilização da solução. Busque alternativas!
- Tenha uma relação de confiança
com o implementador que a sua empresa escolheu, afinal, todos têm o mesmo
objetivo!
- Por fim, tenha controle! Saiba,
com clareza e sem medo de encarar a realidade, o que está acontecendo no
projeto. Tenha um “guardião” do plano, que lutará pela execução planejada,
reportará informações e desvios e agirá de forma a garantir que as
contingências sejam eficazes. Ter informações transparentes, ágeis e
assertivas permitirá que as reações sejam mais bem sucedidas.
Acabo esse artigo percebendo que a tecnologia vem mudando em uma velocidade incrível, a oferta de soluções e de inovações também ... mas os desafios, ahhhhh, esses continuam os mesmos.
Nenhum comentário