Para que se paga o condomínio e o que compõe essa taxa?
José Roberto Iampolsky*
Na lista das maiores despesas de grande
parte das famílias brasileiras está a taxa condominial, que pode chegar a R$ 15
mil, em alguns casos.
A taxa do condomínio é obrigatória.
Tanto inquilinos quanto proprietários devem pagá-la. Caso ela não seja honrada,
faltarão recursos para pagar as despesas e o condomínio pode ficar
inadimplente, tendo que recorrer a mais cobranças direcionadas aos outros
moradores que estão em dia com seus pagamentos.
A boa notícia é que é possível reduzir
custos em até 30% em alguns casos. As negociações vão depender da boa
administração e do comprometimento dos moradores.
Mas, afinal, uma pergunta que permeia
rotineiramente a cabeça das pessoas é para que elas pagam o condomínio e para
onde vai o dinheiro arrecadado?
É preciso entender que a taxa de
condomínio é um valor arrecadado mensalmente dos moradores. Ela tem o propósito
de custear serviços importantes, como segurança, impostos, conta de água,
manutenção das áreas comuns do prédio e gastos com produtos de limpeza, por
exemplo. Para calcular a taxa de condomínio, é preciso avaliar todos os gastos
do prédio.
O valor da taxa pode variar de acordo
com a região onde está o edifício, o seu tamanho e o número de moradores.
Existem prédios que cobram a taxa por unidade, considerando o mesmo valor para
todos os apartamentos. Por outro lado, há prédios que preferem a cobrança por
fração ideal, em que moradores das unidades maiores, como coberturas e áreas
privativas, quitam um valor proporcional ao tamanho do seu imóvel.
Como é calculada a taxa de condomínio
A taxa de condomínio pode ser cobrada de
duas formas: em uma taxa fixa, que se mantém todos os meses, ou por rateio. O
valor fixo precisa ser calculado e aprovado previamente em assembleia. Quanto
ao rateio, o valor muda a cada mês. Isso porque as despesas do condomínio são
orçadas mensalmente e o montante é dividido pelo número de apartamentos.
No caso da taxa fixa, é necessário
identificar todas as despesas mensais, considerando contas, serviços, salários
e manutenção, e projetar as despesas para os próximos 12 meses.
Também é essencial conter as despesas
extras, como reparos de aparelhos, e usar um índice que permita prever o
aumento dos custos com o passar do tempo.
Entendendo os custos
Em primeiro lugar, é preciso compreender
o que faz um condomínio ser mais caro ou barato.
São seis os principais grupos de
despesas:
- Mão de obra (CLT ou
terceirizada) – 45 % a 70% das despesas;
- Tributos e benefícios
relacionados a empregados – 20% a 30%;
- Água e esgoto, gás encanado –
10% a 15% das despesas;
- Energia elétrica – 5% a 10% das
despesas;
- Elevadores – 5% a 10% das
despesas;
- Inadimplência – até 15% da
receita, que acaba virando despesa.
Cerca de 70% a 85% das despesas são
básicas. O que diferencia um condomínio de outro é o número de condôminos. Em
um condomínio com dez apartamentos, o número dos que pagam as despesas é muito
pequeno, o que torna a conta mais cara. Já em um condomínio com 200 unidades,
por exemplo, quando mantido o princípio de uma única portaria, terá acréscimo
apenas na despesa de luz e elevadores. Além disso, sobre o custo com a água, a
Sabesp usa uma tarifa social que deixa o metro cúbico mais barato em função do
maior número de apartamentos. Sendo assim, a taxa condominial é menor.
Todo prédio precisa ter um fundo de
reserva para garantia em caso de imprevistos. Por esse motivo, no valor do
condomínio costuma estar incluído um valor adicional, que vai para esse fundo. A
taxa de reserva também pode mudar de local para local, podendo ser recolhida
como uma porcentagem da taxa de condomínio ou como um custo fixo.
Reduzindo gastos
Para reduzir custos, uma das primeiras
medidas é analisar a folha de pagamentos. Revisar contratos antigos de
manutenção também é recomendável. Outra medida importante, especialmente em
imóveis antigos, é realizar uma vistoria nos sistemas hidráulico e elétrico a
fim de se descobrir vazamentos e outros problemas. Afora isso, é possível fazer
campanhas para o uso consciente destes recursos e instalar dispositivos de
controle de iluminação nas áreas comuns.
Como se pode ver, a taxa de condomínio
é, portanto, fundamental para a manutenção dos prédios, a segurança e o
bem-estar dos moradores.
*José Roberto Iampolsky é CEO da Paris Condomínios, empresa criada em 1945 para administrar condomínios e alugueis, que atua em São Paulo, interior e litoral. www.pariscondominios.com.br.
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