Rússia x Ucrânia: como o conflito deve ser abordado nas salas de aula
Enquanto os alunos ucranianos usam o espaço
escolar como abrigo, no Brasil, os estudantes procuram entender sobre os
acontecimentos
Aluna Sabrina Cabral Egea com o pedaço do Muro
de Berlim na aula de História
Colégio Adventista
De acordo com as informações
compartilhadas pelo Diretor do Departamento de Educação da União Ucraniana,
Kostiantyn S. Kampen, as escolas Adventistas do país voltaram ao ensino digital
após declararem duas semanas de pausa no presencial. Durante esse período, os
colégios foram transformados em lugares de refúgio para as famílias que ficaram
desalojadas após os ataques.
O diretor afirmou que as aulas online
estão ajudando as crianças e jovens a mudar o foco das notícias sobre a guerra
e a manter uma certa distração. Os professores seguem fornecendo comida,
colchões e apoio emocional diariamente.
Aqui no Brasil, a guerra repercute em
grande escala em toda a imprensa e principalmente nas redes sociais, com uma
grande quantidade de criação de conteúdo. Mas qual é a melhor maneira de trazer
o tema para as classes? A curiosidade das crianças e jovens é despertada cada
vez mais dentro das aulas de História e Geografia.
É o que o professor Bruno José da Silva
reparou em suas aulas. Bruno leciona História para a turma do terceiro ano do
Ensino Médio do Colégio Adventista, na unidade de Santo André, e está passando
pelo tópico de ‘Guerra Fria’ com os alunos. “No dia em que ocorreu a invasão,
em todas as salas que entrei, eles pediram por explicações para saber o que estava
acontecendo. Fui esclarecendo as causas e os possíveis desdobramentos, até
mesmo para acalmar a ansiedade que alguns sentiam”, conta.
Para tornar a matéria mais dinâmica, o
professor levou um pedaço do muro de Berlim que possui guardado para exemplificar
a divisão que a Guerra Fria causou. “Além de despertar o interesse pelo
assunto, foi uma boa oportunidade para dar relevância ao passado e conectá-los
com as notícias recentes”, destaca.
Quem também notou o interesse e
preocupação dos alunos foi a professora de Geografia, Rosângela de Lucca
Oliveira. A quantidade de informação que circula no Twitter, TikTok e Instagram
acaba levantando perguntas mais filosóficas. “Um dos alunos me indagou,
inconformado, como a Rússia pode pertencer a um conselho de segurança e ainda
assim começar uma guerra”, conta a professora.
Ao pesquisar sobre guerra, as imagens e informações podem ter um forte impacto nas crianças e jovens, por isso é necessário ter cautela e escutar com atenção todas as informações que eles trazem de casa. “Esse tema deve ser abordado de forma interdisciplinar, devido à complexidade dos acontecimentos”, aponta Marizane Piergentille, diretora de educação da rede Adventista. “O conflito entre Ucrânia e Rússia traz projetos educacionais que integram mais de uma matéria, incentiva a busca por fontes confiáveis e estimula a tecnologia”, finaliza.
Nenhum comentário