Saiba como os aditivos podem auxiliar sua obra - e quais os cuidados no seu manuseio no clima quente
Igor Torres
“Lá vem chegando o
verão”... Pedindo licença ao Mestre Alceu Valença, recorro ao suporte poético e
musical para anunciar que o verão é a época não só reconhecida por marcar o
período de férias, Carnaval, mas também por ser a estação mais quente do ano. E
qual a relação existente entre verão e concreto, especialmente aditivos?
Sabe-se que a elevação
de temperatura normalmente é um catalisador para reações químicas. Não
diferentemente, as reações de hidratação do cimento Portland, refletidas em
pega e endurecimento, são aceleradas em climas extremamente quentes,
justificando alguns cuidados essenciais em diferentes etapas do concreto.
A associação de
elevadas temperaturas, forte incidência de ventos e baixa umidade provocam
efeitos deletérios ao concreto no estado plástico com maior demanda de água
e/ou aditivo, perda de abatimento acentuada, tempos de pega acelerados,
dificuldade no manuseio do concreto e retração plástica. No estado endurecido o
concreto também sofre com retração por secagem, prejuízo às propriedades
mecânicas e durabilidade – resistência, módulo de elasticidade, permeabilidade
e defeitos de acabamento.
Dentre as inúmeras
medidas de mitigação, destacam-se: estudo prévio dos materiais e traços a serem
utilizados, elaboração de planos de concretagem e medidas operacionais. A
utilização de gelo em escama em substituição parcial ou total da água de
amassamento, o uso de cimento e agregados devidamente armazenados (protegidos
do sol) e concretagem noturna, são ações comumente realizadas em situações em
que o concreto esteja submetido a temperaturas acima de 32°C.
Ainda, não podemos
esquecer do potencial de uso dos aditivos redutores de água e controladores de
hidratação para otimização do consumo de cimento (foco na redução do calor
liberado durante a hidratação) e diminuição da perda de abatimento, evitando-se
adição suplementar de água e facilitando as operações de transporte, lançamento
e adensamento.
Igor Torres é Mestre em
Engenharia de Materiais e gerente técnico nacional na Sika.
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