1º Encontro Troca de Conhecimentos do Polo Amazônia 1 é realizado em Cacoal
O debate de um time de especialistas discutem
sustentabilidade e melhor aproveitamento dos recursos naturais
Foi realizada em 11 de
abril, uma reunião de produtores, empresários, cientistas, professores,
biólogos e entusiastas a fim de debater ações em prol da sustentabilidade na
Amazônia.
O presidente do Fórum
do Futuro, Alysson Paolinelli, abriu o discurso fazendo um paralelo sobre a
importância dos alimentos desde os tempos da Segunda Guerra Mundial até os
tempos atuais. Ele ainda destacou os holofotes do mundo para o nosso país
frente às ações sustentáveis. “O
mundo está de olho no Brasil porque desenvolvemos a Agricultura Tropical.
Aquelas vantagens comparativas viraram para o nosso lado. Aqui se produz doze
meses ao ano. Quando você faz a integração lavoura, pecuária e floresta, por
doze meses você está ocupando o solo intensamente”.
Paolinelli destaca um
dado imponente no quesito pobreza na Amazônia:
"A Amazônia tem cerca de 28 milhões de pessoas famintas, sem renda, na
miséria. Enquanto isso existir, nós não vamos conseguir fazer a
sustentabilidade. Extrativismo é sinal de ignorância, e vocês têm a solução
para isso”, explica.
Ainda segundo o
ex-ministro, a bioeconomia vai ser a salvação do Brasil, porque ela não vai
agir só na produção agrícola como também vai produzir na agroindústria. “Se você somar produção agrícola mais
agroindústria, você vai trabalhar 54% do PIB nacional. Somos hoje o maior
mercado exportador de alimentos que o mundo tem”.
Na sequência, Samuel
Almeida, diretor técnico do Sebrae-RO, ressalta a importância do pequeno
negócio, e que através do Sebrae dissemina “de
forma democrática lá na ponta, na agricultura familiar, num produtor rural que
tá lá na sala no dia a dia, precisando melhorar a sua manejo, a sua pastagem, a
sua gestão, introduzindo novas práticas que gerem maior produtividade e
competitividade ao seu setor produtivo”.
O Sebrae atua com quase
98% das empresas existentes no país, que são pequenas empresas. Almeida destaca
alguns temas fundamentais para alavancar o desenvolvimento e o crescimento
econômico dessa região, sendo o principal deles, a união de elementos. “Cada
recurso, cada contribuição financeira e econômica contribuirá para que a gente
possa alavancar o desenvolvimento econômico em nosso pais”.
Isis Lazzarini Foroni, zootecnista e
professora no Instituto Federal de Rondônia, comentou sobre o Programa de
Desenvolvimento dos Cerrados (POLOCENTRO), criado em 1975. Foi
desenvolvido dentro do ministério da agricultura e liderado pelo
ex-ministro Alysson Paolinelli. Obteve grande importância no Brasil e
ganhou o título de segundo salto na agricultura.
“O produto brasileiro
tem um grande potencial e merece ser valorizado a nível mundial. Mas para isso
acontecer, tem que ser utilizado de estratégias para elevar o interesse pela
mercadoria, já que temos capacidade de melhorar a produção e aumentar a
economia nacional”.
Hélio Dias, presidente
da Federação da Agricultura e Pecuária de Rondônia, (FAPERON). comentou
sobre a adoção de tecnologia e inovação na agricultura do estado. A adoção
de boas práticas, que são usadas em outros estados, deve ser colocada como
uma fonte referência para Rondônia, com o foco de servir de
demonstração para os produtores das diversas cadeias.
"Em Rondônia nós
demos um salto na produção de café. Há um tempo atrás havia mais de 120 mil
hectares plantados, com produção de dois milhões ao ano. Hoje, reduzimos para
70 mil hectares em média, com o uso de diversas tecnologias, aplicáveis e
hoje nós produzimos até mais de dois milhões com a área mais reduzida", afirmou Hélio Dias.
Ilce Santos, bióloga e
gestora, falou sobre a psicultura em Rondônia, e produção de maneira
sustentável.
O Brasil inteiro está
passando por um momento de crise na comercialização do pescado. Por conta dos
altos preços dos insumos, da ração, que é o nosso principal insumo. “Importante termos uma base de cada
corte comercial e fortalecer a comercialização do pescado de Rondônia, que já
tem significativos resultados de pesquisa, seja na produção ou parte comercial.
Na região, por exemplo foi descoberto o ômega sete, escasso em várias espécies
de pescado”, reforça Ilce.
O principal foco é unir
os diversos elos do mercado da cadeia do peixe e juntar tudo numa espécie de
rastreabilidade, desde o processo inicial até a parte comercial, forçando uma
melhoria na cadeia como um todo. A questão do método de abates por eletronarcose
é um importante case para esse mercado exigente em qualidade e bem-estar
animal. O processo é necessário porque o pirarucu é grande e dificulta a
sensibilização deste no gelo.
Enrique Alves, grande
liderança da ciência que desenvolveu o café robusto da Amazônia, falou sobre o
trabalho de desenvolvimento sustentável da produção de cafés robustas
amazônicos, principalmente na região das matas de Rondônia.
Hoje se produz dois
milhões de sacas em menos de setenta mil hectares, com uma produção mais eficiente
do que o observado há 20 anos atrás. Atualmente Rondônia é o maior produtor da
Amazônia, com mais de 90% de todo café produzido no estado.
Propõe núcleos de
excelência sustentável na cafeicultura, com todo o processo de rastreabilidade
e integração, e as questões de arborização e reflorestamento da área rural, bem
como os componentes florestais pra cafeicultura para criação de microclimas e
proteção, e a recuperação de solos, nascentes e uso de água legalizado.
Conservando a floresta, a gente tem que trocar o extrativismo pela bioeconomia
“Na cafeicultura,
quando a gente faz esse trabalho, o impacto pode ser direto em dez mil
famílias, mas indiretamente eu estou ajudando mais de trezentas mil famílias só
na cafeicultura nessa região que a gente está trabalhando. Isso é o impacto na
área agrícola”,
afirma Enrique.
A professora Marcia
Azevedo, pesquisadora da UNICAMP, que trabalha com a visão da ciência e
educação na escola básica, ressalta que não tem como falarmos de futuro sem
pensar em educação e educação básica sem a integração com os projetos do país,
com o seu contexto social a partir de resolução de problemas locais.
Está inserido núcleo na
cidade de Pimenta Bueno, na escola Valdir Monfredinho, com essa proposta de
integração. A proposta é do investimento na formação cultural e de valorização
da educação básica como prioridade fundamentada na perspectiva de formar novas
gerações, que compreendam os processos de desenvolvimento local e sustentável
especificamente na Amazônia, como forma de geração de riquezas e
oportunidades.
Isso faz com que essa
sociedade, a partir do seu campo de atuação, seja altamente produtiva,
sustentável, justa e equânime, com um amplo desenvolvimento social
Por fim a professora
Kênia Tronco e o professor João Marcelo, encerraram as palestras da parte da
manhã.
Kênia Tronco,
professora da Universidade Federal de Roraima, oferece aos produtores rurais
uma equipe pra que forme unidades modelos nas propriedades, com todo o processo
de recuperação e manejo florestal, auxílio de dúvidas, diminuição de custo,
etc.
Em troca, a professora
realizará estudos e pesquisas inexistentes em Rondônia, como a quantidade de
sementes que precisam por hectares para efetivar uma recuperação de terra.
João Marcelo,
engenheiro agrícola e professor na Unir, especializou-se no trabalho de
recursos hídricos e oferta suporte aos trabalhos dos produtores, e frisa que a
importância da água é muito sistêmica numa propriedade rural.
“Temos que buscar cada vez mais sermos sustentáveis dentro das nossas fronteiras agrícolas e também explorarmos de maneira racional esse nosso recurso, dentre eles o hídrico e o uso racional do solo”, conclui João.
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