A importância do fator humano na automação de processos de atendimento
Por Rodrigo Quadrado, Diretor de Customer
Experience da NEO
2022 será marcado como o ano da hiperautomação.
O estudo
da consultoria Gartner, que apontou esta tendência, também cravou que o uso
combinado de diferentes tecnologias, ferramentas e plataformas cresceria de
forma acelerada, com investimentos na ordem de US$600 milhões apenas este ano
(um aumento de 23% em relação a 2021). O fato é que recursos como inteligência
artificial (IA), machine learning, arquitetura de software orientada a eventos
e robotic process automation (RPA), por exemplo, se tornaram parte do dia a dia
de muitas organizações. E tornou-se raro o gestor que não contemple tais
ferramentas em suas estratégias. Só que, por mais que a tecnologia esteja na
crista da onda, jamais podemos esquecer das pessoas, e da importância do fator
humano em qualquer jornada de atendimento.
Soluções como o RPA otimizam tempo e
automatizam tarefas operacionais repetitivas como cliques, aberturas, pesquisas
e retrabalho em digitação. Isso, em um cenário onde a transformação digital se
tornou algo crucial para a sobrevivência de qualquer negócio, investir em
automação pode ser a linha tênue entre crescer e perder espaço para a
concorrência. Só que justificar o investimento em automação tomando apenas como
base a quantidade de horas de trabalho humano que poderão ser economizadas pode
ser um equívoco. É fato que a automação serve para, entre outras coisas,
otimizar tarefas repetitivas, mas implementar uma ferramenta de automação
visando apenas a redução de custos de mão de obra pode custar bem caro em
termos de relacionamento com os Clientes.
A automação deve, primordialmente, ser
utilizada para simplificar a vida de todos, o que não significa excluir a parte
humanizada do atendimento. Nem de longe, afinal, o grande segredo de quem sabe
usar a automação a seu favor é entender que ela será um atalho para otimizar a
experiência do Cliente.
Independentemente da solução tecnológica
escolhida, seu foco deve ser proporcionar uma interação sem obstáculos,
barreiras ou dificuldades. Se a automatização não trouxer esses benefícios ao
consumidor dos seus produtos ou serviços, acredite: mais dia, menos dia, ela
deixará de fazer sentido. Tomemos como exemplo a implementação do atendimento
por bots em canais digitais. Se a inteligência artificial que analisa a demanda
do Cliente for implementada apenas para reduzir custos, é possível que ela não
permita sair do atendimento robotizado. Mas, se a automação for estruturada
para melhorar a experiência do usuário, o bot será capaz de reconhecer exceções
e, nesses casos, terá capacidade para direcionar o Cliente ao atendente humano.
Investir em ciclos de automação tornou-se um apoio crucial para aqueles que estão no centro das tomadas de decisão sejam apoiados por dados consolidados e confiáveis, com foco na execução de iniciativas estratégicas que visem fomentar o crescimento dos negócios. Contudo, é preciso ter em mente que nenhuma solução de automação substitui entregas estratégicas realizadas por seres humanos. E, como eu mencionei anteriormente, quaisquer ferramentas devem ser adotadas para facilitar as rotinas de atendimento. Em outras palavras, a jornada rumo à hiperautomação deve ser trilhada considerando o fator humano. Dessa forma, a resolução de desafios complexos deixará de ser um entrave às organizações, e todos - Clientes, equipes e empresas - só têm a ganhar.
Nenhum comentário