Aliança Francesa apresenta exposição com selecionados do concurso Prix Photo no Centro Cultural Unimed-BH Minas
MOSTRA CONTA COM AS OBRAS DE DOIS DOS
CINCO FOTÓGRAFOS SELECIONADOS NA EDIÇÃO 2021 E ACONTECE NO MINAS TÊNIS CLUBE DE
12/05 A 12/06
A 10ª edição do Concurso de fotografia “Prix Photo Aliança Francesa”, realizado
em 2021, foi um sucesso, com 680 fotógrafos inscritos e muitas obras
incríveis. Agora o público tem a oportunidade de conhecer dois dos cinco
artistas selecionados em uma mostra especial com suas obras. A Aliança
Francesa apresenta a exposição Prix Photo entre os dias 12 de maio e 12 de junho
no Centro Cultural Unimed-BH Minas. A entrada é gratuita.
A mostra conta com 20 obras dos artistas José Roberto Bassul (Brasília,
DF), vencedor do Prix Photo com a série “O sol só vem depois” e Luiz Baltar (Rio
de Janeiro, RJ), com a série “ANOMIA / Urbs_ opsis”, que ganhou menção
honrosa do júri oficial.
Os fotógrafos foram selecionados por um júri composto por grandes
profissionais da fotografia e da cultura, como Benoit
Capponi, Erika Negrel, Erika Tambke, Eugênio Sávio, João Kúlcsar, Marina
Alves, Nicolas Henry.
O tema que norteia todas as obras é “Reflexos” e foi pensado porque o
reflexo se encontra nas bases da fotografia, desde sua invenção no século XIX:
nos primeiros experimentos, para se produzir uma foto era necessário captar o
reflexo da luz sob uma superfície. Apesar das muitas mudanças desse dispositivo
até o surgimento das câmeras digitais e smartphones, a fotografia continua
sendo feita de reflexos: reflexos das novas vivências e subjetividades,
reflexos de uma sociedade transformada pelas tecnologias, reflexos das novas
práticas artísticas e suas infinitas possibilidades.
Mesmo nesse momento de crise mundial, a fotografia continua sendo uma das
principais ferramentas para retratar e denunciar os reflexos da pandemia nas relações
humanas. O tema propôs uma reinterpretação da essência da fotografia diante das
transformações do mundo contemporâneo e dos desafios atuais.
O Prix Photo Aliança Francesa é uma
realização da Aliança Francesa em parceria com a Air France e o Hotel Santa
Teresa. Com o apoio cultural do FotoRio – Encontro Internacional de Fotografia
do Rio de Janeiro, Rede Diagonal, Revista Halogénure e a bienal social e
ambiental de Paris PhotoClimat. A exposição também conta com o apoio da
Embaixada da França e do Centro Cultural Unimed-BH Minas.
Considerada a maior ONG cultural do
planeta com DNA de cultura colaborativa, a Aliança Francesa completou 135 anos
de presença no Brasil em 2020 e para além do ensino de idioma, oferece um rico
leque de atividades culturais.
Sobre
as séries
“O
sol vem depois” – José Roberto Bassul
“O sol só vem depois” é o refrão de
“A ordem natural das coisas”, música de Emicida. A canção aborda as
dificuldades na vida de quem mora nas periferias e sai para trabalhar ainda de
madrugada. E valoriza as singelas relações de afeto que a noite
abriga. Expõe assim as injustiças do mundo sem se desfazer da poesia. Feitas
(quase todas) durante a pandemia, as fotografias desta série também adotam um
tom distópico. São imagens de elementos urbanos que evocam sonhos perdidos.
Reflexos das circunstâncias em que, individual ou coletivamente, enfrentamos
perdas, derrotas, frustrações, desencantos, medos. Foram utilizados recursos
simples na própria câmera, como subexposição, desfoque ou aplicação de
elementos físicos sobre a lente. Na edição, vinhetas e granulação foram
acentuados e as tonalidades, divididas. Praças e parques abandonados, quadras
de esporte sem uso, ruas vazias, moradas demolidas, caminhos escuros e incertos
são permeados por certo lirismo, por réstias de luz. Como se as noites
soubessem que o sol só vem depois...
“ANOMIA / Urbs_opsis” –
Luiz Baltar
Toda história da humanidade até o
início do século XX teria sido, mais ou menos, constituída de 7 bilhões de
seres humanos. Nós, ao final do século XX e início do XXI, temos 7 bilhões
habitantes na Terra. É como se todos os indivíduos nascidos nos milhares de
anos de nossa história estivessem vivendo ao mesmo tempo agora. Também nunca se
viveu tanto. (…) Somos uma massa de seres cobrindo quase todos os cantos
do planeta, vivendo mais tempo, consumindo recursos e acumulando resíduos em um
ritmo insustentável.
Para o filósofo Theodore Adorno, um
crítico da degradação gerada pelo capitalismo e um dos autores mais perspicazes
em entender o século XX, pela primeira vez a humanidade teve noção da
possibilidade do seu fim, com as guerras, os campos de concentração e a bomba
nuclear. Mesmo afastado o perigo eminente de um holocausto nuclear, continuamos
ameaçando a vida no planeta.
“O tecido do progresso é feito de
sofrimento real, que não diminui na proporção do aumento dos meios para
suprimi-lo" Adorno O projeto Anomia nasceu desse questionamento e de um
sentimento profundo de desânimo com o futuro. Ganhou uma nova motivação com o
crime ambiental da mineradora Samarco, que devastou comunidades inteiras em
Mariana, matando moradores e o Rio Doce na maior tragédia ecológica do país.
Com esse trabalho quero falar de excesso e acumulação, entre outros sintomas da
vida dentro do sistema capitalista, no qual o consumo é estruturador de valores
e define identidades. As paisagens construídas são como mostras de tecidos
doentes. Cada imagem é como uma lâmina, a biopsia visual de um colapso.
SERVIÇO:
Exposição
Prix Photo Aliança Francesa
De 12
de maio a 12 de junho
Local:
Centro Cultural Unimed-BH
Minas (R. da Bahia, 2244 - Lourdes, Belo
Horizonte)
Entrada
Gratuita
Mais informações: www./aliancafrancesabh.com.br/
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